sábado, 24 de outubro de 2015

Você não é a sua aparência

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Você não é a sua aparência.

Desde tenra idade aprendemos a nos identificar com a imagem refletida no espelho. Estamos habituados a nos definir pelo que vemos ali.
Se eu te pedir para dizer agora como você é, tenho certeza que obterei em resposta adjetivos como: alto, magro, baixo, gordo, bonito, feio. A questão é que você é infinitamente mais complexo e profundo do que o comprimento dos seus cabelos, a cor dos seus olhos e o tamanho da sua circunferência abdominal.
Quando você se identifica com a sua aparência, acredita que é aquilo que os seus olhos veem. Você se limita pela superfície e deixa de acessar a sua verdadeira essência, deixa de conhecer quem você é de verdade e de criar um profundo relacionamento consigo mesmo.

Essa limitação à superfície faz com que você crie uma imagem muito rasa de si mesmo, mas você não compreende isso e busca se sentir completo, profundo e realizado apenas pela “casca” da sua aparência. Você acredita piamente que sua vida mudará quando atingir o peso ideal, que vai se amar mais quando seus cabelos forem da tonalidade desejada e que vai se abrir para o amor quando seu sorriso for perfeitamente alinhado. E assim você inicia uma verdadeira batalha consigo mesmo buscando atingir aquele ideal de perfeição que representará uma vida plena. (Uma pergunta: esse ideal, será que foi você mesmo quem criou? Ou será que foi aquela marca de shampoo que garante que não há problema no mundo que resista a um ondulado perfeitamente dourado?)

A identificação com a aparência é sinônimo de sofrimento.

A aparência é temporária. Como a efemeridade de um instante, a aparência se transforma a cada milésimo de segundo. As células morrem, nascem, morrem novamente, outras aparecem. Na pele delicada vão surgindo rugas, os cabelos crescem, perdem o corte, fios brancos brotando discretamente (ou nem tão discretamente assim) e todas aquelas certezas que você tinha sobre quem era, o “amor” que nutriu pelo seu reflexo no espelho, tudo isso se dissipa e uma vez mais você inicia sua busca pela aceitação daquela imagem pela qual escolheu se definir.
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Sempre que você se identifica com a sua aparência, você se nivela com a superfície, e a superfície está sempre sujeita a intempéries. O oceano, em suas profundezas, está sempre calmo, não importa o tamanho da tempestade que acontece lá fora. Assim como o oceano você não se limita à sua superfície. Há algo muito mais profundo, pacífico e cheio de verdadeira beleza dentro de você.

Você é mais do que seu corpo, cabelo, pele e olhos. A sua essência tem muito mais beleza a oferecer do que a sua imagem e é somente em acesso a ela que você encontrará a sensação de plenitude que há tempos vem buscando.

A sua aparência não traduz o seu valor. Não há nada físico capaz de exprimir o quanto você é peculiar, único e especial. Não há padrões a serem alcançados, pois não há como padronizar algo que é incomparável e exclusivo, assim como você!

A sua autoestima não se limita à imagem do espelho e a aceitação de quem você é definitivamente não será alcançada a partir da modificação da sua aparência.

Deixar de se identificar com sua aparência não significa negligenciá-la. Você não deixará de se cuidar, arrumar-se e tratar bem o físico por isso. Ao contrário, você passa a reconhecer o corpo como sendo o templo que abriga a sua essência e cuidará dele com carinho, respeito e gratidão. É possível que os cuidados sejam ainda maiores e mais genuínos, mas, diante de alguma situação anômala, você reconhecerá a sua transitoriedade e saberá que você não se limita à sua aparência. Você é muito maior e mais profundo do que aquilo que os olhos podem ver.

Ao se aproximar do espelho, de agora em diante, não se limite à imagem que ele reflete. Procure olhar dentro dos seus olhos e reconhecer-se pela profundidade da sua essência, ao invés da superficialidade da sua aparência.

EDUCAÇÃO S/A

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