quinta-feira, 2 de junho de 2016

Simulado - substantivos e interpretação de textos


1. Observe:
Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza

Queixa- Caetano Veloso
Por definição, substantivo abstrato é aquele que não tem existência própria, só existe apoiado em outro ser. Sabendo disso Indique a alternativa em que só aparecem substantivos abstratos:
a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, imagem
b) angústia, choro, sol, presença, esperança, amizade
c) amigo, dor, claridade, esperança, luz, tempo
d) angústia, saudade, presença, esperança, amizade
e) espaço, mãos, claridade, rosto, ausência, esperança
2. Leia atentamente a charge e observe os substantivos que nela aparecem.
Tirinha 080
Podemos extrair daí substantivos concretos – papai, mundo, pessoas- e substantivos abstratos- coragem, valentia, vida-. Sabendo a definição desses tipos de substantivos, Assinale a alternativa em que aparecem substantivos simples, respectivamente,concreto e abstrato:
a) água, vinho
b) Pedro, Jesus
c) Pilatos, verdade
d) Jesus, abaixo-assinado
e) Nova Iorque, Deus
3. Leia a charge, publicada por ocasião da morte da comediante Dercy Gonçalves.
(www.chargeonline.com.br. Adaptado.)
Dercy diz: Tu é lerda pra...
Sobre a fala da personagem, afirma-se que
I. é exemplo de linguagem coloquial;
II. segue a norma padrão de acentuação das palavras monossilábicas;
III. sugere a demora da chegada da morte, idéia reforçada
pelos símbolos empregados na frase.
Está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) III, apenas.
(E) I, apenas.
A ciência do palavrão
Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra
diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um? Outra: você já
deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo
como filha da …, mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.
Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que
o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a desvendá-los.
Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um
mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e
o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada
da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões
da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. Nossa parte
animal fica lá.
E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina
ajuda a entender isso. Veja o caso da síndrome de Tourette. Essa
doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal,
a parte do cérebro cuja função é manter o sistema límbico comportado.
E os palavrões saem como se fossem tiques nervosos na
forma de palavras.
Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar
de vez em quando, claro. Justamente por não pensar, quando essa
parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções
com uma intensidade inigualável.
Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido
mais profundo da palavra. Duvida? Então pense em uma palavra
forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está
longe de transmitir toda a carga emocional da paixão propriamente
dita. Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é outra. Ele vai
direto ao ponto, transmite a emoção do sistema límbico de quem
fala diretamente para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns
pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que a
linguagem comum.
(www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.)
4. No texto, o substantivo palavrão, ainda que se mostre flexionado em grau, não reporta à idéia de tamanho. Tal emprego também se verifica em:
(A) Durante a pesquisa, foi colocada uma gotícula do ácido para se definir a reação.
(B) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas caminhas.
(C) Para cortar gastos, resolveu confeccionar livrinhos que cabem nos bolsos.
(D) Não estava satisfeita com aquele empreguinho sem graça e sem perspectivas.
(E) Teve um carrinho de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, um de sete.
INSTRUÇÃO: Para responder às questões de números e 6,
leia os dois trechos.
Trecho 1
No dia seguinte, encontrei Madalena escrevendo. Avizinhei- me nas pontas dos pés e li o endereço de Azevedo Gondim.
– Faz favor de mostrar isso?
Madalena agarrou uma folha que ainda não havia sido dobrada.
(...)
– Vá para o inferno, trate da sua vida.
Aquela resistência enfureceu-me:
– Deixa ver a carta, galinha.
Madalena desprendeu-se e entrou a correr pelo quarto, gritando:
– Canalha!
D. Glória chegou à porta, assustada:
– Pelo amor de Deus! Estão ouvindo lá fora.
Perdi a cabeça:
– Vá amolar a p.q.p. Está mouca, aí com a sua carinha de santa? É isto: p.q.p. E se achar ruim, rua. A senhora e a boa de sua sobrinha, compreende? P.q.p. as duas.
Trecho 2
Penso em Madalena com insistência. Se fosse possível recomeçarmos...
Para que enganar-me? Se fosse possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige.
5. No trecho 1, o narrador pediu a Madalena que lhe mostrasse o que estava escrevendo. Frente à recusa, sua reação revela
a) incômodo, por não identificar o destinatário.
b) ciúme, expresso nos insultos a ela lançados.
c) descaso, ocasionado pela má conduta da mulher.
d) medo, na forma contida de se expressar.
e) resignação, por pressupor-se traído.
6. No trecho 2, o narrador
a) almeja viver de outra forma para deixar de enganar a si próprio.
b) atribui a Madalena a impossibilidade de viver plenamente sua vida.
c) sabe que tudo aconteceria da mesma forma por conta de Madalena.
d) reconhece, incomodado, a impossibilidade de mudar e viver de outro jeito.
e) acredita que não pode
Leias as músicas abaixo para responder às próximas questões.
O Leãozinho


