sábado, 9 de maio de 2015

Redução do crédito de habitação esfria mercado imobiliário catarinense


Na primeira semana em que as mudanças no financiamento de imóveis pelo sistema da Caixa Econômica Federal entraram em vigor, construtoras, imobiliárias e clientes apontam dificuldades para concretizar negócios 

Faz poucos dias que a Caixa Econômica mudou as regras para o financiamento imobiliário, além de ter aumentado os juros, e a alteração que começou a valer na segunda-feira esfria um mercado que já previa complicações neste ano de crise. Com a mudança, ficou mais difícil comprar imóveis usados. 

— A procura caiu bastante. Dos financiamentos, era 90% feito pela Caixa — conta Marcelo Schein, gerente de vendas na Ibagy Imóveis. 

Um pouco antes de atender a reportagem por telefone, ele estava em contato com outros bancos para viabilizar linhas de financiamento para a compra de imóveis. A alternativa do mercado vai ser buscar recursos em outras instituições financeiras, a juros maiores do que a estatal. Mas o impacto não afetou apenas as vendas futuras. 

— Tínhamos negócios em andamento que caíram por causa disso. Só na semana passada, três desistiram de comprar imóveis por causa disso — disse, destacando que a desistência ocorreu até mesmo antes de a mudança começar a valer, apenas com a notícia da redução anunciada pela Caixa. 

Construção civil deve ser beneficiada 

Profissão que faz a ponte entre interessados em adquirir um imóvel e os bancos, o correspondente bancário é quem viabiliza a aprovação do empréstimo do dinheiro para concluir a compra. Adilson Souza Machado está há 10 anos nesse mercado imobiliário com a empresa Invest Imóveis. E prevê que a situação ainda vai piorar. 

— Vai impactar? Vai. Complicará no curto prazo. Vamos ter que buscar alternativas em outros bancos — disse. 

Keli Rodrigues, correspondente bancária na empresa Click Caixa, conta que, para ela, os prejuízos já começaram nessa semana. A previsão é de que o mês seja bem inferior aos outros anteriores à mudança. 

— Eram de 13 a 15 contratos de financiamento por mês. Neste próximo mês, não temos previsão de fechar nem três. 

Um setor que parece ter um futuro promissor com a mudança é a construção civil. A manutenção em percentuais altos para imóveis novos deixou o produto mais atrativo. 

— Para nós, está excelente porque trabalhamos com foco em imóveis novos. Na verdade, estão incentivando a construção civil — afirma Paulo Azevedo, proprietário da imobiliária Pirâmides.

Fonte: PORTAL TRI

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