O ministro da Educação, Cid Gomes, anunciou nesta sexta-feira (30) que vai abrir uma consulta pública nos próximos dias para debater a construção de um formato de Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) online. No último dia 13, ele já havia anunciado que pretende reformatar o exame do MEC para que a prova não seja mais realizada em um único fim de semana por ano, mas "toda hora, todo dia".
De acordo com o ministro, a ideia é que o banco de dados que contém as questões usadas nas provas do Enem seja expandido ao ponto de ter um número de itens suficiente para que várias provas sejam criadas seguindo a mesma metodologia de avaliação do exame.
"Imagina se o Ministério da Educação tiver, e isso sem nenhum cuidado com sigilo, oito mil quesitos de cada um dos temas, listados, colocados a julgamento público para que todos possam contestar. Se eu tiver esse banco de dados, ele pode ficar aberto ao público. Isso é fonte de estudo", explicou Gomes, destacando que será necessário abranger todos os temas e suas subdivisões, graduados em perguntas fáceis, médias e mais complexas. Além disso, o conjunto de itens de cada prova terá que aferir o mesmo conhecimento dos alunos.
Mais questões, menos fraude
Segundo o ministro, o pré-requisito para que o MEC concretize o 'Enem online' é continuar expandindo o banco de questões. Ele não afirmou quantas questões atualmente já existem no banco, mas diz que o objetivo é que ele chegue a 32 mil questões, incluindo oito mil questões de cada uma das quatros provas objetivas (ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e matemática).
"Se a pessoa for capaz de decorar sem aprender oito mil questões de cada área, 32 mil quesitos no total, a pessoa é um gênio", exemplificou Gomes, ressaltando que esse formato ajudaria inclusive a minimizar a possibilidade de fraudes no exame, já que não existiria mais a necessidade de vazamento de questões de uma prova específica.
Logo após a definição do banco de dados com as perguntas, o ministro diz que será necessário definir os locais de aplicação do exame, para que não haja o risco de terceiros realizarem a prova para o candidato. "O terminal do computador vai recolher uma pergunta do banco de dados de cada um dos temas, mas sempre uma pergunta diferente. Um estudante está aqui fazendo uma prova e o que está do lado estará fazendo uma prova totalmente diferente. Claro que a gente tem que ter estruturas seguras, pois a pessoa pode levar um outro", afirmou o ministro.
Infraestrutura
Após a consulta pública para a criação do banco, será preciso orçar uma infraestrutura que seja capaz de disponibilizar a provas para os estudantes que estão concluindo o ensino médio dentro de um período específico do ano. Os demais candidatos que quiserem testar conhecimento, poderão realizar a prova em qualquer período.
O modelo de aplicação das provas objetivas sugerido pelo ministro se assemelha ao SAT, o exame de admissão para as universidades dos Estados Unidos.
Para a aplicação da prova de redação, o ministro destacou que será preciso criar mecanismos diferentes, já que a mesma precisa ser corrigida.
De acordo com Gomes, tudo que será feito na sua gestão à frente do Ministério da Educação será colocado em discussão para posteriormente ser aberta uma consulta pública, o que, segundo ele, dará transparência aos processos. A abertura da consulta pública sobre a proposta será feita em fevereiro. Serão aceitas propostas de questões e quesitos para acréscimo ao banco de itens. "Tenho que ter o envio de quesitos, depois tenho que validar esses quesitos", explicou ele.
"O Enem é um processo irreversível, mas que no início teve muito antagonismo na sua implementação. De alguma forma ele feriu muitos interesses. O Enem é a forma mais democrática, mais racional, mais humana que a gente pode oferecer a nossa juventude que conclui o terceiro ano do ensino médio", acrescentou o ministro.
Fonte: G1
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