Gosto muito de te ver, Leãozinho
Caminhando sob o sol
Gosto muito de você, Leãozinho

Para desentristecer, Leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão, raio da manhã
Arrastando o meu olhar como um ímã
O meu coração é o sol pai de toda a cor
Quando ele lhe doura a pele ao léu

Gosto de te ver ao sol, Leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba

Gosto de ficar ao sol, Leãozinho
De molhar minha juba
De estar perto de você e entrar numa


Emoções

Roberto Carlos
Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções
Sentindo...

São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...

Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo..

Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...

Mas eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente pra você
E as emoções se repetindo
Em paz com a vida
E o que ela me traz
Na fé que me faz
Otimista demais
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

7. Perceba a flexão dos substantivos leão e emoção nas músicas supracitadas: leãozinho e emoções. Com base nos seus conhecimentos sobre flexão dos substantivos marque o item que completa corretamente a frase abaixo:
“Depende dos ___________a defesa dos __________ ameaçados”. Assinale o item que completa corretamente:
a) cidadões- animaizinhos
b) cidadãos- animaizinhos
c) cidadãos- animalsinhos
d) cidadões- animaisinhos
e) cidadãos- animalzinhos
8ª “Aqueles _______ são _________ testemunhas mais importantes no caso da morte dos dois _______”
a) capitães/ as/ tenente- coronel
b) capitãos/ os/ tenentes- coronéis
c) capitães/ as/ tenentes- coronéis
d) capitães/ os/ tenente- coronel
9. Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado inadequado a um termo ou expressão, e isso pode levar a certos resultados inesperados, como se vê nos quadrinhos abaixo.
(SOUZA, Maurício de. Chico Bento. Rio de Janeiro: Ed. Globo, no 335, Nov./99)
Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da Rosinha no primeiro quadrinho, que é:
(A) Faz uma pose bonita!
(B) Quer tirar um retrato?
(C) Sua barriga está aparecendo!
(D) Olha o passarinho!
(E) Cuidado com o flash!
10. As histórias em quadrinhos, por vezes, utilizam animais como personagens e a eles
atribuem comportamento humano. O gato Garfield é exemplo desse fato.
Fonte: Caderno Vida e Arte, Jornal do Povo, Fortaleza
O 3º quadrinho sugere que Garfield:
(A) desconhece tudo sobre arte, por isso faz a sugestão.
(B) acredita que todo pintor deve fazer algo diferente.
(C) defende que para ser pintor a pessoa tem de sofrer.
(D) conhece a história de um pintor famoso e faz uso da ironia.
(E) acredita que seu dono tenha tendência artística e, por isso, faz a sugestão.
Considere o seguinte texto:
Reunidos altas horas da madrugada, cinco governadores debatiam a distribuição da verba que caberia aos seus estados naquele plano orçamentário. O deputado da Bahia prontamente se manifestou:
─ Tendo em vista que os recursos foram reduzidos pela metade, proponho que eles sejam divididos entre três de nós, ficando dois estados sem recursos neste semestre.
O governador do Piauí concordou, acrescentando que a proposta parecia justa e que fazia tempo que não recebia nenhum recurso. Lembrou ainda aos colegas que, na reunião anterior, o presidente da comissão orçamentária, o governador do Rio de Janeiro, havia dito que os estados mais carentes teriam garantida sua parte na próxima distribuição de verbas.
O governador de Minas dirigiu-se ao colega capixaba, que na reunião anterior dissera que não tinha nenhum projeto em desenvolvimento que necessitasse de apoio financeiro:
─ Fico com a sua parte!


─ O momento é outro ─ tornou-lhe o governador do Espírito Santo. ─ Agora estou precisando de recursos para investir na malha viária estadual.

