domingo, 2 de agosto de 2015

Exercício de alta intensidade faz bem a pacientes com problemas cardíacos, diz estudo Resultado da pesquisa brasileira contradiz norma atual, que recomenda prática de atividade física moderada a cardiopatas

O estudo mostrou que pacientes com doença arterial coronariana que realizam treino de alta intensidade têm eficiência cardiorrespiratória superior àqueles que realizam atividade física moderada(Thinkstock/VEJA)


Um estudo brasileiro mostrou que fazer treinamento intervalado de alta intensidade pode melhorar a eficiência cardiovascular e respiratória em pacientes com problemas cardíacos. Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira, durante o 32.º Congresso de Cardiologia da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj).

Participaram do estudo 71 pacientes com doença arterial coronariana que foram divididos em três grupos: aqueles que realizaram exercício moderado durante 16 semanas, um grupo que não realizou exercício físico no mesmo período e um terceiro, que praticou atividade física de alta intensidade. A pesquisa foi realizada pelo Programa Total Care da Amil Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

LEIA TAMBÉM:



Os voluntários que realizaram o treino de alta intensidade passaram a ter uma eficiência cardiorrespiratória melhor do que o grupo que praticou atividade moderada. Por sua vez, os participantes que não fizeram nenhuma atividade física sofreram uma queda no rendimento cardíaco e respiratório.

Gustavo Cardozo, educador físico e um dos autores do estudo, afirma que essa é uma novidade e contradiz as recomendações existentes atualmente. "Pacientes cardiopatas são orientados a não realizar atividade física ou praticá-la de forma moderada, para não sobrecarregar o coração", diz. "Contrariando essa norma, o estudo mostrou que o treinamento intervalado de alta intensidade pode aumentar a eficiência cardiovascular e respiratória, melhorando a qualidade de vida destas pessoas."

Cardozo ressalta que indivíduos com cardiopatias precisam passar por uma avaliação clínica e física antes de iniciar qualquer atividade física. "Eles também devem treinar com a supervisão de um educador físico para ministrar a intensidade dos esforços", afirma.

Andar mais ao longo do dia protege contra o diabetes tipo 2

Nem sempre os benefícios da caminhada ocorrem quando ela é adotada no dia a dia como uma atividade física regular e com horários definidos. Procurar andar mais durante o dia — estacionando o carro mais longe do que o habitual, descendo do ônibus em algum ponto antes do habitual e levantando da cadeira, no trabalho, de tempos em tempos para dar uma volta, por exemplo — também pode ser positivo à saúde. Segundo um estudo da Universidade de Washington publicado em 2012, o hábito pode reduzir em até 30% o risco de diabetes tipo 2. O ideal, de acordo com a pesquisa, é dar ao menos 10.000 passos todos os dias, o equivalente a andar cerca de oito quilômetros.

Caminhar atenua a dor nas costas
A atividade não só ajuda a melhorar esse tipo de dor como pode ser tão eficaz quanto sessões de fisioterapia para isso. Em um estudo publicado este ano, pesquisadores israelenses selecionaram cerca de 50 pessoas que sofriam de dores nas costas e as submeteram a um entre dois tipos de programa de tratamento. Metade dos participantes foi submetida a um programa de fortalecimento muscular em uma clínica especializada com uma frequência de duas a três sessões de fisioterapia por semana durante seis semanas. O restante dos voluntários passou essas seis semanas em uma rotina de 20 a 40 minutos de caminhada por dois a três dias por semana. No final das sessões, ambos os grupos apresentaram uma melhora significativa em todas as áreas de avaliação, incluindo o fortalecimento dos músculos abdominais e das costas.

Caminhada rápida ou corrida previne síndrome metabólica
Um estudo dinamarquês publicado em 2012, que acompanhou mais de 100.000 adultos durante uma década, concluiu que pessoas que têm o hábito de realizar alguma atividade aeróbica moderada, como caminhada rápida ou corrida leve, podem chegar a diminuir pela metade o risco de ter síndrome metabólica. Essa condição reúne alguns dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares — portanto, eliminar esse problema de saúde é uma forma eficaz de evitar o surgimento de eventos como ataque cardíaco e derrame cerebral. A pesquisa, feita na Universidade de Copenhague, não encontrou esse mesmo benefício com a prática de exercícios menos intensos, como caminhadas leves.

Corrida em ritmo moderado aumenta a expectativa de vida
A corrida pode ser um dos segredos da longevidade. Um estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2012 concluiu que a prática regular do exercício é capaz de aumentar em até seis anos a expectativa de vida de uma pessoa em comparação com um indivíduo sedentário. E o melhor: para que o efeito positivo seja conquistado, não é preciso correr em ritmo intenso. Segundo a pesquisa, correr lenta ou moderadamente durante 2,5 horas por semana reduz as chances de morte em até 44% em homens em mulheres, além de aumentar em 6,2 e 5,6 anos a expectativa de vida dos sexos masculino e feminino, respectivamente.

Caminhada rápida aumenta a longevidade
Não é só a corrida — a caminhada em ritmo mais acelerado também pode garantir alguns anos a mais na vida de uma pessoa, inclusive na dos idosos. Uma pesquisa feita em 2011 na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, observou o impacto dessa atividade física sobre a saúde de mais de 30.000 pessoas com 65 anos ou mais. Segundo os resultados, os voluntários que caminhavam mais rapidamente do que 3,5 quilômetros por hora – a média do grupo — viviam, em média, mais do que o restante dos participantes.

http://veja.abril.com.br/noticia/saude/caminhada-rapida-pode-garantir-alguns-anos-a-mais-de-vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário