sábado, 10 de janeiro de 2015

O que é folclore? A origem do folclore

O que é folclore?
A palavra surgiu a partir de dois vocábulos saxônicos antigos. "Folk", em inglês, significa "povo". E "lore", conhecimento. Assim, folk + lore (folklore) quer dizer
''conhecimento popular''. O termo foi criado por William John Thoms (1803-1885), um pesquisador da cultura européia que em 22 de agosto de 1846 publicou um artigo
intitulado "Folk-lore". No Brasil, após a reforma ortográfica de 1934, que eliminou a letra k, a palavra perdeu também o hífen e tornou-se "folclore".
Folclore é o conjunto de todas as tradições, lendas e crenças de um País. O folclore pode ser percebido na alimentação, linguagem, artesanato, religiosidade e
vestimentas de uma nação.
Segundo a Carta do Folclore Brasileiro, aprovada pelo I Congresso Brasileiro de Folclore em 1951, "constituem fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular, ou pela imitação".
O folclore é o modo que um povo tem para compreender o mundo em que vive.
Conhecendo o folclore de um País, podemos compreender o seu povo. E assim conhecemos, ao mesmo tempo, parte de sua História. Mas para que um certo costume seja realmente considerado folclore, dizem os estudiosos que é preciso que este seja praticado por um grande número de pessoas e que também tenha origem anônima.


A origem do folclore 
De origem inglesa, o folclore é uma palavra originada pela junção das palavras folk, que significa povo; e lore, que significa sabedoria popular. Formou-se então a palavra folclore que quer dizer sabedoria do povo, sabedoria esta que é passada de geração para geração, através das histórias que são contadas sobre os mitos e lendas do folclore. Muitas nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.



As lendas são história contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.


Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.
Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil:
BOITATÁ
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como “fogo que corre”.
BOTO
Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.



Cobra Honorato ou Cobra Grande

Numa tribo da Amazônia, algo inusitado aconteceu uma índia engravidou de uma cobra, uma boiúna após um banho de rio.
Passados nove meses, a índia deu a luz à duas crianças, na verdade duas cobrinhas. A mãe desesperada e assustada por seus filhos serem cobras, jogou-os no rio. 
As duas cobras cresceram livremente pela mata e pelo rio. Viviam sempre juntas. Os índios deram-lhe os nomes de: Cobra Honorato (para o menino) e Maria Caninana (para a menina) 
Com o passar do tempo as diferenças entre as duas cobras foram ficando cada vez mais evidentes. Cobra Honorato era mais forte e bom, nunca fazia mal a ninguém, sempre estava pronto para ajudar, salvou muita gente de morrer afogada. 
Com freqüência, Cobra Honorato vinha visitar a mãe na aldeia. Saia sempre no meio da noite e sob a luz do luar tirava seu couro de cobra e se transformava em um bonito rapaz. Ainda pela madrugada, antes do último canto do galo, Honorato metia-se novamente dentro do seu couro de cobra e mergulhava de volta no rio, voltando a ser a Cobra Honorato. 
Já Maria Caninana era violenta e má. Afundava as embarcações, matava os náufragos, atacava os pescadores, feria os peixes. Jamais procurou a sua mãe. Um dia após presenciar uma das maldades de Maria Caninana, Cobra Honorato para detê-la, a matou. 
Para desfazer o encanto sofrido pela Cobra Honorato, alguém de coragem teria que encontrar a cobra dormindo e sacudir dentro de sua boca três pingos de leite de mulher, além disso teria que ferir comum ferro a cabeça da cobra. Após isso Honorato se transformaria em homem para sempre. 
Muitos com pena de Honorato quiseram tentar desfazer o encanto, mas tinham medo quando o viam transformado em cobra. 
Até que um dia um soldado, que fez amizade com Honorato enquanto estava transformado em homem, criou coragem e venceu o encanto. Após dar três gostas de leite na boca da cobra dormindo, deu-lhe uma machadada na cabeça. 
A cobra se sacudiu e depois estirou-se no chão. Honorato saiu então de dentro do couro da cobra e ajudou o amigo soldado à queimar o mesmo. Assim o encanto foi quebrado, e Honorato viveu por muitos anos. 

Sapucaia oroca ou Sapucaia-Roca
Esta lenda conta a história de uma aldeia que vivia às margens do rio Madeira. Os índios contam que era uma tribo muito alegre, valorizavam muito as festas que davam em honra ao deus Tupã. Porém, suas celebrações eram impuras, eles exageravam, blasfemavam, aprontavam de tal forma que faziam os espíritos protetores da aldeia, os angaturamas, chorarem de tristeza. 
Também não gostavam de trabalhar, queriam viver a festejar. 
Por muitas vezes os pajés advertiam a tribo do castigo que poderiam sofrer caso não parassem de fazer coisas erradas. 
Mas os habitantes da tribo não o ouviam. 
Um dia depois de festejos, danças e orgias a terra tremeu e as águas do Rio Madeira ergueram-se invadindo a aldeia, fazendo assim desaparecer toda a tribo. 
Hoje no lugar onde seria a tribo, se vê altos barrancos. A lenda conta ainda, que os espíritos protetores comovidos pelo arrependimento da população deixaram a aldeia intacta debaixo das águas do rio e transformaram seus habitantes em seres encantados das águas . 



O Véu da Noiva




O pai da índia Pingo d'Água chamou-a e para comunicar-lhe que estava prometida em casamento para Pucaerin, um bravo caçador. A jovem, assustada, disse a seu pai que não amava o valente índio, e sim Itaerê, e lhe suplicou que reconsiderasse a decisão. O velhoíndio, no entanto, disse que não haveria como, pois tal casamento seria conveniente à paz entre as tribos vizinhas. A bela índia, então, muito triste, disse que pediria forças a deusa Jaci para suportar tal encargo.
Á noite, Pingo d'Água saiu a caminhar, pedindo a Tupã que a salvasse do triste destino. Infelizmente, as preparações para o festejo prosseguiram, e Pingo d'Água ia ficando cada vez mais angustiada. pensava que seu amado Itaerê viria e ambos fugiriam. Mas ele não apareceu. Quando começou a celebração, o grande- chefe iniciou a cerimônia, ordenando que trouxessem a noiva. Houve demora, até que vieram avisar que ela não se encontrava na oca. Imediatamente, os índios saíram para procurá-la. Todos desconfiavam que Itaerê a tinha raptado. 
Seguiram o rastro da moça até perto da cachoeira, de onde as águas caíam a grande altura. Pingo d'Água não mais apareceu. Dias depois, uma criança correu avisar a tribo que havia um corpo boiando próximo às rochas em que as águas da cachoeira despencavam. Era Pingo D’Água, a noiva que acabara morrendo pelo amor de outro homem. A cachoeira recebeu, então, o nome de "Véu da Noiva".


CURUPIRA
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
LOBISOMEM
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.
MÃE-D’ÁGUA
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d’água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.
CORPO-SECO
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
PISADEIRA
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.
MULA-SEM-CABEÇA
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.
MÃE-DE-OURO
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.
SACI-PERERÊ
O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.
Curiosidades:
- É comemorado com eventos e festas, no dia 22 de Agosto, aqui no Brasil, o Dia do Folclore.
- Em 2005, foi criado do Dia do Saci, que deve ser comemorado em 31 de outubro. Festas folclóricas ocorrem nesta data em homenagem a este personagem. A data, recém criada, concorre com a forte influência norte-americana em nossa cultura, representanda pela festa do Halloween – Dia das Bruxas.
Para se determinar se um acontecimento é folclórico, ele deve apresentar as seguintes características:


* Tradicionalidade: vem se transmitindo geracionalmente.
* Oralidade: é transmitido pela palavra falada.
* Anonimato: não tem autoria.
* Funcionalidade: existe uma razão para o fato acontecer.
* Aceitação coletiva: há uma identificação de todos com o fato.
* Vulgaridade: acontece nas classes populares e não há apropriação pelas elites.
* Espontaneidade: não pode ser oficial nem institucionalizado.
As características de tradicionalidade, oralidade e anonimato podem não ser encontrados em todos os fatos folclóricos como no caso da literatura de cordel, no Brasil, onde o autor é identificado e a transmissão não é feita oralmente.
O folclore inclui mitos, lendas, contos populares, brincadeiras, provérbios, adivinhações, orações, maldições, encantamentos, juras, xingamentos, gírias, apelidos de pessoas e de lugares, desafios, saudações, despedidas, trava-línguas. Também inclui festas, encenações, artesanato, medicina popular, danças, música instrumental, canções (inclusive as baladas e canções de ninar).
A lista do que é folclore ainda inclui gestos, a maneira de chamar a atenção que usam os vendedores de rua, os símbolos, as receitas de comidas, os motivos dos bordados, alguns tipos de cercas e de casas e até mesmo maneiras de chamar e dar comandos aos animais, porque todas essas manifestações são muito próprias de cada cultura e diferem de região para região.
22 de Agosto - Dia do Folclore


Folclore é o conjunto de todas as tradições, lendas e crenças de um País.


O folclore pode ser percebido na alimentação, linguagem, artesanato, religiosidade e vestimentas de uma nação.
Segundo a Carta do Folclore Brasileiro, aprovada pelo I Congresso Brasileiro de Folclore em 1951, "constituem fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular, ou pela imitação".
Em 22 de agosto, o Brasil comemora o Dia do Folclore. A data foi criada em 1965 através do Decreto Federal nº 56.747, de 17 de agosto de 1965.
No Estado de São Paulo, um decreto estadual instituiu agosto como o mês do folclore.


Fontes de referência


IBGE Teen
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/folclore/home.html
Terra Educação - Almanaque
http://educaterra.terra.com.br/almanaque/datas/folclore.htm
Wikipédia – Folclore
http://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore

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