11. Acerca do texto acima, é correto afirmar:

a) A fala “O momento é outro” pertence ao governador mineiro.
b) É do governador de Minas a fala de quem declarou não haver projeto em desenvolvimento que necessitasse de apoio financeiro.
c) A garantia de que os estados mais carentes teriam sua parte na distribuição de verbas é mencionada pelo governador piauiense e atribuída ao governador do Rio.
d) A declaração de que precisava de verba para aplicar na malha viária pertence ao governador mineiro.
e) A fala “Fico com a sua parte!” pertence ao governador do Espírito Santo.
12. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm um significado; e no feminino têm outro, diferente. Marque a alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao seu significado:
a) O capital = dinheiro;
A capital = cidade principal;

b) O grama = unidade de medida;
A grama = vegetação rasteira;

c) O rádio = aparelho transmissor;
A rádio = estação geradora;

d) O cabeça = o chefe;
A cabeça = parte do corpo;

e) A cura = o médico.
O cura = ato de curar.

13) "Substantivo é o nome com que designamos seres em geral - pessoas, animais e coisas."
(BECHAPA, Evanildo, Moderna gramática portuguesa. 31. ed. São Paulo: Nacional, 1987, p.73)
I - Acabamos perdendo o nosso vôo por causa do trânsito ruim.
II - Ela me olhou com um olhar estranho.
III - 0 "a" pode ter o valor de artigo definido feminino em português.
IV - Olhava tristemente a transparência das águas da represa.
V - Comprei um par de sapatos gelo para combinar com meu novo vestido.
Tomando como referência, única e exclusivamente, o trecho transcrito acima, pode-se afirmar que é substantivo, a palavra destacada
a) em todas as sentenças.
b) nas sentenças I, II, IV e V.
c) nas sentenças I e III.
d) na sentença III.
e) na sentença V.
14. Leia estes textos.
Texto 1
(QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 3)
Texto 2
Sonho Impossível
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.
(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.)
A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que os dois textos
(A) afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
(B) concordam que o desarmamento é inatingível.
(C) julgam que o sonho é um desafio invencível.
(D) têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.
(E) transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.
15. (FUVEST) — Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver por muito tempo, por ser um “cardisplicente”. 
— O quê?
— Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração.
Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário.
— “Cardisplicente” não existe, você inventou
— triunfei.
— Mas se eu inventei, como é que não existe?


Conforme sugere o texto, “cardisplicente” é:

a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário. 
b) palavra técnica constante de dicionários especializados.
c) um neologismo desprovido de indícios de significação.
d) uma criação de palavra pelo processo de composição.
e) termo erudito empregado para criar um efeito cômico.

Errata de pé de página*
A vida deveria nos oferecer um lugarzinho no rodapé da nossa história pessoal para eventuais erratas, como em tese de doutorado (as que não são plágio). Pelas vezes em que na infância e adolescência a gente foi bobo, foi ingênuo, foi indesculpavelmente romântico, cego e teimoso, devia haver uma errata possível. Como quando a gente acreditou que se fosse bonzinho ganharia aquela bicicleta; que todos os professores eram sábios e justos e todas as autoridades decentes; e quando a gente acreditou que pai e mãe eram imortais ou perfeitos. E que aquele namorado não estava saindo com a outra menina, e a melhor amiga não contaria nossos segredos.
Devia haver erratas que anulassem bobagens adultas: botei fora aquela oportunidade, não cuidei da minha grana, fui onipotente, perdi quem era tão precioso para mim, escolhi a gostosona em lugar da parceira alegre e terna; fiquei com aquele cara porque com ele seria mais divertido, mas no fundo eu não o queria como meu amigo e pai de meus filhos. Ofendi aquela pessoa que me faria bem e corri atrás de quem logo adiante ia me passar uma rasteira. Profissionalmente não me preparei, não me preveni, não refleti, não entendi nada, tomei as piores decisões. Ah, que bom seria se essas trapalhadas pudessem ser anuladas com uma boa errata. Em geral, não podem.
Devia haver uma errata para quando, com mais de 60 anos, tendo visto, lido e vivido bastante coisa neste mundo, a gente ainda banca o bobão, achando que agora, sim, alguém tomou as rédeas nas mãos.
*(LUFT, Lia. Veja, 18 de julho de 2007).
16. Todas as afirmações abaixo podem ser confirmadas pelo texto, EXCETO:
A) Não há erratas possíveis na vida do ser humano, porque nenhuma atrapalhada ilusão, engano ou ingenuidade podem ser anuladas.
B) A autora compartilha um pensamento de Machado de Assis que diz que nossa vida é uma errata e quando a errata está prontinha nós a damos de presente aos vermes.
C) Pagaremos um alto preço quando desviamos o olhar lúcido ou recolhemos o dedo denunciador, porque não há erratas em nenhuma das diferentes fases da vida.
D) De acordo com o pensamento da autora, as erratas só servem para livros ou teses.
E) As erratas deveriam servir para rever situações vividas e reorganizá-las.
17. O texto acima, do ponto de vista de sua forma, pertence ao registro coloquial, com uso da escrita muito próximo da fala. São evidências desse coloquialismo, EXCETO:
A) A concordância em desacordo com o que prescreve a norma culta.
B) A presença de frases curtas sem muitas subordinações.
C) A presença do aumentativo bobão.
D) A presença de gírias, tais como, gostosona, cara.
E) A presença da expressão “a gente” no lugar de nós.
Texto 4
“Quando criança entra na fase do “por quê”, o adulto se vê, muitas vezes, embaraçado! Quanto mais tenta explicar, mais complica as coisas. A criança, muito justamente, acaba desconfiando seriamente do funcionamento da cabeça adulta. Vejam esta, divulgada por uma antologia humorística européia:
Pai e filho passeiam em um pomar.
− Papai − pergunta o menino − que frutas são essas?
− Ameixas pretas − explica o pai.
− Mas ameixas pretas como, papai? Se elas estão cor-de-rosa.
E o pai, sem perceber a onda de confusão que iria desencadear na mente do menino:
− Mas é lógico, meu filho! Essas ameixas pretas são cor-de-rosa − porque ainda estão verdes.
(BLOCH, Pedro. Criança diz cada uma!)
18. Esse texto tem por finalidade:
A) Esclarecer a relação existente entre processos de amadurecimento das frutas e sua coloração.
B) Exemplificar a diversidade de aspectos das frutas.
C) Ilustrar ludicamente problemas de comunicação.
D) Mostrar os vários sentidos de uma palavra.
E) Valorizar a criatividade das crianças.
O rei dos animais
Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim, o Leão encontrou o Macaco e perguntou: “Hei, você aí, Macaco – quem é o rei dos animais?” O macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: “Claro que é você, leão, claro que é você!”.
Satisfeito, o leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: “Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?”. E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: “Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?”.
Cheio de si, o Leão prosseguiu em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: “Coruja, não sou eu o maioral da mata?”. “Sim, és tu”, disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o Tigre. “Tigre” – disse em voz de estentor –, “eu sou o rei da floresta. Certo?” O Tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: “Sim”. E rugiu ainda mais mal-humorado e já arrependido, quando o Leão se afastou.
Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o Elefante. Perguntou: “Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?”. O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensangüentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou:” Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado”.
(FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas).
19. Observe as alternativas e assinale a opção de acordo com as respostas.
1. Neste texto Millôr Fernandes dialoga com um modelo muito antigo de texto narrativo – a fábula – trazendo-a para o mundo atual, incorporando à narrativa elementos da modernidade.
2. Ao atualizar o tema, fazendo referências a fatos ou circunstâncias do mundo moderno, o autor amplia o alcance de sua sátira, tornando mais explícita a identificação do leitor com o texto lido.
3. A forma de narrar desenvolvida pelo autor diminui a possibilidade de o leitor não se inserir no contexto e de não se identificar com os personagens.
4. Inserida na narração existe a intenção de fazer o leitor repensar comportamentos humanos.
A) Quando as alternativas 1, 2 e 3 estiverem corretas
B) Quando as alternativas 1 e 3 estiverem corretas
C) Quando as alternativas 2 e 4 estiverem corretas
D) Quando somente a alternativa 4 estiver correta
E) Quando todas as alternativas estiverem corretas
20. Em que alternativa a característica atribuída ao personagem da fábula não condiz ao seu comportamento?
A) Leão – presunçoso
B) Macaco – prevenido
C) Coruja – astuciosa
D) Tigre – ponderado
E) Elefante - impetuoso

