O milho (Zea mays), também
chamado abati, auati e avati, conhecido em Portugal no século XVIII por milho grande, milho graúdo, milhão
e milho grosso é um conhecido cereal, cultivado
em grande parte do mundo. O milho é extensivamente utilizado como alimento humano ou
para ração animal,
devido às suas qualidades nutricionais. Todas as evidências científicas levam
a crer que seja uma planta de origem mexicana, já que a sua domesticação
começou há cerca de 7500 a
12000 anos na área central do México. É um dos
alimentos mais nutritivos que existem, contendo quase todos os aminoácidos
conhecidos, sendo exceções a lisina
e o triptofano.
Tem um alto potencial produtivo e é bastante responsivo à
tecnologia. O seu cultivo geralmente é mecanizado, se beneficiando muito de
técnicas modernas de plantio e colheita. Produção mundial foi 817 milhões de
toneladas em 2009-mais que arroz (678 milhões de toneladas) e trigo (682
milhões de toneladas), com 332 milhões de toneladas produzidas anualmente
somente nos Estados Unidos. O milho é cultivado em diversas regiões do mundo. O
maior produtor mundial são os Estados Unidos. No Brasil, que também é um grande
produtor e exportador, o Paraná é o maior estado produtor, com
cerca de 27% da produção nacional, seguido de Mato Grosso e Minas Gerais. Atualmente, somente cerca de cinco por
cento da produção brasileira se destina ao consumo humano e, mesmo assim, de
maneira indireta na composição de outros produtos. Isto se deve principalmente
à falta de informação sobre o milho e à ausência de uma maior divulgação de
suas qualidades nutricionais, bem como aos hábitos alimentares da população
brasileira, que privilegia outros grãos.
O milho puro ou como ingrediente de outros produtos, é
uma importante fonte energética para o homem. Ao contrário do trigo e o arroz,
que são refinados durante seus processos de industrialização, o milho conserva
sua casca, que é rica em fibras,
fundamental para a eliminação das toxinas
do organismo humano. Além das fibras, o grão de milho é constituído de carboidratos,
proteínas e vitaminas do complexo B.
Possui bom potencial calórico, sendo constituído de grandes quantidades de açúcares
e gorduras. O milho contém vários sais minerais
como ferro, fósforo, potássio e zinco. No
entanto, é rico em ácido fítico, que dificulta a absorção destes mesmos. O uso
primário do milho nos Estados Unidos
e no Canadá é na alimentação para animais. O Brasil tem
situação parecida: 65 por cento do milho é utilizado na alimentação animal e
onze por cento é consumido pela indústria, para diversos fins. Seu uso
industrial não se restringe à indústria alimentícia. É largamente utilizado na
produção de elementos espessantes e colantes (para diversos fins) e na produção
de óleos.
Recentemente, Europa e Estados Unidos têm incentivado seu
uso para produção de etanol. O etanol é utilizado como
aditivo na gasolina, para aumentar a octanagem. O uso do
milho para produção de biocombustíveis tem encarecido seu uso para alimentação.
Milho
branco
Uma das variedades mais difundidas no Brasil é o milho
branco. Tem, como principais finalidades, a produção de canjica, grãos e silagem. A planta tem altura próxima de 2,20 metros, sendo que
a espiga nasce a 1,10
metros do solo. A espiga é grande, cilíndrica e apresenta
alta compensação. O sabugo é fino, os grãos são brancos, profundos, pesados e
de textura média. O colmo tem alta resistência física e boa
sanidade. Podem ser
colhidas até duas safras de milho branco por ano. Em algumas épocas e regiões
do Brasil, a cotação da saca de milho branco pode ser até 50% superior à do
milho tradicional. O auge da demanda ocorre no período imediatamente anterior à
quaresma, pois a canjica é um prato típico destas
festividades. Embora ainda minoritário, o milho branco tem ganhado espaço no
mercado nos últimos anos, e a área plantada tem refletido o aumento na demanda.
Um dos motivos é que o mercado reconhece que ainda não existem variedades transgênicas de milho branco, o que
automaticamente aumenta seu valor de mercado em nichos específicos.
