sábado, 2 de agosto de 2014

Sociedade na Idade Média


Durante a Idade Média podemos notar grandes diferenças em sua sociedade, sendo mostradas através de suas classes sociais. 

A mobilidade social era bem restrita, sendo que se alguém nascesse em tal classe não poderia mudar de posição, continuando nela por toda sua vida, assim como seus descendentes. 

Segundo a Igreja Católica na época, a qual controlava e influenciava muito sobre a política a forma de pensar das pessoas, essa ordem era designada por Deus e quem fosse contra essas desigualdades estaria afrontando a harmonia divina. 

A sociedade na Idade Média era dividida em três grandes grupos, o clero, a nobreza e o povo. 

Clero

A essa classe cabia como principal função rezar e passar às outras classes os desígnios de Deus. 

E como o cristianismo imperava nessa época, todos levavam muito em consideração a opinião dos membros do clero, pois acreditavam que eles eram os únicos que poderiam ter contato direto com Deus e assim passavam suas mensagense ordens que deveriam ser seguidas. 

Por isso o clero ocupava o topo da hierarquia social, exercendo grande poder político. Nessa época não havia separação entre religião e a política.

Então o clero era responsável por manter a ordem da sociedade, evitando a criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponeses, através da persuasão.
Eles também cobravam o dízimo dos fiéis, dizendo que isso traria a salvação de suas almas, e assim ao longo do tempo acumularam terras, riquezas e conhecimento, o qual era transmitido e controlado por eles. 

Era também papel do clero zelar pela saúde do povo, por isso eles fundaram muitos hospitais, que ficavam sobre sua inteira responsabilidade. 

Neles também foram desenvolvidos princípios da higiene e trato de enfermos, sendo que a medicina moderna se desenvolveu naqueles hospitais. 

Para cumprir essa missão o padre chegava a renunciar até sua própria saúde em locais onde haviam epidemias. 

O clero possui sua própria hierarquia, como muitos conhecem, sendo composta pelo diácono (como se fosse um aprendiz para a ordenação presbiterial), padre (ministro religioso, o qual tem a função de governar uma comunidade cristã), bispo (segundo o catolicismo são os sucessores dos apóstolos, recebendo a missão de santificar, ensinar e governar), arcebispo (um bispo católico que está à frente da arquidiocese – igreja católica particular que cuida da administração da Igreja), primaz (arcebispo cuja arquidiocese são as mais antigas de um país ou região,patriarca (autoridade eclesiástica que têm ascendência jurídica ou honorífica em relação a um território) e o papa(líder mundial da igreja católica) 


Por que o clero praticava o celibato?



Essa é uma coisa que muitos têm curiosidade em saber. O celibato popularmente falando é o costume de uma pessoa se abster de relações sexuais. 

Foi determinado que todos os membros do clero seriam proibidos de se casar ou ter relações com mulheres através de um decreto do Primeiro Concílio de Niceia em 323 d.C, ainda durante o Império Romano, uma espécie de assembleia entre os membros do clero para obter um consenso da igreja. 

O motivo na opinião da Igreja Católica era porque a formação de uma família e as relações afetivas atrapalharia a missão dos membros do clero, sendo que eles eram responsáveis por passar as mensagens de Deus às outras classes e a preocupação com interesses mundanos poderia afastá-los dessa missão. 

Até mesmo na bíblia em uma passagem do apóstolo Paulo ele fala que o celibato permite que o homem e a mulher sirvam a Deus com mais liberdade e que se não fosse possível mantê-lo o melhor era casar-se do que viver em pecado. 

Mas a Igreja Católica levou isso ao extremo obrigando todos os clérigos a seguirem esse pensamento. 

No entanto houve muitos papas que se casaram e foram contra este decreto. Mas por fim dois concílios que ocorreram no século XII condenaram e invalidaram o concubinato e casamentos de clérigos, dessa forma reforçando o celibato, que se tornou obrigatório após o Quarto Concílio de Latão em 1215 e o Concílio de Trento (1545-1563). 

Outro motivo para o celibato seria para que as riquezas e os bens da Igreja ficassem apenas entre os membros do clero, para que não fossem para outras partes através dos descendentes dos clérigos. 

Nobreza 

A nobreza era composta pelos senhores feudais que tinham o controle sobre os feudos e o cenário político da época. Sua função era guerrear e exercer poder político sobre as demais classes. 

Esse grupo assim como o clero também possui uma hierarquia, dividindo-se em classes, sendo que o rei era o mais importante e influente, pois era ele que cedia as terras, travando relações de suserania e vassalagem, em troca da fidelidade e ajuda militar de outros nobres. 

Os membros da nobreza se diferenciavam por seu poder e influência, por isso em sua hierarquia os que estão acima dos outros possuíam mais terras ou eram pessoas pelas quais o rei tinha grande consideração, sendo que ele atribuía os títulos aos nobres. 

Depois do rei, vinha as demais classes, entre elas príncipe(herdeiro ao trono, filho do chefe de estado), arquiduque(superior ao duque, filhos da Família Imperial da Aústria),duque (chefe de estado de um ducado, geralmente pertencente à Família Real), marquês (superior ao conde, título de ordem germânica) e conde (senhor feudal dono de um ou mais castelos de condados). 

Os cavaleiros também eram membros da nobreza, sendo que o título era dado pelo rei, assim como os escudeiros que eram aprendizes de cavaleiro. Eles na verdade eram filhos de nobres. 

Os nobres podiam subir na hierarquia, tudo dependia de seus serviços prestados ao chefe de estado que poderia tanto atribuir o título como tirá-lo. Era dever dos nobres participar das guerras, estando à disposição do rei. 

Povo

Os camponeses representavam a maioria da população na Idade Média, cabia a eles trabalhar nas terras através da produção agrícola. 

Eles deveriam servir aos senhores feudais, tendo que pagar impostos pelo uso da terra e proteção militar, já que dela além de fornecerem alimento a família dos senhores feudais, provinha também seu próprio sustento. 

Eles assim como os nobres juravam fidelidade aos senhores feudais, muitas vezes sendo convocados durante as batalhas. 

Como não lhes era permitido estudar, os camponeses acreditavam piamente no que dizia a Igreja Católica e assim apenas esperavam que após uma vida sofrida, seriam recompensados através da salvação de suas almas. 

Além deles também havia os vilões, trabalhadores livres que transitavam de feudo em feudo, trabalhando temporariamente, como uma espécie de trabalhador autônomo. 

Ainda nessa época havia escravos, só que em menor quantidade que no Império Romano e estes tinham como responsabilidade fazer os trabalhos domésticos. 

Como dissemos anteriormente a Igreja Católica na época não permitia a ascensão ou mistura entre as classes, por isso casamentos entre nobres e camponeses eram tão mal vistos. 

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Pois eles acreditavam que isso não só ia contra os desígnios de Deus, como romperia a tradição e a centralização do poder.

No entanto qualquer camponês ou nobre poderia se tornar um membro do clero, ele só teria que passar por seus graus hierárquicos. 

Até mesmo na forma de se tratarem havia diferença, sendo que os camponeses deveriam ser sempre submissos aos nobres e demonstrar respeito. 

Mas o povo era livre para visitar o rei, que costumava receber os camponeses para audiências com o objetivo de ouvir seus pedidos. 

Os súditos por sua vez levavam o rei muito em conta, apoiando-o e celebrando juntamente com ele suas vitórias. 
Os nobres também deveriam ser respeitosos com os membros do clero. 

Entre os membros da mesma classe, com exceção da família o tratamento também era cheio de etiquetas e regalias, sendo que todos deviam respeitar o rei, que era considerado como um líder escolhido por Deus, já que os membros do clero também tinham o papel de coroá-lo. 

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