Simulado - substantivos e interpretação de textos


1. Observe:
Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza

Queixa- Caetano Veloso
Por definição, substantivo abstrato é aquele que não tem existência própria, só existe apoiado em outro ser. Sabendo disso Indique a alternativa em que só aparecem substantivos abstratos:
a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, imagem
b) angústia, choro, sol, presença, esperança, amizade
c) amigo, dor, claridade, esperança, luz, tempo
d) angústia, saudade, presença, esperança, amizade
e) espaço, mãos, claridade, rosto, ausência, esperança
2. Leia atentamente a charge e observe os substantivos que nela aparecem.
Tirinha 080
Podemos extrair daí substantivos concretos – papai, mundo, pessoas- e substantivos abstratos- coragem, valentia, vida-. Sabendo a definição desses tipos de substantivos, Assinale a alternativa em que aparecem substantivos simples, respectivamente,concreto e abstrato:
a) água, vinho
b) Pedro, Jesus
c) Pilatos, verdade
d) Jesus, abaixo-assinado
e) Nova Iorque, Deus
3. Leia a charge, publicada por ocasião da morte da comediante Dercy Gonçalves.
(www.chargeonline.com.br. Adaptado.)
Dercy diz: Tu é lerda pra...
Sobre a fala da personagem, afirma-se que
I. é exemplo de linguagem coloquial;
II. segue a norma padrão de acentuação das palavras monossilábicas;
III. sugere a demora da chegada da morte, idéia reforçada
pelos símbolos empregados na frase.
Está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) III, apenas.
(E) I, apenas.
A ciência do palavrão
Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra
diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um? Outra: você já
deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo
como filha da …, mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.
Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que
o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a desvendá-los.
Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um
mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e
o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada
da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões
da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. Nossa parte
animal fica lá.
E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina
ajuda a entender isso. Veja o caso da síndrome de Tourette. Essa
doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal,
a parte do cérebro cuja função é manter o sistema límbico comportado.
E os palavrões saem como se fossem tiques nervosos na
forma de palavras.
Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar
de vez em quando, claro. Justamente por não pensar, quando essa
parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções
com uma intensidade inigualável.
Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido
mais profundo da palavra. Duvida? Então pense em uma palavra
forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está
longe de transmitir toda a carga emocional da paixão propriamente
dita. Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é outra. Ele vai
direto ao ponto, transmite a emoção do sistema límbico de quem
fala diretamente para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns
pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que a
linguagem comum.
(www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.)
4. No texto, o substantivo palavrão, ainda que se mostre flexionado em grau, não reporta à idéia de tamanho. Tal emprego também se verifica em:
(A) Durante a pesquisa, foi colocada uma gotícula do ácido para se definir a reação.
(B) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas caminhas.
(C) Para cortar gastos, resolveu confeccionar livrinhos que cabem nos bolsos.
(D) Não estava satisfeita com aquele empreguinho sem graça e sem perspectivas.
(E) Teve um carrinho de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, um de sete.
INSTRUÇÃO: Para responder às questões de números e 6,
leia os dois trechos.
Trecho 1
No dia seguinte, encontrei Madalena escrevendo. Avizinhei- me nas pontas dos pés e li o endereço de Azevedo Gondim.
– Faz favor de mostrar isso?
Madalena agarrou uma folha que ainda não havia sido dobrada.
(...)
– Vá para o inferno, trate da sua vida.
Aquela resistência enfureceu-me:
– Deixa ver a carta, galinha.
Madalena desprendeu-se e entrou a correr pelo quarto, gritando:
– Canalha!
D. Glória chegou à porta, assustada:
– Pelo amor de Deus! Estão ouvindo lá fora.
Perdi a cabeça:
– Vá amolar a p.q.p. Está mouca, aí com a sua carinha de santa? É isto: p.q.p. E se achar ruim, rua. A senhora e a boa de sua sobrinha, compreende? P.q.p. as duas.
Trecho 2
Penso em Madalena com insistência. Se fosse possível recomeçarmos...
Para que enganar-me? Se fosse possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige.
5. No trecho 1, o narrador pediu a Madalena que lhe mostrasse o que estava escrevendo. Frente à recusa, sua reação revela
a) incômodo, por não identificar o destinatário.
b) ciúme, expresso nos insultos a ela lançados.
c) descaso, ocasionado pela má conduta da mulher.
d) medo, na forma contida de se expressar.
e) resignação, por pressupor-se traído.
6. No trecho 2, o narrador
a) almeja viver de outra forma para deixar de enganar a si próprio.
b) atribui a Madalena a impossibilidade de viver plenamente sua vida.
c) sabe que tudo aconteceria da mesma forma por conta de Madalena.
d) reconhece, incomodado, a impossibilidade de mudar e viver de outro jeito.
e) acredita que não pode
Leias as músicas abaixo para responder às próximas questões.
O Leãozinho


Gosto muito de te ver, Leãozinho
Caminhando sob o sol
Gosto muito de você, Leãozinho

Para desentristecer, Leãozinho
O meu coração tão só
Basta eu encontrar você no caminho

Um filhote de leão, raio da manhã
Arrastando o meu olhar como um ímã
O meu coração é o sol pai de toda a cor
Quando ele lhe doura a pele ao léu

Gosto de te ver ao sol, Leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba

Gosto de ficar ao sol, Leãozinho
De molhar minha juba
De estar perto de você e entrar numa


Emoções

Roberto Carlos
Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções
Sentindo...

São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...

Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo..

Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...

Mas eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente pra você
E as emoções se repetindo
Em paz com a vida
E o que ela me traz
Na fé que me faz
Otimista demais
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

7. Perceba a flexão dos substantivos leão e emoção nas músicas supracitadas: leãozinho e emoções. Com base nos seus conhecimentos sobre flexão dos substantivos marque o item que completa corretamente a frase abaixo:
“Depende dos ___________a defesa dos __________ ameaçados”. Assinale o item que completa corretamente:
a) cidadões- animaizinhos
b) cidadãos- animaizinhos
c) cidadãos- animalsinhos
d) cidadões- animaisinhos
e) cidadãos- animalzinhos
8ª “Aqueles _______ são _________ testemunhas mais importantes no caso da morte dos dois _______”
a) capitães/ as/ tenente- coronel
b) capitãos/ os/ tenentes- coronéis
c) capitães/ as/ tenentes- coronéis
d) capitães/ os/ tenente- coronel
9. Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado inadequado a um termo ou expressão, e isso pode levar a certos resultados inesperados, como se vê nos quadrinhos abaixo.
(SOUZA, Maurício de. Chico Bento. Rio de Janeiro: Ed. Globo, no 335, Nov./99)
Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da Rosinha no primeiro quadrinho, que é:
(A) Faz uma pose bonita!
(B) Quer tirar um retrato?
(C) Sua barriga está aparecendo!
(D) Olha o passarinho!
(E) Cuidado com o flash!
10. As histórias em quadrinhos, por vezes, utilizam animais como personagens e a eles
atribuem comportamento humano. O gato Garfield é exemplo desse fato.
Fonte: Caderno Vida e Arte, Jornal do Povo, Fortaleza
O 3º quadrinho sugere que Garfield:
(A) desconhece tudo sobre arte, por isso faz a sugestão.
(B) acredita que todo pintor deve fazer algo diferente.
(C) defende que para ser pintor a pessoa tem de sofrer.
(D) conhece a história de um pintor famoso e faz uso da ironia.
(E) acredita que seu dono tenha tendência artística e, por isso, faz a sugestão.
Considere o seguinte texto:
Reunidos altas horas da madrugada, cinco governadores debatiam a distribuição da verba que caberia aos seus estados naquele plano orçamentário. O deputado da Bahia prontamente se manifestou:
─ Tendo em vista que os recursos foram reduzidos pela metade, proponho que eles sejam divididos entre três de nós, ficando dois estados sem recursos neste semestre.
O governador do Piauí concordou, acrescentando que a proposta parecia justa e que fazia tempo que não recebia nenhum recurso. Lembrou ainda aos colegas que, na reunião anterior, o presidente da comissão orçamentária, o governador do Rio de Janeiro, havia dito que os estados mais carentes teriam garantida sua parte na próxima distribuição de verbas.
O governador de Minas dirigiu-se ao colega capixaba, que na reunião anterior dissera que não tinha nenhum projeto em desenvolvimento que necessitasse de apoio financeiro:
─ Fico com a sua parte!


─ O momento é outro ─ tornou-lhe o governador do Espírito Santo. ─ Agora estou precisando de recursos para investir na malha viária estadual.

11. Acerca do texto acima, é correto afirmar:

a) A fala “O momento é outro” pertence ao governador mineiro.
b) É do governador de Minas a fala de quem declarou não haver projeto em desenvolvimento que necessitasse de apoio financeiro.
c) A garantia de que os estados mais carentes teriam sua parte na distribuição de verbas é mencionada pelo governador piauiense e atribuída ao governador do Rio.
d) A declaração de que precisava de verba para aplicar na malha viária pertence ao governador mineiro.
e) A fala “Fico com a sua parte!” pertence ao governador do Espírito Santo.
12. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm um significado; e no feminino têm outro, diferente. Marque a alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao seu significado:
a) O capital = dinheiro;
A capital = cidade principal;

b) O grama = unidade de medida;
A grama = vegetação rasteira;

c) O rádio = aparelho transmissor;
A rádio = estação geradora;

d) O cabeça = o chefe;
A cabeça = parte do corpo;

e) A cura = o médico.
O cura = ato de curar.

13) "Substantivo é o nome com que designamos seres em geral - pessoas, animais e coisas."
(BECHAPA, Evanildo, Moderna gramática portuguesa. 31. ed. São Paulo: Nacional, 1987, p.73)
I - Acabamos perdendo o nosso vôo por causa do trânsito ruim.
II - Ela me olhou com um olhar estranho.
III - 0 "a" pode ter o valor de artigo definido feminino em português.
IV - Olhava tristemente a transparência das águas da represa.
V - Comprei um par de sapatos gelo para combinar com meu novo vestido.
Tomando como referência, única e exclusivamente, o trecho transcrito acima, pode-se afirmar que é substantivo, a palavra destacada
a) em todas as sentenças.
b) nas sentenças I, II, IV e V.
c) nas sentenças I e III.
d) na sentença III.
e) na sentença V.
14. Leia estes textos.
Texto 1
(QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 3)
Texto 2
Sonho Impossível
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.
(J. Darione – M. Leigh – Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.)
A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que os dois textos
(A) afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
(B) concordam que o desarmamento é inatingível.
(C) julgam que o sonho é um desafio invencível.
(D) têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.
(E) transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.
15. (FUVEST) — Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver por muito tempo, por ser um “cardisplicente”. 
— O quê?
— Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração.
Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário.
— “Cardisplicente” não existe, você inventou
— triunfei.
— Mas se eu inventei, como é que não existe?


Conforme sugere o texto, “cardisplicente” é:

a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário. 
b) palavra técnica constante de dicionários especializados.
c) um neologismo desprovido de indícios de significação.
d) uma criação de palavra pelo processo de composição.
e) termo erudito empregado para criar um efeito cômico.

