quinta-feira, 24 de abril de 2014

Enxaqueca: descobertas duas drogas capazes de atuar na prevenção da doença.

Na segunda das quatro fases de teste, pesquisas mostram drogas que atuam na prevenção e não no combate à doença

Thinkstock/Getty Images 
15% das mulheres e 8% dos homens sofrem de enxaqueca; doença costuma surgir na adolescência

Dois estudos que serão apresentados no encontro anual da Academia Americana de Neurologia no próximo fim de semana trazem esperança para quem sofre com crises frequentes de enxaqueca. As pesquisas mostram a possibilidade - por meio de duas drogas em fase de teste - de prevenir a enxaqueca em vez de combatê-la quando a crise já estiver em andamento. 
Os dois estudos ainda estão na segunda das quatro fases de pesquisa clínica necessárias para que um novo medicamento seja colocado no mercado, mas o cenário é promissor.
O primeiro estudo selecionou 163 pessoas que tinham crises de enxaqueca frequentemente, de cinco a 14 dias por mês, e dividiu os pacientes em dois grupos. Metade deles recebeu a droga denominada ALD403, enquanto a outra parte só recebeu placebo. Essas pessoas foram monitoradas por 24 semanas. Os resultados foram satisfatórios, na visão dos autores do estudo: aqueles que foram medicados tiveram 5.6 menos dias de crises por mês, ou um decréscimo de 66%. E o melhor: 16% das pessoas que receberam o medicamento ficaram livres das crises por 12 semanas seguidas. Não houve diferença de efeitos colaterais entre quem tomou o remédio com quem só recebeu placebo.

Um membro da Academia Americana de Neurologia e também um dos autores do estudo, David Dodick, afirmou que a importância da descoberta se deve ao fato de a enxaqueca ser pouco tratada, com raros tratamentos efetivos, o que faz a doença ser a terceira queixa mais comum e a sétima doença mais incapacitante no mundo.
No outro estudo, 217 pacientes se submeteram ao tratamento experimental. Novamente o grupo foi separado e, durante 12 semanas, os pacientes que tinham enxaqueca de quatro a 14 dias por mês receberam uma injeção duas vezes por semana de placebo ou da droga experimental LY2951742. Os medicados com o remédio tiveram 4.2 menos crises por mês em 12 semanas. Desta vez, houve alguns efeitos colaterais do medicamento: algumas pessoas relataram dor no local em que a injeção foi aplicada, além de infecções no trato respiratório e dores abdominais. Ainda, assim, o medicamento foi considerado seguro e bem tolerado.

FONTE:
I G

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