domingo, 17 de setembro de 2017

Cantinho caquético: 2ª parte LITURGIA: Comunicação, liturgia e canto...

Cantinho caquético: 2ª parte LITURGIA: Comunicação, liturgia e canto

                                                                            PARTE II

Comunicação e Liturgia, mais Canto

            Comunicação
            O Ato de comunicar tem como essência a transmissão a outrem de algo que acontece em nosso interior: sentimento, pensamento, intenção, estado de espírito ou orientar a outrem. Portanto, o ato de comunicar supõe  essencialmente a necessidade de uma subjetividade para além da nossa. E é para esta subjetividade transcendente a nós que queremos dar a conhecer nossa intimidade, que queremos conhecer sua intimidade e, também, orientar o outro para que aja de forma a buscar seu próprio bem ou que  nos oriente para que busquemos o nosso bem em consonância com os demais. A comunicação é, portanto uma ação humana expressa mediante palavras, gestos, símbolos, cores e sinais.
            Fico sabendo que o outro pensa, quando ele expressa, exterioriza, comunica. Ele o faz com seu próprio corpo (expressão corporal e verbal) ou lançando mão de recursos externos: instrumento musical, caneta, pincel, argila e etc.
            Na liturgia: Não somente as pessoas comunicam o que trazem em seu intimo. Cada elemento que nos rodeia nos põe em relação com o que eles representam. Assim, o espaço celebrativo, a ornamentação, o cuidado com os objetos litúrgicos, as atitudes dos membros da assembléia, tudo nos fala de como é nossa fé, nossa teologia, nosso respeito em relação aos mistérios que celebramos.
            Realidades que comunicam: Muitas as realidades que tocam nossos sentimentos, nos comunicam algo e de certo modo provoca em nós algum tipo de reação. Segue algumas dessas realidades, canalizando-as para o campo da liturgia:
Ä  Palavra: é o meio mais comum da comunicação entre as pessoas. Temos que  tomar cuidado com a palavra, pois ela pode ser fonte de um mal entendido, podemos usa-la para omitir a comunicação ou até mesmo conturbar a própria comunicação.
Ä  Espaço Celebrativo: é o espaço onde se desenrola a ação litúrgica. O estilo da construção, a disposição do altar, dos bancos ou cadeiras, cada vez mais devem mostrar o rosto de uma comunidade de irmãos e irmãs que se reúnem ao redor de Cristo para celebrar sua obra de salvação.
Ä  Ornamentação: refere-se aos objetos artísticos, pinturas, imagens e arranjos que revelam o bem gosto da comunidade e comunicam a sua mensagem.
Ä  Vestimentas: não servem apenas para cobrir e proteger. Elas informam se é dia de festa ou de trabalho, se temos papel preciso a desempenhar na sociedade ou não.
Ä  Objetos litúrgicos: não são apenas coisas concretas, são sinais, por isso transmitem mensagem, não somente pela presença deles, mas pelo modo como são utilizados ou conservados. A beleza da patena, do cálice e âmbulas, o formato e o acabamento das velas, as flores naturais e sua conservação, tudo isso deve concorrer para  uma proveitosa celebração do memorial da páscoa.
Ä  Símbolos: é a expressão, a manifestação de uma realidade invisível, de uma experiência profunda. Com efeito, não podemos atingir Deus diretamente, mas podemos atingi-lo pela natureza: o universo, em todas as suas expressões – ser humano, terra, água, animais, plantas, flores, astros, luz... – torna Deus presente. Em todas essas realidades está presente a marca do cria dor. Na Liturgia Cristã, o pão e o vinho, unidos à palavra de Cristo na celebração eucarística (“isto é o meu corpo... isto é o meu sangue”), tornam o Cristo presente no seio da sua comunidade. Neste caso, o símbolo – pão e vinho – torna-se sacramento cristão.
Ä  Expressão corporal: é a comunicação do corpo. Nosso modo de olhar, gesticular, entrar na Igreja, tudo revela nosso interior. Por vezes, fazemos o sinal-da-cruz tão apressadamente e sem concentração, que mais parece o atp de espantar moscas! É que estamos distraídos, então o gesto torna-se mecânico. Nesse caso, há incoerência, pois falta sintonia entre o que deveríamos expressar e o que deveríamos expressar e o que de fato expressamos. (Posteriormente falaremos de formas de expressão corporal).

Gestos.

