As briófitas são plantas de pequeno porte, vivem em ambientes úmidos das florestas temperadas e tropicais, e são frequentemente encontradas nas margens de rios e lagos. Apesar de serem dependentes de água, elas não ficam restritas a esse tipo de habitat, elas também podem formar extensos tapetes sobre rochas com grande exposição ao Sol e algumas espécies já foram encontradas até em ambientes secos, como os desertos.
O grupo das briófitas é representado pelos musgos (Filo Bryophyta), pelas hepáticas (Filo Hepatophyta) e, pelos antóceros (Filo Anthocerophyta). Embora sejam plantas terrestres, já foram encontradas algumas poucas espécies aquáticas, inclusive em rochas que tem contato direto com a água do mar, embora nenhuma seja realmente marinha.
As briófitas são sensíveis a ambientes com muita poluição do ar, estando ausente nesses locais. Elas colaboram grandemente para a diversidade vegetal e são importantes armazenadoras de carbono, se tornando assim vitais no ciclo global desse elemento.
As briófitas são um grupo que faz intermédio entre algas verdes e plantas vasculares porém, as briófitas e as plantas vasculares possuem características em comum que separam esse grupo das algas verdes, como: presença de anterídeos e arquegônios (gametângios masculinos e femininos), retenção do esporófito jovem dentro do arquegônio, presença de esporófito diploide multicelular, esporângios multicelulares, meiósporos com esporopolenina e tecidos produzidos através de um meristema apical.
Estrutura corpórea das briófitas
O corpo das briófitas é formado por um gametófito (parte duradoura) e por um esporófito (parte que só aparece na época reprodutiva). O gametófito não possui órgãos bem definidos e é formado basicamente por três estruturas:
- Rizoide: são os filamentos correspondentes a raiz, eles fixam a planta no substrato em que ela vive e absorve água e sais minerais disponíveis.
- Filoide: estruturas que fazem o papel de folhas, são pequeninas, clorofiladas e realizam fotossíntese.
- Cauloide: é uma pequena haste que corresponde ao caule, é de onde saem os filoides.
O esporófito também é formado por três partes: um pé (base onde ele se prende no gametófito), uma haste (que sustenta e suspende a cápsula) e uma cápsula (estrutura que produz os esporos).
As briófitas são chamadas avasculares pois não possuem vasos condutores especializados no transporte de seivas orgânica e inorgânica. Com a falta desses vasos, o transporte de água e substâncias nessas plantas é feito de célula a célula, ao longo de todo o corpo do vegetal, um transporte lento que restringe o crescimento da planta, isso explica o tamanho reduzido das briófitas.
Podemos encontrar plantas de pequeno porte e que possuem vasos condutores, como as violetas, por exemplo. Entretanto, o contrário não irá ocorrer, as plantas sem vasos condutores serão sempre pequenas, já que tendo um transporte lento a planta com grande porte demoraria muito para levar água até suas folhas e poderia morrer por desidratação.
Reprodução das briófitas
Por ser o representante com maior abundância, tomaremos o musgo como exemplo para a reprodução das briófitas. A parte verde dos musgos que formam os tapetes que podemos observar nos muros e calçadas é a parte sexuada dessa planta, chamada de gametófito. Pelo fato do gametófito estar presente em todo o ciclo reprodutivo das briófitas, dizemos que essa fase é a duradoura, ela produz os gametas.
Em briófitas existem tanto gametófitos femininos quanto gametófitos masculinos. Na época reprodutiva, os gametas femininos (oosfera) são produzidos no arquegônio e os gametas masculinos flagelados (anterozoides) são produzidos no anterídio.
Os anterozoides serão levados até o gametófito feminino através de pingos de água que podem vir da chuva, de um rio, lago, etc. Daí a dependência das briófitas com a água, pois os gametas masculino e feminino só conseguem se encontrar na presença dela.
Depois de unidos o anterozoide e a oosfera, surge um zigoto que se desenvolve formando um embrião na planta feminina. Esse embrião dará origem a uma fase assexuada e passageira, ele se desenvolverá formando o esporófito: a fase produtora de esporos e totalmente dependente do gametófito. Esses esporos são formados dentro da cápsula através de divisões mitóticas, quando maduros são liberados e germinam no solo úmido. Cada esporo pode dar origem a um novo gametófito e iniciar um novo ciclo.
Denisele Neuza Aline Flores Borges
Bióloga e Mestre em Botânica
http://escolaeducacao.com.br/briofitas/
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