Objetivos
Examinar os fatores determinantes para a definição de uma área de proteção ambiental
Introdução
Comemore com a turma: ainda há santuário ecológico ao norte do equador. Ele está no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, entre o Amapá e o Pará. Acredita-se que ali se encontre a área de maior biodiversidade no planeta. VEJA relata as aventuras e expectativas dos exploradores que se embrenharam nessa região praticamente inacessível, reproduzindo, de certa forma, as grandes expedições dos séculos XIX e XX. Esse imenso território de 3,8 milhões de hectares faz parte do Corredor da Biodiversidade do Amapá, uma área de proteção que inclui vários tipos de ecossistemas. O tema suscita boas discussões e um interessante passeio teórico e ambiental pelo Estado que mantém intactos 96% de sua cobertura vegetal original.
Explique que a Convenção da Biodiversidade - ocorrida em 1992 - determinou que os 156 países signatários devem criar um sistema de unidades de conservação como principal estratégia para cuidar desse patrimônio. Essas áreas protegidas fazem parte da conservação in situ, ou seja, no próprio local de ocorrência. Mas, para as organizações de defesa do meio ambiente, o número e o tamanho dessas unidades de conservação são insuficientes. Pergunte qual o tamanho ideal de uma unidade de conservação. Esclareça que definir essas dimensões pressupõe um entendimento das dinâmicas ecológicas.
Atividades
Destaque alguns aspectos da região em que se situa o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. A floresta tropical densa domina a maior parte do cenário, ocupando solos de fertilidade geralmente baixa, denominados latossolos vermelho-amarelos. Essa mata se estende pelos terrenos mais movimentados, passa pelos relevos dissecados e residuais e coloniza também os relevos ondulados. Junto aos principais cursos d’água, é substituída pelas florestas aluviais. Nos solos mais pobres ou rasos, a floresta de grande porte cede lugar à vegetação mais baixa, incluindo arbustos e gramíneas nos afloramentos rochosos. Nos morros do tipo "pão-de-açúcar", a cobertura vegetal é esparsa. Ali predominam bromeliáceas e cactáceas.
Oriente os adolescentes a perceber nessa descrição a relação intrínseca entre os elementos que compõem a paisagem no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. Tal ligação determina a existência de grande diversidade, com vários ambientes que abrigam uma fauna dependente de toda essa riqueza biológica para sobreviver.
Explique que essa unidade de conservação se conecta a outras áreas por meio de um corredor de biodiversidade. Ali estão incluídos dois parques nacionais, uma reserva de desenvolvimento sustentável, três estações ecológicas, três reservas biológicas, uma reserva extrativista, uma área de proteção ambiental e uma floresta nacional, além de quatro terras indígenas. Considera-se que a constituição de um mosaico com as unidades de conservação alternadas a outras formas de manejo e uso do solo crie o "continuum" necessário para a conservação. Essa é uma das questões primordiais com relação ao manejo de uma unidade de conservação: ela não deve ser pensada de forma isolada, mas no conjunto da paisagem que a engloba.
Portanto, o manejo de uma unidade de conservação deve ser realizado tanto dentro de seus limites quanto na projeção externa de suas relações com o entorno. Conte à garotada. Peça que os alunos identifiquem as principais diferenças entre as várias categorias de unidades de conservação que compõem o Corredor do Amapá no Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Ensine que, segundo os ambientalistas, o Brasil é um país megadiverso. Será que a quantidade de unidades de conservação existentes hoje em nosso território é significativa a ponto de representar sua biodiversidade?
Qual seria o objetivo principal de um corredor que englobasse diversas categorias de unidades de conservação? Como será possível preservar a biodiversidade do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque?
Para saber maisÉ bom destacar que diversidade biológica é muito mais do que diversidade de espécies. Há dois níveis básicos de diversidade da vida: variações genéticas em uma mesma espécie e diferenças entre espécies. Mas esses dois níveis não definem completamente o que é biodiversidade. Ao manifestar-se na natureza, as espécies combinam-se com outras, exigindo classificações não só sobre grupos de espécies, mas também sobre os ambientes físicos que criam - ecossistemas, habitats, biomas etc. No que se refere ao meio ambiente, os níveis de definição são exigidos pelas diferenças de escala geográfico-espacial. Assim, a definição de diversidade biológica deve contemplar esses dois aspectos do fenômeno.
Mencione os níveis de definição da diversidade biológica:
Diversidade genética - Variabilidade intra-específica de genes tanto de uma espécie ou subespécie como de uma variedade ou um híbrido.
Diversidade de espécies - Variação das espécies existentes sobre o planeta. É medida nas escalas local, regional e global.
Diversidade de níveis taxonômicos superiores a espécie - Variação de gêneros, famílias, ordens etc. numa determinada localidade.
Comunidade - Número de organismos de diferentes espécies que coexistem num mesmo hábitat, vinculados por relações espaciais.
Diversidade de ecossistemas - Comunidade de organismos em seu ambiente interagindo como unidade ecológica, como nas matas de galeria e de várzea, na restinga, nos mangues...
Diversidade de biomas - Regiões biogeográficas definidas por formas de vida distintas e por espécies principais (caatingas, cerrados, floresta tropical etc.).
Para ir mais longe
Ecossistemas variados
No mapa, as linhas tracejadas mostram os contornos do Corredor da Biodiversidade do Amapá, que representa mais de 50% da área do Estado. Entre as Guianas, o rio Amazonas e o oceano Atlântico, esse território é o maior corredor ecológico do país e abriga vários tipos de ecossistemas - mangues, cerrados, florestas tropicais, florestas de altitude e terras alagadas.
Veja também:Internet
O texto da lei que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação está disponível na página do Ministério do Meio Ambiente www.mma.gov.br/port/sbf/dap/doc/snuc.pdf
fonte: revista escola
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