sábado, 10 de janeiro de 2015

LENDAS DO BRASIL - SUDESTE








O FRADE E A FREIRA


Quando a região se povoava no trabalho da terra, vieram também os semeadores da fé, pregando e sofrendo ao lado dos homens pecadores.


Um frade ali missionou, ensinando orações e espalhando exemplos de esperança.


Era moço, forte, soldado da milícia qie vencia o mundo, batalahndo por Jesus Cristo.


Na aldeia, não mais acampamentos indígenas e ainda não Vila-del-Rei, freiras divulgavam a ciência do esforço de sacrifício, silenciosa e contínua como o correr de um rio na solidão.


Aqueles que se deram a Deus, só a Ele pertencerão eternamente. O amor divino é absoluto e completo. Nada restará para a esmola a outros amores.


Frade e freira, servo e esposa de Cristo amaram-se, tendo os sinais visíveis do juramento a um outro amor, inviolável e severo.


Foram amando e padecendo, abafando no coração a chama alta do desejo fremente, invasora, sonora de paixão.


As razões iam desaparecendo na marcha alucinate de um amor tão vivo e maravilhoso como a terra virgem que o acolhia.


De furto, orando, chorando, penando, encontravam-se para um olhar mais demorado e uma recordação mais cruel e deliciosa.


Nas margens do Itapemirim andavam as duas sombras negras, lentas, numa procissão de martírio, resistindo às tentações da floresta, do silêncio e da vontade envolvedora.


Se foram ou não um do outro, num milagre humano de esquecimento, não recorda a memória popular.

Apenas, uma vez, não voltaram às suas casas. Faltou um frade nas matinas e houve um lugar vago entre as freiras.


Às margens do Itapemirim, claro e rápido, sobre fundamentod de granito, ergueu-se o casal, num diálogo que atravessa os séculos, ouvido pelas tempestades e compreendido pelos passarinhos.


É o grupo do frade e a freira...



Transformou-os Deus em duas estátuas de pedra, reconhecíveis, identificáveis, perfeitas.



Não os separou nem os uniu num abraço perpétuo à face dos homens.


Deixou-os próximos e distanciados, nas atitudes de meditação e de reza, de sonho e de resignação, frente a frente, imagem da imóvel felicidade, da obstinação amorosa, esperando o infinito.


E assim, eternamente, ficarão...


Cascudo, Luís da Câmara. Lendas Brasileiras para Jovens. São Paulo: Global Editora, 2006

OUTRAS:

- Onça maneta


- Cuca

- Lobisomem

- Bicho- Papão

- Procissão das almas

- Mão cabeluda

- Caipora e Curupira

- O Diabinho da garrafa

- Quibungo

- Saci-Pererê

- Mula- Sem- Cabeça

Na região Sul


- Cuca


- Lobisomem

- Bicho- Papão

- Saci-Pererê

- Mula- Sem- Cabeça

- O Diabinho da garrafa

- A Gralha Azul

- O Negrinho do Pastoreio

- Procissão das almas

- Mão cabeluda

- Caipora e Curupira

- João de Barro

- Pé de Garrafa




BOI BUMBÁ

Uma das festas mais tradicionais do Brasil, tendo englobado até vários reisados, o bumba-meu-boi é uma espécie de auto em que se mistura teatro, dança, música e circo. Ele é representado sob os mais diferentes nomes em localidades que vão do Rio Grande do Sul (como boizinho) e Santa Catarina (boi-de-mamão) aos estados do Nordeste (boi-de-reis) e o Amazonas (boi-bumbá).
O boi, figura central do auto, geralmente é feito com uma armação de cipó coberta de chita, grande o bastante para que um homem a vista. A cabeça que pode ser feita de papelão ou com a própria caveira do animal. Na encenação, a lenda pode ser contada de várias formas, mas a história básica é a da escrava Catirina (ou Catarina), grávida, que pede ao marido Chico (ou Pai Francisco) para que mate o boi mais bonito da fazenda porque quer comer a sua língua.
Ele atende ao desejo da mulher e é preso pelo seu feitor, que tenta a todo custo ressuscitar o boi, com a ajuda de curandeiros. Boi revivido, tudo acaba em festa. Outros personagens podem entrar na história para dançar, dependendo do tipo de boi: Bastião, Arlequim, Pastorinha, Turtuqué, o engenheiro, o padre, o médico, o diabo etc, todos quase sempre interpretados por homens, que se travestem para compor os personagens femininos.


BOITATÁ


O Boitatá é o gênio que protege as campinas e sempre castiga os que põem fogo no mato.
Quase sempre ele aparece sob a forma de uma cobra muito grande, com dois olhos enormes, que parecem faróis. Às vezes, surge também com a aparência de um boi gigantesco, brilhante.


BOTO ROSA

Ao cair da noite na Amazônia, o boto cor-de-rosa deixa os rios e transforma-se em um lindo e sedutor rapaz, que sai em busca de uma garota para namorar. Além de galante e sedutor, o boto dança como ninguém e enfeitiça as meninas indefesas. De madrugada, o namorador volta para o rio, onde se transforma de novo em boto.
Essa é uma lenda contada na floresta amazônica para explicar por que tantas meninas têm filhos sem pai: são todos filhos do boto.
Os botos são golfinhos de água doce. Mas apesar de serem parecidos, golfinhos e botos não são iguais. Os golfinhos são acinzentados. Já os botos podem ser pretos, acinzentados ou meio avermelhados, como o boto cor-de-rosa. O bico do boto é mais comprido e possui pêlos na parte de cima.
A principal diferença entre eles é que os golfinhos vivem no mar e os botos, em rios. O boto cor-de-rosa, de nome científico Inia geoffrensis, aparece nos rios da América do Sul, principalmente na Amazônia brasileira e na bacia do rio Orenoco na Venezuela.


CUCA


Olá, eu sou a Cuca ou Coca, dependendo do lugar onde apareço tenho um nome diferente! Pode ser Cuca, Coca, Coco, La Cuca, enfim...



Sou uma velhinha feia em forma de jacaré que rouba criancinhas desobedientes, que não dormem cedo e que falam fora de hora.


Todos têm muito medo de mim, apareço sempre à noite e levo as crianças em sacos.

Cuidado comigo, não faça manha, nem desobedeça porque senão te pego e te levo no meu saco!

Ando por aí cantando:

Dorme nenê,


Que a cuca vem pegar,

Papai foi na roça,

Mamãe foi trabalhar!



CURUPIRA


Olá! Eu sou o Curupira, moro na Amazônia e sou um menino embora meu nome termine em A. Não sou muito alto não, mas também não sou baixinho. Sou ruivo por parte de mãe e por parte de pai. Eu acho, não sei bem. Tenho os pés com calcanhares pra frente e quando eu quero ninguém me acha. 

Minha fruta predileta é manga, ainda bem que tem muito na mata que eu moro e das bem docinhas. Uma das coisas que eu mais gosto é ficar na sombra das árvores comendo frutas. Não é fácil me ver, eu me escondo bem, e se alguém tentar me ver eu saio correndo e não deixo nem pegada, quer dizer, deixar pegada eu deixo, mas quem é que entende um rastro de pés virados pra dentro? É difícil.
Eu sou protetor das matas. É, sou meio super herói. Não gosto de caçadores e nem de ninguém que queira destruir a floresta porque a floresta é a minha casa. Minha e de mais um montão de bichos, plantas e seres da natureza. Por isso eu cuido dela e quando vejo alguém que possa ameaçar essa natureza eu jogo meu encanto e faço a pessoa ficar perdida na floresta, muito, muito, muito tempo. Até eu cansar e a pessoa ficar com muito medo de mim e ir embora.
Eu sou muito curioso. Muito mesmo. Por isso, um dos jeitos de me deixar distante é fazer uma bolinha de cipó com uma trança e me desafiar pra encontrar a ponta da bolinha. Eu vou correndo e pego aquela bolinha e fico mexendo nela de um lado, do outro e quando eu vejo a pessoa fugiu. Foi embora.
Meu prato predileto é salada de folha de manga e o meu sonho é ver a Amazônia protegida de todo perigo e sempre linda e cheia de árvores grandes, rios limpos e passarinhos. Eu adoro passarinhos.


MULA SEM CABEÇA

Eu sou a Mula Sem Cabeça, uma lenda muito famosa e conhecida em todo o Brasil. Adoro a lua cheia, sou muito bonita, posso ser marrom ou preta, tenho ferraduras de prata e de aço, um relincho muito alto. No lugar de uma cabeça de mula tenho uma imensa chama de fogo que está sempre intensa. Eu queria ter cabelos bem longos e loiros, mas o que fazer se sou uma lenda sem cabeça? 

Há quem diga que eu sou uma versão feminina do lobisomem e que fico assombrando casas perto de igrejas, imagina só. Eu não assombro só casas perto da igreja, assombro as que ficam longe também. Adoooro assombrar! Bú! Assustou? Não? Ah! Mas eu assombro todo mundo. Ninguém escapa de mim nas noites de lua cheia de quinta para sexta-feira. É nessa noite que me transformo de mulher para Mula Sem Cabeça.
E eu corro muito rápido e em alta velocidade durante toda a noite assombrando todo mundo que cruza o meu caminho, quanto mais eu corro mais gente eu assusto porque consigo ir rápido de um lugar para o outro. E fico assim em formato de Mula Sem Cabeça até o nascer do sol e o terceiro galo cantar. Aí eu volto pra minha forma humana.
Mas enquanto sou Mula sem Cabeça eu ataco muitas pessoas. Só não consigo atacar a pessoa quando ela deita de bruços no chão e esconde as unhas e os dentes. Daí eu sou obrigada a ir embora. Não gosto nada disso porque eu gosto mesmo é de assombrar. Nunca queira me encontrar, pois eu sou má e muito, muito assustadora. Quem me vê jamais esquece.


NEGRINHO DO PASTOREIO

Sou o Negrinho do Pastoreio e minha história era contada por muitos brasileiros que lutavam pelo fim da escravidão. Naquela época havia o dono de uma fazenda que era muito malvado, um dia ele me mandou para pastorear cavalos. Voltei no fim da tarde e o fazendeiro percebeu que faltava um cavalo. 



Levei uma surra tremenda! Depois do sufoco que passei, encontrei o cavalo que estava faltando pastando, lacei-o com a corda, mas ele fugiu de novo.


Quando voltei sem o cavalo mais uma vez o fazendeiro me espancou e me amarrou em cima de um formigueiro.

No dia seguinte o fazendeiro levou o maior susto! Quando ele chegou, eu já não tinha marcas pelo corpo, estava em pé e ao meu lado estava a virgem Nossa Senhora juntamente com alguns animais.

Ele se ajoelhou e me pediu desculpas, mas apenas beijei a mão de Nossa Senhora, montei em um cavalo e parti conduzindo os outros animais.


SACI PERERÊ

Oi, eu sou o Saci Pererê e pra me encontrar na floresta é só procurar um gorro vermelho pulando no meio da mata. O Tio Barnabé do Sítio do Pica Pau Amarelo me chama de Diabinho de uma perna só. Eu só tenho uma perna mesmo, mas não sou um diabinho. Tá certo que eu sou bagunceiro e vivo arrumando confusão por onde eu passo.
Eu gosto de azedar o leite, quebrar pontas de agulhas, esconder coisas, embaraçar novelos de lã, jogar mosca na sopa dos outros, queimar o feijão que está no forno, o bolo no fogão, ficar gorando a galinha botando ovo, puxar o rabo do porco, fazer barulho no bambuzal, correr atrás do gado a noite e provocar cachorro é o que eu mais gosto de fazer. Eles latem e fazem o maior barulho.
Eu, como todo Saci me divirto fazendo maldade, mas não maldade grande e feia. Maldadezinha das pequenas. Eu vou de um lado pro outro num redemoinho de vento. É assim que eu me locomovo e pra me pegar só com peneira. É. Uma peneira e eu já era. Fico preso, mas posso fugir. Agora, se tirarem o meu gorro e me prenderem dentro de uma garrafa daí eu não tenho como fugir e a pessoa que me prender vira meu dono. Até hoje ninguém me pegou não.
Eu não sou só bagunceiro. Eu conheço muito bem a floresta. Tão, tão bem que entendo tudo de ervas e sei fazer um montão de tipos de chá. Além deles serem gostosos, ajudam na cura de doenças. Os sacis são bons com ervas. É um segredo de família e nenhum saci pode contar pra ninguém.
Dia 31 de outubro comemoram o dia do Saci. É, eu sou importante. Nós Sacis somos tão famosos que tem até gente criando a gente em fazendas por aí. Acredita?


