domingo, 17 de maio de 2015

Adolescente morta em Joaçaba foi asfixiada no local de trabalho, diz a polícia -- Crime ocorreu em março e corpo de Mariane Telles foi localizado em Jaborá, no dia 16 de abril

Delegado Régis apresentou detalhes e provas da investigação em coletiva neste domingo 

Foto: Michel Teixeira / Rádio Atual FM / Divulgação

Victor Pereira

A Polícia Civil de Joaçaba apresentou à imprensa, na tarde deste domingo, mais detalhes sobre a investigação do assassinato da adolescente Mariane Telles, 17 anos, incluindo a forma como o crime ocorreu no Meio-Oeste catarinense. Em entrevista coletiva, o delegado regional Daniel Sá Fortes Régis afirmou que o jardineiro Vagner Fernandes, 22 anos, que teria confessado o crime, matou Mariane asfixiada dentro da unidade do Senai de Joaçaba. Conforme Régis, depois o corpo da vítima foi levado de carro até o matagal em Jaborá, onde foi encontrado no dia 16 de abril.

O delegado informou que Mariane foi morta no mesmo dia em que desapareceu, 16 de março. O crime ocorreu durante a manhã, em um depósito dentro do Senai. A garota foi ao local com Vagner porque, de acordo com a polícia, era comum que os dois, que eram amigos, se encontrassem para comer sementes de girassol.
— Eles eram amigos há cerca de um ano, se conheceram porque a Mariane era amiga da esposa do Vagner. A Mariane e o Vagner não tinham nenhuma ligação amorosa, ele mesmo disse isso em depoimento e desmentiu a própria versão inicial de que havia relacionamento — detalha o delegado Régis.

Crime e ocultação



Dentro do depósito, que fica embaixo de uma escada em área mais isolada da unidade, o jardineiro teria tentado estuprar Mariane. Ela reagiu e ele decidiu matá-la para evitar que o crime fosse denunciado. Vagner usou um fio de náilon que estava no local e asfixiou a adolescente até a morte. Em depoimento, o rapaz disse que o homicídio não foi premeditado.
Depois de assassinar Mariane, o jardineiro enrolou o corpo em um tapete vermelho e o escondeu em um matagal nos fundos do Senai. Passadas algumas horas, ele levou o corpo para Jaborá, por volta de 15h30min.
— A escolha por Jaborá ocorreu porque ele conhecia o ambiente, ele tinha morado perto dali, e os pais continuavam morando — explica o delegado.
De volta ao Senai, Vagner bateu o ponto às 17h30min, trabalhou normalmente e colocou o tapete vermelho na sala de onde tinha tirado. A bolsa e demais pertences da vítima foram enterrados próximo ao corpo, e revelados à polícia pelo próprio jardineiro. O celular da garota foi destruído por Vagner, e a investigação ainda busca pedaços do aparelho para poder incluir no inquérito.
O jardineiro será indiciado por homicídio, ocultação de cadáver e tentativa de estupro. Depois de passar os últimos dias na delegacia, ele foi encaminhado neste domingo ao Presídio Regional de Joaçaba. A Polícia Civil ainda depende de algumas perícias para concluir a investigação, o que tem prazo de 30 dias para ocorrer. A contar deste domingo, o delegado tem 20 dias para remeter o processo ao Judiciário.
A diretoria do Senai informou que Vagner Fernandes era funcionário de uma empresa terceirizada e destacou que a instituição está abalada com o crime. Disse, ainda, que é solidária à família da vítima e que desde o início do caso tem colaborado com as investigações.







DIÁRIO CATARINENSE

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