sábado, 29 de agosto de 2015

Meia-noite, poesia infantil de Olavo Bilac

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Cascão conta carneirinhos ao dormir, ilustração de Maurício de Sousa.
 Meia-noite
Olavo Bilac
  
O filho:

Ó Mamãe! quando adormecem
Todos, num sono profundo,
Há mesmo almas do outro mundo,
Que aos meninos aparecem?

A mãe:

Não creia nisso! É tolice!
Fantasmas são invenções
Para dar medo aos poltrões:
Não houve ninguém que os visse.

Não há gigantes nem fadas,
Nem gênios perseguidores,
Nem monstros aterradores,
Nem princesas encantadas.

As almas dos que morreram
Não voltam à terra mais!
Pois vão descansar em paz
Do que na terra sofreram.

Dorme com tranquilidade!
— Nada receia, meu filho,
Quem não se afasta do trilho
Da justiça e da bondade.

Em: Poesias infantis, Olavo Bilac, Rio de Janeiro, Francisco Alves: 1949, 17 ª edição, pp- 72-3

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