O tupi foi a língua mais falada no Brasil até o século XVIII. Em 1758, foi legalmente proibido de ser utilizado em estabelecimentos de ensino e em órgãos públicos.
Mais de dois séculos foram suficientes para o português incorporar várias palavras do tupi, principalmente as designativas de elementos do universo indígena, tais como lugares, rios, plantas e animais.
Capivara
Veio do tupi kapii’gwara, palavra formada de ka’pii, capim + gwara, comedor.
Carioca
Veio do tupi kari’oka, que significava casa (oka) do homem branco (kari).
Catapora
Veio do tupi tata’pora, palavra formada de ta’ta, fogo + ‘pora, que brota. Os dicionários registram a forma tatapora. O povo, sabe-se lá por quê, preferiu dizer catapora, forma também dicionarizada.
Catupiry
O queijo cremoso foi criado em 1911, em Lambari (MG), pelo imigrante italiano Mário Silvestrine. A palavra escolhida para sua marca veio do tupi catupiri, que quer dizer “excelente”.
Guanabara
Veio do tupi goanã-pará, baía ou golfo abrigado, formado de gwa, baía + nã, semelhante + ba’ra, mar.
Jaú
O nome da cidade paulista e do rio vieram do nome do peixe, jaú, por sua grande quantidade na desembocadura do rio no Tietê. E o nome do peixe veio do tupi ya’u, aquele que devora.
Mingau
Veio do tupi minga’u, comida que gruda.
Muamba
Veio do quimbundo muhamba, que era um cesto comprido usado para transportar cargas em viagem.
Nhe-nhe-nhem
Veio do tupi nheem, falar. No Brasil do século XVI, os portugueses, espantados com o falatório interminável dos índios tupis, usaram três vezes a palavra “falar” em tupi e fizeram nhe-nhe-nhem, que literalmente quer dizer “falar, falar, falar”.
Paraíba
Do tupi pa’ra, rio + a'iba, ruim, não navegável.
Perereca
Veio do tupi pere’reka, que significa “indo aos saltos”.
Peteca
Veio do tupi pe’teka, bater com a palma da mão.
Pindaíba
Pindaíba é uma espécie de planta. Seu nome veio do tupi pinda’ïwa, formado de pi’nda, anzol + ‘ïwa, vara, já que os indígenas usavam a planta como caniço. Dessa forma, a expressão estar na pindaíba significa “estar na miséria”, como se a pessoa dispusesse apenas de uma vara de pescar para sobreviver.
Pororoca
Veio do tupi poro’roka, estrondo.
Tocaia
Veio do tupi to’kaya, casinha ou cercado onde o indígena se escondia para surpreender um inimigo ou uma caça.
Tamanduá
Veio do tupi tá-monduá, caçador de formigas, que é o que ele come. O tamanduá, tadinho, é desdentado.
DÚVIDAS DOS LEITORES
1ª) Leitor quer saber qual a frase com correção quanto à concordância verbal:
“As empresas estrangeiras registram o capital investido no país como empréstimos para PODER ou PODEREM remeter os juros sem pagar imposto de renda”.
É um caso polêmico, mas a maioria dos estudiosos prefere o verbo no singular. Sempre que o sujeito do infinitivo for o mesmo da primeira oração e estiver oculto, não devemos flexionar o infinitivo.
As empresas estrangeiras (sujeito da 1ª oração) registram o capital investido no país como empréstimos / para PODER remeter os juros sem pagar imposto de renda. (= o sujeito do verbo PODER são as empresas estrangeiras, só que está oculto).
2ª) Leitor pergunta: “Para não estressar, tirou férias”. Não seria "Para não se estressar"? Posso dizer: “Hoje, levantei às 4 da madrugada”. Não seria "Hoje, me levantei às 4 da madrugada"?
Os verbos estressar e levantar não são pronominais, portanto você pode estressar e levantar. Se a ideia for reflexiva: “a pessoa se estressa” e “também se levanta”. No caso do verbo levantar, sempre levantamos alguma coisa. Assim sendo, devemos dizer “eu me levantei às 4 da madrugada”, pois significa que eu levantei a mim mesmo, e não outra coisa.
3ª) Leitor quer saber se há ou não vírgula antes de etc.
O uso da vírgula antes do ETC é um caso facultativo; portanto, podemos usar a vírgula ou não. O melhor é não usar.
http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/palavras-que-vem-das-linguas-indigenas.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário