quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A tapioca pode ser aliada na dieta. Depois de ser propagandeado como alimento funcional e por suas poucas calorias, produto virou febre no Rio Grande do Sul.





Depois de ser propagandeado como alimento funcional e por suas poucas calorias, produto virou febre no Rio Grande do Sul.

Foto: Reprodução / Reprodução


"Faz-se por aqui umas broas chamadas beijus tão alvas e saborosas que superam e muito o pão desse reino." 



O autor desse cândido elogio à tapioca, pasme, é Pero Vaz de Caminha. Com seu relato, o escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral fez a crítica gastronômica mais antiga da história escrita do Brasil, citando um ingrediente que é paixão nacional há bem mais de 500 anos: a tapioca.




E que, recentemente, deixou as regiões Norte e Nordeste, de onde é originário, para estourar nacionalmente. Na Capital, por exemplo, a Tapiocaria Beiju do Porto, localizada no Shopping Total, abriu em 2011. De quiosque "esquisitinho" ("Ninguém conhecia tapioca", diz o gerente Ricardo Souza), virou um dos preferidos. Para se ter noção, o faturamento do local aumentou mais de 100% em 2013.

Explicamos: a fécula, que nada mais é do que uma espécie de farinha extraída de tubérculos e grãos ricos em amidos, é extraída da mandioca, da macaxeira ou do aipim. Que, importante ressaltar, são raízes diferentes. Da produção da farinha, feita com a raiz triturada e prensada, escorre um líquido que, depois de decantado, dá origem à fécula úmida, de valor nutricional pobrinho, pobrinho. Ela não tem fibras, não tem proteínas e tem alto valor glicêmico (relativo à velocidade em que o carboidrato é digerido e transformado em açúcar no sangue). 




Entretanto, é justamente essa ausência de propriedades nutricionais que torna a tapioca um alimento tão versátil e um aliado tão grande na dieta. É apontada por 10 entre 10 nutricionistas como a melhor substituição para o pão, por não conter gordura, glúten, sódio e por não precisar de óleo no preparo. O pão, em contrapartida, tem elevado valor calórico e é contraindicado a portadores de doença celíaca e aos seguidores da dieta sem glúten.


Neutra assim, a tapioca aceita qualquer tipo de recheio — ou seja, você pode aproveitar para incluir fibras e proteínas, das quais o alimento é deficiente inventando suas próprias receitas. Mas, para não perder o propósito de ter a farinha como amiga da dieta, não exagere nas calorias: evite azeite, manteiga, leite condensado e carnes gordas. No Nordeste, é comum que a massa seja consumida pura, como um biscoito, sendo molhada no café preto. 



Ficou curioso? Ensinamos a fazer a massa base e damos algumas sugestões de recheio:



Base da tapioca

O caminho mais fácil é comprar a fécula já hidratada (disponível na maioria dos supermercados). Caso ela não venha hidratada, você pode deixá-la umedecer na água ou no suco de fruta. Depois, passe na peneira para separar torrões e guarde bem fechada na geladeira. 


Para fritar, você não precisa de óleo. É só aquecer a frigideira antiaderente e espalhar duas colheres de sopa bem cheias da fécula, amassando de leve para moldar o disco. Na hora de colocar o recheio, não precisa virar. É só colocar os ingredientes e fechar em formato de meia-lua.

Sugestões de recheio

Ricota, tomate e orégano 

Uma fatia média de ricota passada no ralo grosso
Cinco tomates-cereja cortados em rodelas
Uma pitada de orégano



Banana e mel 

Uma banana cortada em rodelas
Duas colheres de sopa de mel

Peito de peru, tomate seco e cream cheese

Uma colher de sopa de cream cheese
Duas fatias de peito de peru cortadas em tiras
Três tomates secos médios cortados em cubos
Duas folhas de alface americana




O SOL DIÁRIO

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