Errata de pé de página*
A vida deveria nos oferecer um lugarzinho no rodapé da nossa história pessoal para eventuais erratas, como em tese de doutorado (as que não são plágio). Pelas vezes em que na infância e adolescência a gente foi bobo, foi ingênuo, foi indesculpavelmente romântico, cego e teimoso, devia haver uma errata possível. Como quando a gente acreditou que se fosse bonzinho ganharia aquela bicicleta; que todos os professores eram sábios e justos e todas as autoridades decentes; e quando a gente acreditou que pai e mãe eram imortais ou perfeitos. E que aquele namorado não estava saindo com a outra menina, e a melhor amiga não contaria nossos segredos.
Devia haver erratas que anulassem bobagens adultas: botei fora aquela oportunidade, não cuidei da minha grana, fui onipotente, perdi quem era tão precioso para mim, escolhi a gostosona em lugar da parceira alegre e terna; fiquei com aquele cara porque com ele seria mais divertido, mas no fundo eu não o queria como meu amigo e pai de meus filhos. Ofendi aquela pessoa que me faria bem e corri atrás de quem logo adiante ia me passar uma rasteira. Profissionalmente não me preparei, não me preveni, não refleti, não entendi nada, tomei as piores decisões. Ah, que bom seria se essas trapalhadas pudessem ser anuladas com uma boa errata. Em geral, não podem.
Devia haver uma errata para quando, com mais de 60 anos, tendo visto, lido e vivido bastante coisa neste mundo, a gente ainda banca o bobão, achando que agora, sim, alguém tomou as rédeas nas mãos.
*(LUFT, Lia. Veja, 18 de julho de 2007).
16. Todas as afirmações abaixo podem ser confirmadas pelo texto, EXCETO:
A) Não há erratas possíveis na vida do ser humano, porque nenhuma atrapalhada ilusão, engano ou ingenuidade podem ser anuladas.
B) A autora compartilha um pensamento de Machado de Assis que diz que nossa vida é uma errata e quando a errata está prontinha nós a damos de presente aos vermes.
C) Pagaremos um alto preço quando desviamos o olhar lúcido ou recolhemos o dedo denunciador, porque não há erratas em nenhuma das diferentes fases da vida.
D) De acordo com o pensamento da autora, as erratas só servem para livros ou teses.
E) As erratas deveriam servir para rever situações vividas e reorganizá-las.
17. O texto acima, do ponto de vista de sua forma, pertence ao registro coloquial, com uso da escrita muito próximo da fala. São evidências desse coloquialismo, EXCETO:
A) A concordância em desacordo com o que prescreve a norma culta.
B) A presença de frases curtas sem muitas subordinações.
C) A presença do aumentativo bobão.
D) A presença de gírias, tais como, gostosona, cara.
E) A presença da expressão “a gente” no lugar de nós.
Texto 4
“Quando criança entra na fase do “por quê”, o adulto se vê, muitas vezes, embaraçado! Quanto mais tenta explicar, mais complica as coisas. A criança, muito justamente, acaba desconfiando seriamente do funcionamento da cabeça adulta. Vejam esta, divulgada por uma antologia humorística européia:
Pai e filho passeiam em um pomar.
− Papai − pergunta o menino − que frutas são essas?
− Ameixas pretas − explica o pai.
− Mas ameixas pretas como, papai? Se elas estão cor-de-rosa.
E o pai, sem perceber a onda de confusão que iria desencadear na mente do menino:
− Mas é lógico, meu filho! Essas ameixas pretas são cor-de-rosa − porque ainda estão verdes.
(BLOCH, Pedro. Criança diz cada uma!)
18. Esse texto tem por finalidade:
A) Esclarecer a relação existente entre processos de amadurecimento das frutas e sua coloração.
B) Exemplificar a diversidade de aspectos das frutas.
C) Ilustrar ludicamente problemas de comunicação.
D) Mostrar os vários sentidos de uma palavra.
E) Valorizar a criatividade das crianças.
O rei dos animais
Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim, o Leão encontrou o Macaco e perguntou: “Hei, você aí, Macaco – quem é o rei dos animais?” O macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: “Claro que é você, leão, claro que é você!”.
Satisfeito, o leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: “Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?”. E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: “Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?”.
Cheio de si, o Leão prosseguiu em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: “Coruja, não sou eu o maioral da mata?”. “Sim, és tu”, disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o Tigre. “Tigre” – disse em voz de estentor –, “eu sou o rei da floresta. Certo?” O Tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: “Sim”. E rugiu ainda mais mal-humorado e já arrependido, quando o Leão se afastou.
Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o Elefante. Perguntou: “Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?”. O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensangüentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou:” Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado”.
(FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas).
19. Observe as alternativas e assinale a opção de acordo com as respostas.
1. Neste texto Millôr Fernandes dialoga com um modelo muito antigo de texto narrativo – a fábula – trazendo-a para o mundo atual, incorporando à narrativa elementos da modernidade.
2. Ao atualizar o tema, fazendo referências a fatos ou circunstâncias do mundo moderno, o autor amplia o alcance de sua sátira, tornando mais explícita a identificação do leitor com o texto lido.
3. A forma de narrar desenvolvida pelo autor diminui a possibilidade de o leitor não se inserir no contexto e de não se identificar com os personagens.
4. Inserida na narração existe a intenção de fazer o leitor repensar comportamentos humanos.
A) Quando as alternativas 1, 2 e 3 estiverem corretas
B) Quando as alternativas 1 e 3 estiverem corretas
C) Quando as alternativas 2 e 4 estiverem corretas
D) Quando somente a alternativa 4 estiver correta
E) Quando todas as alternativas estiverem corretas
20. Em que alternativa a característica atribuída ao personagem da fábula não condiz ao seu comportamento?
A) Leão – presunçoso
B) Macaco – prevenido
C) Coruja – astuciosa
D) Tigre – ponderado
E) Elefante - impetuoso

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