Ä  Gestos: A liturgia é feita de sinais sensíveis que captamos mediante nossos cincos sentidos: tato, gosto, olfato, visão e audição. Cada um desses sentidos deve ser devidamente posto a serviço da celebração.
Olhar:
ü Tanto do presidente quanto de todos os membros da assembléia, devem ser expressão sincera do que as palavras dizem, uma expressão de envolvimento.
Audição:
ü Escutar os sons, a palavra de Deus proclamada e comentada. Escutar também o silêncio.
Tato:
ü Se expressa mediante o toque. A intensidade, o respeito, o modo como tocamos as pessoas, sinal de respeito e compreensão dos planos de Deus celebrados na Liturgia.
Gosto e olfato:
ü São dois sentidos um poço esquecidos nas celebrações. Na comuhão eucarística o paladar tem o seu lugar.
Audição:
ü Segundo afirmam as Instruções Gerais do Missal Romano – sinal da comunidade e da unidade da assembléia, pois estimula os pensamentos e sentimentos dos participantes. (nº20).
Ä  Principais posturas exercidas:

            Esquema ou roteiro da missa.

Ritos Iniciais.
ü Comentário Inicial
ü  De pé.
ü Canto de entrada.
ü  De pé.
ü Acolhida e saudação
ü  De pé.
ü Ato penitencial
ü  De pé.
ü Hino de louvor (Glória)
ü  De pé.
ü Oração “coleta”
ü  De pé.
Liturgia da Palavra
ü Comentário para a 1ª leitura
ü  Sentados
ü Proclamação da 1ª leitura
ü  Sentados
ü Salmo Responsorial
ü  Sentados
ü Comentário para a 2ª leitura
ü  Sentados
ü Proclamação da 2ª leitura
ü  Sentados
ü Comentário p/ o Evangelho
ü  Sentados
ü Canto de Aclamação
ü  De pé.
ü Proclamação do Evangelho
ü  De pé.
ü Homilia (pregação)
ü  Sentados
ü Profissão de fé (Creio)
ü  De pé.
ü Oração dos fiéis
ü  De pé.
Liturgia Eucarística
Preparação das Oferendas
ü Canto e Procissão
ü  Sentados
ü Apresentação do pão e do vinho
ü  Sentados
ü Presidente lava as mãos
ü  Sentados
ü Orai irmãos e irmãs!
ü  De pé.
ü Oração sobre as oferendas
ü  De pé.
Oração Eucarística
Ou Anáfora.
ü Prefácio e “Santo”.
ü  De pé
ü Invocação do Espírito Santo
ü  De pé
ü Narrativa da Ceia
ü  Joelhos/pé
ü Consagração do pão e do vinho
ü  Joelhos/pé
ü “Eis o mistério da fé!”
ü  Joelhos/pé
ü Salmo Responsorial
ü  De pé
ü Comentário para a 1ª leitura
ü  De pé
ü Lembra Morte e Ressur.
ü  De pé
ü Orações pela Igreja
ü  De pé.
ü Louvor final (Por Cristo...)
ü  De pé.
Rito da Comunhão
ü Pai nosso e oração
ü  Joelhos/pé
ü Saudação da Paz
ü  De pé
ü Fração do Pão
ü  De pé
ü Cordeiro de Deus.
ü  De pé
ü Felizes os convidados
ü  De pé.
ü Distribuição da Comunhão
ü  De pé.
ü (Canto de ação de graça)
ü  Joelhos/pé
ü Oração após a comunhão
ü  De pé
Ritos finais
ü Comunicados e convites
ü  De pé
ü Benção final
ü  De pé
ü Despedida (Ide em Paz)
ü  De pé
ü Cordeiro de Deus.
ü  De pé.
           