VITÓRIA RÉGIA

A lenda da vitória-régia é uma lenda brasileira de origem indígena tupi-guarani. 

Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua ,era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia, Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento.
Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada pela lua.
Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem do deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo e se afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta vitória-régia.
Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.



Lobisomem


Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.



Mãe-D'água


Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.



Corpo-seco


É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.



Pisadeira


É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.



Mãe-de-ouro


Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.


A Matinta-Pereira,


Também conhecida como Mati-Taperê, é uma personagem do folclore da região norte do Brasil. É representada por uma mulher idosa e assustadora que veste uma roupa escura e velha. De acordo com a lenda, a Matinta passa as noites e madrugadas pelas ruas assoviando de forma estridente, amedrontando as pessoas.
A lenda da Matinta Pereira 
De acordo com a lenda, uma forma de não ser perturbado pela Matinta seria oferecendo a ela, no dia seguinte, algum tipo de alimento e tabaco (fumo). Desta forma ela deixaria de assustar as pessoas da casa, parando de assoviar. Caso contrário, ficaria assoviando todas as noites nas proximidades da casa.
Em algumas regiões do Norte do Brasil, a Matinta aparece com um pássaro escuro que a ajuda a assustar as pessoas, assoviando de forma assustadora e levando azar por onde passa. Em outras versões da lenda, ela possui a capacidade de se transformar em um pássaro.
Aprisionando a Matinta 
Diz ainda a lenda que, a única forma de aprisionar a Matinta é executando alguns rituais: enterrar no chão (local onde passa a Matinta), à meia-noite, uma tesoura aberta com um terço e uma chave. Quando a Matinta passar por cima ficará presa.
A Matinta Pereira, também chamada de Matinta Perera, é mais uma lenda do rico e interessante folclore da região amazônica brasileira. Foi possivelmente criado há muitos anos atrás e é passado de geração para geração até os dias de hoje.


A lenda da Gralha Azul


É típica da região sul do Brasil, principalmente do estado do Paraná. A gralha azul é a ave replantadora da árvore símbolo do estado do Paraná: a araucária (tipo de pinheiro). De acordo com a lenda, a ave tem a missão divina de ajudar na disseminação desta árvore. Durante o outono, os bandos de gralhas azuis pegam os pinhões (frutos das araucárias) e os estocam no solo ou em pedaços de árvores apodrecidos no chão. Neste processo, favorecem o nascimento de novas árvores.
A lenda 
De acordo com a lenda, a muito tempo atrás, a gralha azul era apenas uma gralha parda, semelhante as outras de sua espécie. Mas um dia a gralha azul resolveu pedir para Deus lhe dar uma missão que lhe faria muito útil e importante. Deus lhe deu um pinhão, que a gralha pegou com seu bico com toda força e cuidado. Abriu o fruto e comeu a parte mais fina. A outra parte mais grodinha resolveu guardar para depois, enterrando a no solo. Porém, alguns dias depois ela havia esquecido o local onde havia enterrado o restante do pinhão.
A gralha procurou muito, mas não encontrou aquela outra parte do fruto. Porém, ela percebeu que havia nascido na área onde havia enterrado uma pequena araucária. Então, toda feliz, a gralha azul cuidou daquela árvore com todo amor e carinho. Quando o pinheiro cresceu e começou a dar frutos, ela começou a comer uma parte dos pinhões e enterrar a parte mais gordinha (semente), dando origem a novas araucárias. Em pouco tempo, conseguiu cobrir grande parte do Estado do Paraná com milhares de pinheiros, dando origem a floresta de Araucária. 
Quando Deus viu o trabalho da gralha azul, resolveu dar um prêmio a ela: pintou suas penas da cor do céu, para que as pessoas pudessem reconhecer aquele pássaro, seu esforço e dedicação. Assim, a gralha que era parda, tornou-se azul.
Curiosidade: - A gralha azul é a mascote do Paraná Clube, importante time de futebol de Curitiba. A ave também aparece no escudo do time.




IARA


Também conhecida como a “mãe das águas”, Iara é uma personagem do folclore brasileiro. De acordo com a lenda, de origem indígena, Iara é uma sereia (corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo) morena de cabelos negros e olhos castanhos.



A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do país, onde costuma viver. Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistível canto. As vítimas costumam seguir Iara até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia. Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé (chefe religioso indígena, curandeiro) pode livrar o homem do feitiço.





Origem da personagem

Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.

Curiosidade:

- A palavra Iara é de origem indígena. Yara significa “aquela que mora na água”
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Caipora 



Montado em um porco selvagem, o caipora anda nu pela floresta e domina todos os animais. De acordo com a lenda, ele ataca os caçadores que não cumprem os acordos de caça feitos com ele. Assim como o Curupira, de quem possui um parentesco, sua missão é proteger os animais da floresta.





Forma de agir 



De acordo com a lenda, o Caipora é o terror dos caçadores que caçam além das necessidades. O Caipora usa todos seus conhecimentos sobre a vida na floresta para fazer armadilhas para os caçadores, destruir suas armas e bater nos cães de caça. O caipora assusta os caçadores, reproduzindo sons da floresta, além de modificar os caminhos e rastros para fazer com que os caçadores se percam na floresta.





Ainda diz a lenda que aos domingos, sextas-feiras e dias santos o Caipora age com mais força e de maneira mais intensa. Uma forma de escapar da ação do Caipora é oferecer-lhe fumo de corda e outros presentes, que devem ser deixados próximos ao tronco de uma árvore, de preferência numa quinta-feira. Mesmo assim, não é garantia de que o Caipora não irá agir, pois dizem que ele pode ser traiçoeiro.




A lenda da mandioca


É um exemplo do folclore dos índios tupis. Ela explica a origem desta raiz que é um dos principais alimentos dos povos indígenas brasileiros.
A lenda 
De acordo com a lenda, uma índia tupi deu a luz a uma indiazinha e a chamou de Mani. A menina era linda e tinha a pele bem branca. Vivia feliz brincando pela tribo. Toda tribo amava muito Mani, pois ela sempre transmitia muita felicidade por onde passava.
Porém, um dia Mani ficou doente e toda tribo ficou preocupada e triste. O pajé foi chamado e fez vários rituais de cura e rezas para salvar a querida indiazinha. Porém, nada adiantou e a menina morreu.
Os pais de Mani resolveram enterrar o corpo da menina dentro da própria oca, pois esta era a tradição e o costume cultural do povo indígena tupi. Os pais regaram o local, onde a menina tinha sido enterrada, com água e muitas lágrimas.
Depois de alguns dias da morte de Mani, nasceu dentro da oca uma planta cuja raiz era marrom por fora e bem branquinha por dentro (da cor de Mani). Em homenagem a filha, a mãe deu o nome de Maniva à planta. 
Os índios passaram a usar a raiz da nova planta para fazer farinha e uma bebida (cauim). Ela ganhou o nome de mandioca, ou seja, uma junção de Mani (nome da indiazinha morta) e oca (habitação indígena). 



Curiosidade:


- No Brasil, a mandioca possui vários nomes (variam de região para região), como, por exemplo, aipim, macaxeira, maniva, castelinha, mandioca-mansa, entre outros.


O bicho-papão


É uma figura fictícia mundialmente conhecida. É uma das maneiras mais tradicionais que os pais ou responsáveis utilizam para colocar medo em uma criança, no sentido de associar esse monstro fictício à contradição ou desobediência da criança em relação à ordem ou conselho do adulto.

Desde a época das Cruzadas, a imagem de um ser abominável já era utilizada para gerar medo nas crianças. Os muçulmanos projetavam esta figura no rei Ricardo, Coração de Leão, afirmando que caso as crianças não se comportassem da forma esperada, seriam levadas escravas pelo melek-ric (bicho-papão): “Porta-te bem senão o melek-ric vem buscar-te”.


A imagem do bicho-papão possui variações de acordo com a região. No Brasil e em Portugal, é utilizado o termo “bicho-papão”. Nos Países Baixos, o monstro leva o nome de Zwart Piet (Pedro negro), que possui a tarefa de pegar as crianças malvadas ou desobedientes e jogá-las no Mar Negro ou levá-las para a Espanha. Em Luxemburgo, o bicho-papão (Housecker) é um indivíduo que coloca as crianças no saco e fica batendo em suas nádegas com uma pequena vara de madeira.

Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite. Outro tipo de bicho-papão surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. Quando uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, caso contrário, segundo a lenda, receberá uma visita do monstro.




LENDAS URBANAS
Retirado das imagens google
Mitos e lendas que foram construídos ao longo de muitas gerações ajudaram e continuam ajudando a formar a nossa sociedade e a enriquecer a nossa cultura. Algumas lendas e mitos nós ouvimos e damos risada, pois parece óbvio que é mentira. Mas algumas histórias ainda deixam em dúvida até os mais céticos. O fato é que acreditando ou não, as lendas brasileiras são no mínimo divertidas, pequenas histórias de caráter fabuloso ou sensacionalista, amplamente divulgadas de forma oral, por e-mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno. São frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um “amigo de um amigo” ou de conhecimento público.


O Rosto na TV
“Uma menina que se chamava Sara acordou assustada e correu para o quarto de sua mãe, ela estava muito histérica mau conseguia falar, sua mãe acordou com os choros da menina assustada, e perguntou o que houve, e a menina soluçando conseguiu falar: – Eu… eu vi um rosto estranho na tela da minha tv, e esse rosto estava me chamado! -Mais que absurdo! disse a mãe da menina. -Você me acordou pra isso!? Vá pro seu quarto e volte a dormir agora! E então a menina Sara voltou chorando para o quarto. Na manhã seguinte a mãe da menina achou estranho a Sara ainda esta dormindo, porque ela acordava cedo todos os dias para ir a escola. A mãe de Sara foi chama-la e, quando entrou no quarto se deparou com uma coisa horrível… Ela viu o rosto do demônio na tela da TV de Sara, e ao seu lado, estava o rosto de Sara com os olhos cheio de sangue.”

O Armário de Madeira
Um casal muito feliz tinha o sonho de ter sua própria casa. Depois de muito procurar, encontraram uma linda e com bastante espaço, já que eles tinham uma filha de 5 anos. Depois que se instalaram, tudo parecia perfeito a não ser por um armário de madeira totalmente lacrado que ficava num pequeno canto da cozinha.

O fato estranho é que toda vez que a filha do casal se levantava para beber água ou para ir ao banheiro, ela via uma moça de vestido branco olhando para ela com olhar de desespero e sempre apontava para o armário. A menina apavorada, contava para seus pais, mas eles não acreditavam.
De tanto que a menina falava, o pai, já irritado e ao mesmo tempo intrigado, resolveu descobrir o mistério. Ele foi ao jardim e pegou um machado e quebrou o armário e o que ele viu lá foi horripilante: um esqueleto humano usando um vestido branco, exatamente como a mulher que a filha tanto se queixava… Depois o pai chamou a família e juntos fizeram uma oração pela pobre moça. Depois disso, a moça nunca mais voltou a aparecer.”



As três amigas
“Em 1970, em uma cidade pequena e calma, havia 3 amigas muito felizes, jovens e bonitas. O povo da cidade as conheciam como um trio de meninas que não se desgrudavam, na escola só tiravam notas boas e sempre foram muito educadas. Mas atrás dos rostos de boneca das jovens existia algo muito sombrio. Katharine, Alice e Morgana praticavam magia negra e tinham contato com demônios, em certa floresta fora da cidade. As 3 nunca deixaram ninguém suspeitar, mas certa meia noite de um dia qualquer um doce menino de 15 anos, colega de classe as viu praticando a tal magia negra em volta de uma grande fogueira, o menino nunca mais foi encontrado depois daquela noite. Elas sempre fizeram de tudo para que nem familiares e nem moradores soubessem. Porem não conseguiram esconder por muito tempo, e uma noite de novembro tudo poderia mudar para as meninas e os moradores da cidade. Em um dia 9 de novembro as 3 meninas foram à floresta, mal elas sabiam que essa seria a ultima ceia do demônio que elas serviriam. Os pais das meninas preocupados que em uma noite de chuva forte suas filhas não estavam em casa, decidiram chamar moradores vizinhos a ajudar a encontrá-las. Procuraram em cada casa, loja e beco que poderia ter na cidade e por ultimo foram à escura floresta que ninguém entrava, lá ao longe viram uma luz e correram até ela. Enquanto isso as 3 meninas praticavam a sua magia negra e invocavam os 9 demônios para a tão esperada ceia. Moradores com pistolas e os pais preocupados com lanternas chegaram ao tal lugar e viram suas pobres filhas que amavam tanto, cobertas de sangue animal, em volta de uma fogueira e todas possuídas. Aterrorizados, os moradores pegaram as meninas que estavam tremendo, cortadas e sempre tentando escapar. Os moradores a amarraram em árvores, o padre rezou a alma das crianças e por fim os próprios pais cheios de lagrimas e raiva botaram fogo nelas, e lá mesmo elas morreram queimadas e suas cinzas foram espalhadas pela tal floresta negra que jamais ninguém ousa entrar…”




A Loira do Banheiro
Essa é sem dúvida a lenda mais conhecida da lista. Uma aluna (algumas vezes uma professora) loira e muito bonita que aparece nos banheiros dos colégios assustando os estudantes que matam aula. Algumas versões a retratam como um professora que foi assassinada por alunos revoltados, que não satisfeitos, a torturaram fazendo cortes profundos em sua pele e enfiando algodão nas feridas. Em outras versões ela é uma aluna que morreu no banheiro da escola enquanto matava aula (às vezes devido a um escorregão que terminava com sua cabeça na privado, outras vezes ela morria sufocada com um mau cheiro que saía do ralo, bizarro mesmo!), após sua morte, seu espirito passou a ficar vagando pelos banheiros assustando os alunos que matam aula como ela fazia. Há ainda quem diga que pode-se invocar a Loira do Banheiro dando descarga três vezes, depois chutando o vaso uma vez e por fim virando-se rapidamente para o espelho.


A brincadeira do copo
Junto com a Loira 

do Banheiro, essa é outra das mais famosas, até porque muitos dos que estão lendo isso agora já devem ter “brincado” de invocar espíritos com um copo alguma vez durante sua adolescência. A lenda em torno dela (fora a própria efetividade da brincadeira) é a de um grupo de amigos que resolveu fazer a famigerada brincadeira durante uma festa, um deles era descrente e só de sacanagem resolveu perguntar se alguém naquela mesa iria morrer recentemente, a resposta foi sim e logo em seguida o copo (em algumas versões ele é substituído por uma lapiseira) se estilhaça na frente de todos. Algum tempo depois, eles ficam sabendo que o rapaz cético que não “respeitou” o espírito havia morrido num acidente de carro.


O Homem do Saco
Derivada dos mendigos que permeiam todas as cidades, essa lenda é usada pelas mães para assustar os meninos malcriados que saem para brincar sozinhos na rua. De acordo com ela, um velho malvestido, e com um enorme saco de pano nas costas, anda pela cidade levando embora as crianças que fazem “arte”. Em algumas versões, o velho é retratado realmente como um mendigo, outras ainda o apresentam como um cigano; creio que isso dependa da região do país onde ela é contada. Há ainda versões mais detalhadas (entendam como cruéis) em que o velho (mendigo ou cigano) leva a criança para sua casa e lá faz sabonetes e botões com elas.

