Você é uma pessoa positiva, para cima e alto astral ou tem sempre um pé atrás com tudo, desconfiada e pessimista? Se você respondeu que tem um perfil que carrega o pessimismo em vários aspectos da vida, saiba que isso pode ter origem genética.
Segundo o site Knowledge Nuts, a tendência em se concentrar no lado negativo dos acontecimentos é uma característica de variação de genes, semelhante àquelas que definem a cor dos cabelos e dos olhos. Algumas pessoas já nascem para ser pessimistas e não têm como fugir disso; está no sangue, no DNA.
“Oh, vida! Oh, azar!”
Se você vive reclamando pelos cantos como o célebre (e bem antigo) personagem Hardy, da Hanna Barbera, que era uma hiena pessimista, pode ser que você tenha uma variação genética específica que cause esse comportamento. Uma pesquisa mostrou que cerca de 32% da população nasce com uma mutação no gene ADRA2B, uma alteração que obriga os afetados a lembrar as experiências negativas mais vividamente do que as positivas.
Além disso, como efeito colateral, eles também têm uma tendência a remoer as suas experiências negativas. É aquela velha história do copo. Para essas pessoas, ele sempre está meio vazio ou provavelmente rachado.
O gene ADRA2B está envolvido em uma função muito específica: ele detecta e armazena sinais químicos a partir de memórias que têm um impacto emocional. Ele influencia a maneira como a memória foi armazenada emocionalmente e como ela pode ser recuperada mais tarde.
Por exemplo, se você passou por um acidente de carro quando era criança, o ADRA2B é a razão pela qual a memória volta com tanta clareza. Mas quando você pensa sobre o que você comeu no café da manhã de ontem, a memória não é tão clara, porque não foi um fator emocional.
Pesquisa
Na maioria das pessoas, a tendência a perceber algo emocional é igual, sendo fácil discernir entre o bom e o ruim. Mas para as pessoas com a variante ADRA2B, seus cérebros pegam sinais negativos mais facilmente do que os positivos.
E todas essas percepções foram constatadas em uma pesquisa recente divulgada na revista Nature. Quando os pesquisadores da Universidade de British Columbia reuniram 200 voluntários para testar o efeito, eles descobriram que as pessoas com ADRA2B consistentemente focavam em estímulos negativos.
Para chegar a esse resultado, havia um teste bastante simples a ser feito. Oitenta e quatro palavras eram mostradas na frente dos voluntários, sendo uma de cada vez por uma fração de um segundo cada.
Para a maioria das pessoas, reconhecer uma única palavra em uma fração de segundo após a outra é difícil devido a um fenômeno chamado “piscar de atenção”. Mas se a palavra tem uma carga emocional para o indivíduo, o cérebro consegue captá-la mais rápido.
No final do teste, os voluntários foram convidados a recordar o maior número de palavras possível. Então, o resultado mostrou que as pessoas com um gene normal ADRA2B (sem mutação) lembraram as palavras positivas e negativas também. Mas entre as pessoas com a variação genética do ADRA2B, as palavras lembradas foram esmagadoramente negativas.
Na velocidade em que as palavras eram mostradas, eles não escolheram conscientemente as negativas — seus cérebros pessimistas é que são melhores em percebê-las. Mas há um lado bom nessa mutação: mesmo que os que carregam essa mutação no gene sejam mais pessimistas, elas também se mostraram com uma melhor memória geral.
Fonte: Mega Curioso
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