Milho transgênico
A variedade de
milho genéticamente modificado mais conhecida é desenvolvida pela Monsanto, e é
conhecida como RR GA21 (tolerante ao herbicida glifosato). Ela é
utilizada extensivamente nos Estados Unidos. Outras empresas atuantes no ramo
incluem a Syngenta, a BASF,
a Bayer e a DuPont. Em 1999, a Novartis foi a primeira empresa a
receber autorização do governo brasileiro para realizar testes no país com o
milho transgênico BT, resistente a insetos.
Segundo os
produtores de sementes, o milho transgênico traz um aumento médio de oito por
cento na produtividade. Nos Estados Unidos, mais de setenta por cento do milho
semeado é transgênico. A produção de variedades transgênicas na Argentina e no Brasil é crescente, embora nem
sempre a prática do cultivo dessas variedades seja legal.
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO MILHO
1. Antioxidante
Todas as variedades de milho fornecem fitonutrientes
antioxidantes que trazem diferentes benefícios do milho à saúde. A combinação
exata dos fitonutrientes, no entanto, depende da variedade. O milho de grãos
amarelos é mais rico em luteína e zeaxantina. O milho azul tem concentrações únicas de antocianinas e o
milho roxo fornece quantidades incomuns do ácido protocatecuico. Antioxidantes
são substâncias que podem proteger as células do nosso corpo de danos causados
por radicais livres que podem ocorrer como consequência normal de alguns
processos metabólicos, ou ainda a partir da exposição a certos produtos
químicos, tabagismo, poluição e radiação. Consumir alimentos ricos em
antioxidantes serve para garantir a
saúde do coração e pode também ajudar a reduzir o risco de infecções e algumas
formas de câncer.
2. Contêm proteínas
Uma porção de um copo de milho fornece 5 gramas de proteína, o
que representa cerca de 10% da dose diária recomendada por nutricionistas. As
proteínas obtidas a partir do consumo do milho contêm praticamente todos os
aminoácidos essenciais à nossa saúde diária, com exceção apenas à lisina, o que
pode ser resolvido adicionando feijão, ovos, aves ou carne magra à refeição.
3. Rico em fibras
O milho contém uma boa quantidade de fibras, sendo a
maior parte do tipo insolúvel. Em cerca de 100 gramas da adorada
pipoca de cinema há cerca de 20
gramas de fibra. Este montante é cerca de metade da
ingestão diária adequada para homens e mulheres. Pesquisas estabeleceram a ingestão recomendada de fibras baseando-se no
total necessário para proteger a saúde do coração. Em um copo de milho cozido
há cerca de 4 gramas
de fibras, o que é cerca de 15% do total que devemos ingerir diariamente.
4. Contém ácido fólico
O nosso corpo depende de ácido fólico para
metabolizar DNA (Ácido Desoxirribonucleico) e proteínas. Este ácido é uma
vitamina do complexo B e precisa estar presente no nosso organismo,
especialmente nas mulheres em idade fértil porque previne eventuais defeitos de
nascença no feto que podem ocorrer nas primeiras semanas após a concepção. Ela
também ajuda a proteger o coração uma vez que converte um aminoácido chamado
homocisteína cujos níveis elevados podem danificar os vasos sanguíneos. Além
disso, ele é vital para outros processos metabólicos como a produção de
neurotransmissores cerebrais. Um copo de milho cozido contém 34 microgramas de
ácido fólico, nove por cento da dose diária recomendada por especialistas.
5. Boa quantidade de calorias
O milho é uma fonte rica em calorias e por isso é a base da
alimentação de muitas populações e tem papel vital para a sobrevivência de
dezenas de países de base agrícola. Cada 100 gramas milho cozido
contém 90 calorias, um dos valores mais elevados entre os cereais. Seu alto
teor calórico garante a saciedade, mas pode ser um vilão para o ganho de peso
rápido quando ingerido em excesso.
6. Contêm muitas vitaminas e
minerais
O milho é fonte de muitas vitaminas e
minerais, o que lhe garante propriedades nutricionais únicas. A quantidade
destes nutrientes varia de acordo com o tipo de grão. O milho de pipoca tende a
ter quantidades maiores de minerais, enquanto o milho verde tende a ser mais
rico em vitaminas.
MINERAIS EM DESTAQUE NO MILHO DE PIPOCA
Cobre:
Um antioxidante cuja ingestão inadequada pode ter efeitos negativos na saúde
do coração;
Fósforo:
Encontrado em quantidades aceitáveis tanto na pipoca quanto no milho verde. Ele
desempenha um papel importante no crescimento e manutenção dos tecidos do
corpo;
Magnésio:
A carência de magnésio no organismo pode aumentar o risco de muitas doenças
crônicas como doenças do coração;
Manganês:
Um mineral essencial encontrado em quantidades elevadas em grãos integrais,
frutas e legumes;
Zinco: Elemento essencial para o bom
funcionamento do sistema imunológico;
VITAMINAS PRESENTES NO MILHO VERDE
Ácido pantotênico: Também
chamado de vitamina B5, ele pode ser encontrada em certa medida, em quase todos
os alimentos e sua deficiência é, portanto, rara;
Ácido Fólico: Também conhecido como vitamina B9, é um nutriente
essencial, especialmente importante durante a gravidez;
Niacina:
Também chamada de vitamina B3, é mais bem absorvida a partir do milho quando
este é cozido junto com uma substância alcalina como a cal hidratada. A niacina pode prevenir e tratar o colesterol alto;
Potássio:
um nutriente essencial importante para o controle da pressão arterial e que
pode melhorar a saúde do coração;
Vitamina B6: Também conhecida como piridoxina. Ela favorece a
respiração celular e ajuda no metabolismo das proteínas.
INFORMAÇÕES NUTRICIONAIS
DO MILHO
Porção
|
100g
|
Energia
|
90
calorias
|
Carboidratos
|
19g
|
Açúcar
|
3,2g
|
Proteínas
|
3,2g
|
Gorduras
|
1,2g
|
Fibras
|
2,7g
|
BENEFÍCIOS DO MILHO PARA A SAÚDE E BOA FORMA
O consumo de milho pode
ajudar no controle do diabetes
Acredita-se que o aumento da ingestão de
frutas e vegetais orgânicos, como o milho, pode ser associado à redução do
diabetes na última década, uma doença epidêmica no mundo todo. Estudos têm
mostrado que um dos benefícios do milho é o auxílio no tratamento de diabetes
em pacientes não dependentes da insulina, sendo que também é eficaz contra a
hipertensão devido à presença dos fitoquímicos fenólicos que contém
fitoquímicos podem regular a absorção e a libertação de insulina no corpo, o
que pode reduzir a possibilidade de picos de açúcar no sangue e evitar gota em
pacientes diabéticos, ajudando-os a manter um estilo de vida mais normal. No
entanto, é preciso estar atento à quantidade a ser consumida.
Milho pode ajudar na
prevenção de doenças do trato digestivo
Consumir milho cozido ou pipoca satisfaz
por causa do teor de fibras alimentares presentes nos grãos. Os benefícios do
milho provenientes das fibras para o sistema digestivo são muito bem
documentados. Pesquisas recentes mostram que as fibras presentes no milho
ajudam na proliferação de bactérias benéficas ao nosso intestino grosso. Tais
bactérias processam os ácidos graxos de cadeia curta, responsáveis por fornecer
energia para as nossas células intestinais e, assim, ajudam a reduzir o risco
de doenças, incluindo o risco de desenvolver câncer de cólon.
O cereal oferece proteção
aos olhos
A ingestão de antioxidantes, principalmente carotenoides
como a luteína e a zeaxantina, pode promover benefícios do milho
consideráveis para a saúde dos olhos. Estes carotenoides estão mais presentes
na variedade amarela do milho e são conhecidos como pigmentos maculares. Eles
estão presentes na superfície interna da retina, a parte do olho sensível à
luz. Sua função é proteger a retina contra danos oxidativos causados pela
luz. Pesquisas mostram que garantir altos níveis de carotenoides no sangue pode
reduzir o risco tanto da degeneração macular como da ocorrência de catarata.
Podemos citar como exemplo um estudo feito com 356
pessoas entre jovens e idosos onde houve uma redução de 43% no risco de
degeneração macular entre aqueles com maior ingestão de carotenoides,
especialmente luteína e zeaxantina, em relação aos demais indivíduos.
Quando consumido com moderação, o milho pode ajudar
no controle do peso. O milho possui
diversas propriedades que dão suporte ao controle de peso, mas também tem uma
desvantagem em potencial. Uma vantagem é que cerca de 70% do milho é
constituído de água e isto ajuda a controlar o peso porque a água acrescenta
volume sem adicionar calorias ao alimento. Mais um dos benefícios do milho
é proveniente do volume de proteínas e fibras do grão. Ambos nutrientes que
ajudam a manter a saciedade durante um período mais longo de tempo. A
desvantagem, no entanto, é alta concentração de carboidratos que causa o
aumento do açúcar no sangue. Uma porção de um copo de milho tem 31 gramas de carboidratos,
ou quase um quarto da ingestão recomendada para um dia inteiro.
Os benefícios do milho como
cosmético
O amido de milho é utilizado na
fabricação de muitos produtos cosméticos e também serve para ser aplicado
topicamente para aliviar diferentes tipos de irritação da pele e erupções
cutâneas. Produtos de milho são indicados para substituir produtos petrolíferos
cancerígenos que são os principais componentes de muitas preparações
cosméticas. Muitos dos tradicionais cremes para a pele contêm vaselina como
base, um material que muitas vezes pode bloquear os poros da pele e piorar
determinadas condições.
A vitamina A traz benefícios
do milho para a pele e sistema imunológico
O milho é uma fonte rica de
betacaroteno, que forma a vitamina A no nosso organismo. Esta vitamina é
essencial e serve para a manutenção de uma boa visão, de uma pele saudável, da
saúde das membranas mucosas e para o bom funcionamento do sistema imunológico.
A Vitamina A pode ser tóxica se suplementada em excesso, por isso o ideal é
consumi-la na forma de betacaroteno. A quantidade de betacaroteno ingerida
que não é convertida em vitamina A, atua como um antioxidante muito forte, como
todos os carotenoides, e pode combater doenças como o câncer e males do
coração.
Cuidado com o xarope de milho presente nos alimentos industrializados!
Tanto o xarope de glicose, geralmente
feito a partir de amido de milho, quanto o xarope de milho propriamente dito
são adoçantes líquidos usados em alimentos industrializados em geral,
como bolachas, sorvetes, refrigerantes, temperos prontos para salada, entre
muitos outros. Nutricionalmente falando, ambos variam dependendo do fabricante,
mas são fontes concentradas de calorias com muito pouco valor nutricional. Uma
porção de uma colher de sopa de xarope de glicose à base de milho tem 70
calorias, 17 gramas
de carboidratos e 6 miligramas de sódio. A mesma porção de xarope de milho
light tem 62 calorias, 17
gramas de carboidratos e 14 miligramas de sódio.
Os xaropes são amplamente usados,
principalmente em sobremesas congeladas, porque sua consistência ajuda a evitar
a cristalização. Eles também são usados em produtos de panificação para adoçar
e manter úmidas e macias certas receitas.
Para muitos especialistas, o xarope de
milho, ou corn syrup,
é um dos grandes vilões da obesidade mundial, uma vez que cada vez mais
consumimos produtos industrializados cujas receitas estão cheias deste produto.
É importante verificar a sua presença
nos alimentos, já que ele é usado como um substituto do açúcar, mas pode ter um
efeito tão negativo ou até pior que este no organismo.
Em síntese, o milho
consumido com moderação ao natural ou em preparações como, pamonha, polenta,
curau, cremes pode acrescentar mais valor nutricional no cardápio diário.
Texto elaborado por: Dra.
Roseli Lomele Rossi
- CRN 2084
Nutricionista formada pelas Faculdades
Integradas São Camilo (CRN 2084 /1983), com título de Especialista em Nutrição
Clínica concedido pela ASBRAN - Associação Brasileira de Nutrição.
Pós Graduada nos cursos de
especialização de Planejamento, Organização e Administração de Serviços de
Alimentação; Fitoterapia Aplicada à Nutrição Funcional e Nutrição Ortomolecular
com Extensão em Nutrigenômica.
É Diretora da Clínica Equilíbrio
Nutricional e autora dos Livros: "Saúde & Sabor com Equilíbrio" -
Receitas Infantis, “Saúde & Sabor com Equilíbrio” – Receitas Diet e Light
Volumes I e II, Colaboradora do livro Nutrição Esportiva – Aspectos
relacionados à suplementação nutricional e autora do Livro “As Melhores Receitas
Light da Clínica Personal Diet”.
http://benvenutri.blogspot.com.br/2017/06/milho.html
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