A Mulher do Velório
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“Reza a lenda que uma garota que era uma estudante de Psicologia, estava no final de seu curso e ficou responsável por pesquisar o comportamento das pessoas nos velórios e enterros. Primeiro, ela estudou teorias sobre este comportamento. Mas depois a estudante resolveu partir para a prática, visitando, discretamente, velórios e enterros de estranhos.
O primeiro velório foi de um senhor de idade, que tinha sido um professor famoso. Esta cerimônia foi cheia de pompas e discursos. Porém, uma pessoa em especial, chamou a atenção da estudante: era uma idosa de cabelos brancos, vestida de preto, com uma mantilha negra e antiga na cabeça. A primeira vez que a estudante olhou para esta mulher, teve a impressão de que esta velhinha não tinha pernas e estava flutuando. Porém, depois a estudante olhou, novamente, para esta esquisita figura, viu as suas pernas normais e concluiu que aquilo poderia ter sido uma ilusão de ótica.
O segundo velório, visitado pela estudante, foi de uma criança de classe baixa, num bairro muito popular. Esta estudante estava observando o comportamento das pessoas, quando viu, novamente, a estranha senhora do primeiro velório. Então, a acadêmica resolveu olhar para a mulher com mais cuidado. Porém, a velhinha olhou em sua direção e a estudante teve a impressão de ter visto duas estrelas no lugar dos globos oculares desta mulher. Então, a moça pensou que isto poderia ter sido uma bobagem de sua cabeça.
O terceiro velório, que a graduanda visitou, foi o velório de um empresário milionário, amigo de sua família. Por ser um velório de gente importante, só entrava quem fosse conhecido. A estudante entrou, mas dentro do local, ela teve uma surpresa: a idosa esquisita estava lá também.
Após o enterro, a estudante decidiu seguir aquela idosa esquisita, que ficou algum tempo andando pelo cemitério, até que parou num túmulo marrom. Então, a estudante notou que a mulher da foto do túmulo era aquela mesma velhinha estranha, e, sem querer, soltou uma exclamação: ‘Ave!’ – Assim , a idosa olhou para trás e disse: ‘Ave , minha filha!’ – Desta maneira, a estudante falou: ‘Como é possível?!’ – A foto da mulher enterrada neste túmulo é a cara da senhora! Deste jeito, a velha explicou: ‘Bem , isto faz sentido, porque esta mulher que está aí enterrada, neste túmulo marrom, sou eu…’ – Então, a estudante disse : ‘Isto não é possível… Só pode ser uma brincadeira, ou uma alucinação minha… E por que a senhora visita tantos velórios e enterros?! Qual é a explicação de tudo isto?’ – Assim, calmamente, a velhinha falou: ‘Eu nasci há algum tempo atrás… A minha vida foi indolente e sem graça… Fui filha única, não me casei, não tive filhos e não trabalhei… Eu apenas ficava em casa… Sem fazer nada, por preguiça… Quando meus pais morreram, eu vivi tranquilamente com a pensão que eles deixaram para mim. Mas, quando eu morri, a primeira coisa que eu vi, foi o filme da minha vida inteira. Um tremendo vazio… Em primeiro lugar, um anjo tentou me levar para o céu, mas eles não me aceitaram lá, porque eu não tinha feito nada de útil para a humanidade… Depois, o mesmo anjo tentou me levar para o inferno, mas o diabo não me aceitou porque eu não era má suficiente… Após isto, o anjo me levou para o purgatório, mas o guardião de lá, não me aceitou, alegando que eu não tinha feito nenhum pecado para purgar. Então, apareceu o chefe deste anjo, que falou que o melhor a fazer era dar uma missão útil para mim, como colaboradora da morte.’ – Assim, a estudante indagou: ‘E o que uma colaboradora da morte faz?’ – Desta maneira, a velha respondeu: ‘Uma colaboradora da morte tem uma missão parecida com a deste anjo, quando alguém morre, ela coloca o filme da vida desta pessoa falecida para ela ver e guia a sua alma até muitos lugares como o céu, o purgatório e o inferno.’
Após escutar tudo isto , a estudante desmaiou. No hospital, ela contou a história para os enfermeiros, disse que estava vendo o filme da sua vida diante dos seus olhos e em seguida, faleceu.”
(Enviada por Luana)



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