De pé:
ü É a posição do Cristo ressuscitado. Estar de Pé simboliza prontidão: Estamos prontos para caminhar em direção a Deus e aos irmãos. É também o símbolo da dignidade humana.
Sentados:
ü É a atitude não somente de quem ensina (Jesus “subiu ao monte. Ao sentar-se... pôs-se a falar e os ensinava” – Mt 5,1-2), mas também de quem ouve (“Maria ficou sentada aos pés do Senhor, escutando-lhe a palavra” – Lc 10,39).
Ajoelhados:
ü Revela um Espírito de Humildade e reconhecimento dos próprios erros (penitencia); expressa o ato de profunda adoração a Deus.
Prostar-se:
ü A prostração é o ato de deitar de bruços no chão. E realizada no inicio da ação litúrgica da sexta-feira santa, nas ordenações de bispos, presbíteros e diáconos, e em profissões religiosas.
Fazer genuflexão:
ü É o ato de dobrar os joelhos (gesto de adoração a Jesus na eucaristia). Ao entrar na igreja, normalmente as pessoas se dirigem para diante do sacrário e aí fazem genuflexão. Também fazemos genuflexão diante do crucifixo na Sexta-feira Santa, em sinal de adoração. (Não é adoração a cruz, mas a Jesus que nela foi pregado).
Inclinação:
ü Sinal de grande respeito e também adoração diante do Santíssimo Sacramento.
Procissão:
ü Simbolizam a peregrinação do Povo de Deus para a casa do Pai. Somos uma Igreja “peregrina”.
Mãos:
Levantadas:
ü É atitude dos”orantes”. Significa  súplica e entrega a Deus.
Mãos juntas:
ü Recolhimento interior, busca de Deus, fé súplica, confiança e entrega da vida. É atitude de profunda atitude.
Silêncio:
ü O silêncio tem seu valor na oração. Ajuda o aprofundamento nos mistérios da fé. “O Senhor fala nos silêncio do coração”.

            Canto.

Cantar “A missa” e não “na missa”.
            Ele está a serviço do louvor de Deus e de nossa santificação. Não é apenas para embelezar a missa, mas ajudar toda a assembléia a rezar. E cada canto deve estar em plena sintonia com o movimento litúrgico que se celebra, a fim de que não se cante “na missa” mas se cante “a missa”.
O que cantar em uma celebração?
O que é importante é cantar a liturgia, priorizando aclamações e repostas da assembléia, os textos próprios da Missa...
Critérios do canto litúrgico:
v  Sejam de inspiração bíblica;
v  Tenham referência ao mistério pascal;
v  Leve em conta a realidade do povo.
Cantos Litúrgicos  X Cantos de Animação:
v  Cantos de Animação:  São cantos com mensagens religiosas e ritmos de animação, que são cantos  em encontros, grupos de oração, peregrinações.
v  Cantos Litúrgicos: Cantos adequados ao ritos da liturgia.
Os momentos da celebração Eucarística:
Ä  Entrada: Abrir a celebração, promover a reunião da assembléia e introduzir a mente e o coração no ministério a ser celebrado. É um canto de movimento e não de repouso, com a função litúrgica de reunir o povo e unificar a assembléia, bem como acolher o celebrante e equipe.
Ä  Ato Penitencial: É um canto de repouso e não de movimento, sendo uma aclamação a Cristo, com forte caráter de inovação penitencial.
Ä  Glória: É um hino em estilo livre, em honra da Santíssima Trindade, louvando o Pai, suplicando ao Filho com o Espírito Santo. É reservado ao domingos (exceção ao tempo do advento e da quaresma) e às festas e solenidades.
Ä  Salmo Responsorial: Este é o único que é essencialmente um Salmo ou canto bíblico. Tem a função de ser um eco da palavra de Deus, uma resposta, uma verdadeira meditação.
Ä  Aclamação: Por serem assentimentos energéticos, à palavra e ação de Deus, a participação deve ser solene por toda a assembléia. Durante a quaresma, o refrão aleluia, é substituído por um outro texto aclamativo.
Ä  O Creio: Se for cantado, que seja numa simples cantilena e não numa extensa estrutura musical. Deve manter o conteúdo do símbolo apostólico tradicional.
Ä  Preparação das Oferendas: Sua função é acompanhar a procissão dos dons, dar maior significado à coleta e acompanhar  o rito de preparação das Oferendas.
Ä  Santo: Inicia o centro e o cume de toda a celebração eucarística, que é a narrativa da instituição. Seu sentido é que toda a congregação dos fieis se uma a Cristo na proclamação das maravilhas de Deus.
Ä  Pai-Nosso: Uma preparação para a comunhão com o /senhor. Deve ser rezado (cantado) com dicção calma e compassada, de pausas e de canto leve, quando cantado, deve manter os termos da oração ensinada pelo próprio Jesus Cristo aos discípulos.
Ä  Canto de Comunhão: Acompanhar e solenizar a participação dos fiéis à Eucaristia e a caridade fraterna e comunhão no mistério pascal de Jesus Cristo.
Ä  Ação de graças: São três possibilidades para realizar o agradecimento. Seja um momento de silêncio ou um canto instrumental ou um canto de louvor a Trindade.
Ä  Canto de despedida: Canto de “desfazimento” da Assembléia, com estimula para a semana. 


Fonte: Paróquia Imaculada Conceição
http://cantinhodaprofesheila.blogspot.com.br/2014/03/cantinho-catequetico-2-parte-liturgia.html

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