domingo, 5 de julho de 2015

Comprando um carro de até R$ 70.000

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Antes de começar uma breve explicação, meu nome é Marco sou de Uberaba – MG e me dispus a ajuda minha cunhada Marcia a trocar seu carro. Ela mora em Londrina – PR e durante minha visita a sua cidade nos dias 19 a 24 de junho fizemos um tour pela cidade para avaliarmos as melhores opções.
Me prontifiquei a ajuda-la pois além dos laços familiares foi eu quem ajudou ela a adquirir o carro atual que irá ser trocado. O carro é um Ford Focus 1.6 10/11. Na época o carro vinha ganhando todos os comparativos contra seus concorrentes e tinha um preço bastante razoável, para se ter uma ideia custava o mesmo que um Honda Fit.
Além disso eu acompanhei todo o histórico do carro durante os anos, sempre auxiliando-a com dúvidas sobre revisão, peças e afins. Eu mesmo já dirigi muito o carro, pois por vezes fizemos uma troca ela ficava com nosso Sandero e eu com o Focus durante algumas semanas.
O carro ainda estava muito bem conservado, no entanto como ela usa muito em estrada para trabalho e desfruta de uma situação econômica confortável não havia necessidade de prolongar o uso dele que já beirava os 90.000 quilômetros.
A ideia inicial era troca-lo com mais alguns meses, mas dada a deterioração econômica em que vivemos, acredito que quem deixar para fazer negócio daqui a alguns meses vai fazer negócio pior dos que são oferecidos hoje. Assim como quem está fazendo hoje dificilmente faz um melhor que a seis meses atrás por exemplo.
Isso acontece porque nossa taxa de juros não para de subir, e dificilmente alguém tem condições de fazer o negócio a vista. Além disso os preços dos carros já foram reajustados para reabsorver o IPI integral. Curiosamente a um ano atrás eu comprei aqui mesmo em Londrina um Renault Duster para minha mãe ao preço de R$ 65.000, e hoje o mesmo modelo custa R$ 74.000.
Além disso acredito que as montadoras ainda estão oferecendo algumas boas condições de pagamento dado o nível de estoque que elas possuem. No fim de 2014 as fabricas trabalharam a todo o vapor para deixarem bastante carros faturados antes do acréscimo do IPI. Assim elas poderiam posteriormente vender esses carros com uma gorda margem de lucro já que mesmo sendo fabricando com o incentivo o preço praticado na concessionaria já seria o reajustado.
Isso se provou durante a busca pelo carro novo e mais a frente explico melhor. Mesmo assim quem estiver com pretensão de trocar seu carro faça-o o quanto antes. Na minha visão o estoque alto das montadoras é temporário, as montadoras não têm mais o incentivo do governo para manter os níveis de fabricação que vinham tendo, mas em compensação o governo não vai impedir as demissões.
Elas já começaram, mas ainda é pouco perto do que está por vir, as montadoras estão procurando esgotar suas possiblidades antes, dando férias coletivas e fazendo PDVs. Simples praxe, nos próximos meses o ritmo de demissões irá aumentar e assim elas vão conseguir ajustar sua produção com a demanda mantendo suar gordas margens de lucro mesmo vendendo menos e com os juros mais altos e com o estoque no patamar da demanda não haverá necessidade de fazer nenhum agrado ao consumidor.
Antes de iniciar o tour sentamos para conversar sobre as pretensões dela. Como uma pessoa muito racional ela queria fazer antes de mais nada um bom negócio, independente do carro. Dando preferência para taxas zero, ou condições de pagamento com os mínimos de juros possíveis. O teto era R$ 70.000.
Ela tinha uma preferência em mente, ficou apaixonada pelo HR-V da Honda que ficou exposto no Shopping da cidade. Foi a primeira decepção dela. Expliquei que a hora para comprar um HR-V era péssima, o carro tinha filas para entrega e a Honda não oferecia nenhum benefício como bônus ou taxas especiais para ele.
Procurando por marcas que estavam praticando taxa zero, levantamos Citroen, Nissan, Renault e Hyundai. Mas por insistência dela visitamos também a Honda. Começando pela Citroen que era mais próxima de casa fomos muito bem atendidos pela Patrícia, não apertei muito ela com as características técnicas do carro já que eu já sabia, mas ela foi simpática e prestativa.
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Na Citroen vimos o C4 Lounge na versão Automática Tendance 14/15 pelo valor de R$ 76.290. As condições de pagamento eram o Focus avaliado em R$ 30.500 + R$ 6.500 e o restante em 24x de R$ 1.739,00. O total do negócio em 24 meses custaria então R$ 78.736,00. Apesar de estar um pouco fora do orçamento gostamos do carro, é muito bonito e tem um acabamento muito bom. A nota negativa ficou somente pela demora na avaliação do usado.
No dia seguinte fomos na parte da manhã à Nissan. Fomos muito mal atendidos pelo Eduardo, faltou cortesia e de certa forma parecia incrédulo quanto ao nosso real interesse no carro. De qualquer forma as condições eram um Sentra SV Automatico 14/15 por R$ 69.990 sendo o Focus avaliado em R$ 31.000 + R$ 10.994 e o restante em 24x de R$ 1.332,43 com o emplacamento de brinde. O total ao longo dos 24 meses seria de R$ 73.972,32.
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Apesar de ter avisado a Marcia quando ao HR-V não ser um bom negócio agora fizemos uma visita a Honda de qualquer forma na tarde daquele mesmo dia. Chegando lá ela percebeu o que eu expliquei, a versão mais simples não estava disponível e não tinha previsão. A pronta entrega somente a versão top por mais de R$ 85.000. Fica para a próxima.
Apesar disso fizemos uma simulação com o Honda Fit 15/15 na versão LX manual pelo preço de R$ 56.000 nas seguintes condições Focus avaliado em R$ 27.000 + 24x R$ 1.630,55 o total ao longo de 24 meses seria de R$ 66.132,20 já que a taxa da Honda era mais cara comparado a taxas das outras marcas até agora.
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Na manhã do terceiro dia fomos à Renault. Fomos muito bem atendidos pela Edicléia, o modelo avaliado era um Fluence Dynamique Manual 14/15 pelo preço de R$ 65.990. No entanto esse modelo não tinha em estoque, somente com bancos de couro como opcional que encarecia o modelo em R$ 2.000 ficando um valor de R$ 67.990. Aqui o Focus recebeu sua melhor avaliação R$ 32.000. O negócio foi proposto da seguinte forma, Focus R$ 32.000 + R$ 4.512 e o restante em 36x R$ 891 o total ao longo de 36 meses seria de R$ 68.588.
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A tarde fomos a Hyundai, inicialmente minha ideia era ver o i30 que no site consta como preço inicial de R$ 73.000, no entanto chegando a concessionária a vendedora Solange nos garantiu que não havia versões mais baratas que R$ 80.000. Além disso a taxa não era 0, e sim 0,49. Para não perdermos a viagem fizemos um test drive e simulamos a compra da Tucson.
A Tucson hoje tem modelo único, automática e 15/16 já pelo valor de R$ 73.990. Vale ressaltar que foi o melhor atendimento que tivemos. O negócio seria uma entrada de R$ 36.495 + 24x R$ 1.718,88 o total ao longo de 24 meses seria de R$ 77.748,12 e o Focus não foi avaliado aqui.
Ao fim do terceiro dia tínhamos cinco propostas, destas somente duas fizeram contato depois que saímos da concessionaria que foi a Citroen mas não apresentou nenhuma nova condição ligou somente para dizer quer a taxa zero iria até o fim da semana, e o outro contato foi da Renault que estava disposta a fazer o preço do Fluence com banco de couro por R$ 65.990.
Até aqui concordávamos que o melhor negócio, na nossa avaliação, era da Renault. O da Honda ilustra bem o porque queríamos a taxa 0. Que apesar de 0 não ter nada, ela ainda sim é muito mais barata que as taxas convencionais. No caso um Honda Fit estaria saindo em 24 meses quase o mesmo preço que o Fluence em 36 meses. E apesar da boa marca Honda, ainda assim não é carro para tanto.
Sendo assim combinamos no contato da Renault de voltar lá no outro dia. Mas antes fomos na Ford que de última hora soubemos que também estava com taxa zero em toda linha. O atendimento da Ford também foi muito ruim, e a Marcia não queria continuar na marca porque sempre reclamou muito da assistência técnica e do pós-vendas deles.
Ainda sim fomos ver o Focus, no estoque ela ainda não tinha o com o facelift. E nem por isso ela quis negociar o preço, a versão era de R$ 69.990 a mais barata manual. Argumentei que a Nissan ficava na mesma rua e vendia o Sentra Automatico pelos mesmos R$ 69.990 e a vendedora (que nem cartão deu então não lembro o nome) veio com aquela conversa de que a Ford é mais marca e etc.
O atendimento foi tão ruim que ela nem quis mostrar outra opção, por exemplo o Fiesta, que também estava na taxa zero e poderia vir a ser uma opção. Fico pensando o quanto a Ford gasta em publicidade para na hora que o cliente está na loja recebermos esse tipo de atendimento.
Talvez isso não tenha sido o mais inteligente da nossa parte, mas somando a antipatia que já tínhamos pela marca (eu também tive uma EcoSport e detesto a Ford) e o péssimo atendimento que recebemos na concessionaria não fizemos questão de voltar e perguntar quais seriam as condições para o Fiesta.
Seguimos para a Renault, apesar de ainda ser nossa melhor opção não tínhamos feito Test Drive no carro, e a Marcia tinha restrições quanto a cor do carro que era branco, não tinha outra opção de cor. Uma situação engraçada aconteceu na hora do Test Drive, a gasolina do carro acabou. Demorou um pouco mas arrumaram e saímos para o teste.
Na volta sentamos para resolver as diferenças, o Fluence não era o mais simpático dentre as opções para a minha cunhada e ela realmente não gostava da cor branca. Assim começou a rodada para compensarmos isso em alguma outra coisa com a concessionária. Sem entrar muitos detalhes nesse processo fechamos com a seguinte proposta R$ 32.000 do Focus + R$ 2.600 + 36x R$ 918 dando no total R$ 67.648 quase R$ 1.000 a menos que a oferta inicial além disso ela ganhou sensor de estacionamento, insulfilm, emplacamento e seguro DPVAT.
Considerando as opções que tínhamos acho que foi o melhor negócio. Tirando o lado subjetivo das opções como por exemplo se o Sentra é mais bonito, ou se o Fit é tão carro quanto o Fluence, na parte objetiva me parece que o negócio foi bom.
Alguns pode se perguntar porque me mantive no segmento de Sedans, saindo do Focus Hatch e não analisando outras opções Hatch, simples, porque não tínhamos carros nesse estilo em boas condições de pagamento. Golf, Bravo, Cruze Sport, 308, I30, não estavam com taxa 0 em suas concessionarias o que um eventual financiamento faria com que no fim o negócio saísse mais caro.
Considerações finais, como eu disse bem no começo o mercado ainda tem algumas boas opções de negócio, mas em sua grande maioria como vocês puderam perceber são de modelos 14/15 ou seja com pelo menos 6 meses de pátio já. Isso faz parte daquele lote que foi feito no fim do ano passado a todo vapor com o objetivo de aproveitar o IPI reduzido e depois lucrar em cima da incorporação do mesmo na tabela vigente de preços.

Não achei nenhum carro que fosse 15/15 ou mesmo 15/16 que oferecesse boas condições de pagamento, a maioria estava com juros acima dos 1,7% e ainda temos perspectivas de maior subida dos juros e mais reajustes de preços devido a flutuação do dólar e reajustes de tarifas que não acabam mais como os da energia.
http://www.noticiasautomotivas.com.br/comprando-um-carro-de-ate-r-70-000/

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