domingo, 8 de fevereiro de 2015

Teste: Honda NC 750X - Crescimento sustentável

Honda eleva cilindrada da crossover NC 750X para melhorar potência e nível de emissões

por Eduardo Rocha
Auto Press

Volta e meia, as marcas se arriscam em um projeto de vanguarda. São produtos que representam uma tendência considerada inexorável, mesmo que seja incipiente em determinados países. Nesse caso está a crossover Honda NC 750X, sucessora da NC700X. Ela chegou por aqui em 2012, logo depois de ser lançada na Europa. Para mercados maduros, como França, Itália e Alemanha, o conceito que mistura scooter com bigtrail funcionou muitíssimo bem. A NC é capaz de encarar estradas, ruas e buracos com grande desenvoltura. Mas, no Brasil, não emplacou da forma esperada. Em 2014, foram cerca de 150 unidades por mês, metade das 300 unidades mensais projetadas no lançamento. A Honda, porém, renovou a aposta no conceito e no modelo ao investir na nova motorização e adequá-la à segunda fase do programa de emissões para motocicletas, o Promot 4.


Basicamente, a NC 750X teve um aumento na cilindrada, de exatos 669 para 745 cm³. O ganho volumétrico foi obtido basicamente com pistões com 4 mm a mais no diâmetro. Isso resultou em um torque adicional de 8% e uma potência 4% superior, com uma cilindrada 11,4% maior. O fato de a performance não crescer na mesma proporção do motor se explica pela necessidade de melhorar a eficiência energética – emitir menos em relação ao tamanho do propulsor –, sem perda de performance. Ao contrário, com a mudança, a potência cresceu de 52,5 para 54,8 cv e o torque foi de 6,4 para 6,94 kgfm. O zero a 100 km/h caiu de 6,7 par 6,15 segundos e a máxima subiu de 167 para 174 km/h. No consumo, a Honda diz que a média cidade/estrada pulou de 26,9 para 28,6 km/l , ou 6% mais.


A Honda promoveu ainda outras sutis alterações. Os freios deixam de ser C-ABS, que distribui a pressão entre as rodas, para ser um ABS simples. Na estética, o propulsor, que era da cor metálica, passa a ser pintado de preto. No painel, a posição do relógio foi invertida com a do computador de bordo. Continuam no lado esquerdo do display, mas o computador agora fica no alto e ganhou duas novas medições: consumo médio e litros de combustível gastos. E, por fim, houve ainda uma mudança no preço, para cima. A versão standard ficou R$ 1.500 mais cara e passou para R$ 28.990. Já o preço da versão com ABS está R$ 1.110 mais alto e chega por R$ 31.100 – aumentos de 5% e 3,5% respectivamente. Ainda assim, a marca espera acelerar um pouco o ritmo de vendas e chegar às 200 unidades mensais.


Impressões ao pilotar

Cruzamento lógico

São Paulo/SP – Não por acaso, a Honda decidiu apresentar a NC 750X numa nova concessionária paulistana que segue o conceito Dream, especializado em venda de modelos de alta cilindrada, no Alto da Lapa. A conveniência é que a geografia local, com muitas ladeiras, permitiu explorar o maior ganho que o novo propulsor oferece ao modelo: o torque. A agilidade e a maneabilidade da NC 750X ficaram tão explícitas que até pareciam obra das alterações para a linha 2015. Nada disso. A antecessora NC 700X já tinha estas qualidades.


A posição de pilotar ereta, a agilidade nas mudanças de direção e a praticidade do porta-capacete onde normalmente fica o tanque de combustível – o reservatório está, na verdade, sob o assento – tornam a motocicleta extremamente atraente para o uso urbano. E ela tem força, aceleração e boa capacidade para encarar auto-estradas. O conceito que cruza bigtrail e scooter também se dá muito bem com o asfalto “meia-boca” nas ruas da capital paulistana. Com tantas qualidades, não dá para deixar de pensar que a NC 750X é um tanto injustiçada. Coisa que acontece com quem está à frente do seu tempo.


Ficha Técnica

Honda NC 750X

Motor: Gasolina, quatro tempos, 745 cm³, dois cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando simples no cabeçote e injeção eletrônica.

Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente.

Potência máxima: 54,8 cv a 6.250 rpm.

Torque máximo: 6,94 kgm a 4.750 rpm

Diâmetro e curso: 77 mm X 80 mm.

Taxa de compressão: 10,7:1

Suspensão: Garfo telescópico de 41 mm com 153,3 mm de curso. Traseira do tipo monochoque com amortecedor a gás, com 150 mm de curso.

Pneus: 120/70 R17 na frente e 160/60 R17 atrás.

Freios: Disco simples de 320 mm e pinça com pistão duplo na frente e disco simples de 240 mm e pinça com pistão simples na traseira.

Dimensões: 2,21 metros de comprimento total, 0,83 m de largura, 1,28 m de altura, 1,54 m de distância entre-eixos e 0,83 m de altura do assento.

Peso: 206 kg (209 kg com ABS).

Tanque do combustível: 14,1 litros.

Produção: Manaus, Brasil.

Lançamento mundial: 2011.

Lançamento no Brasil: 2012.

Alteração no motor: 2015.

Preço: R$ 28.990 e R$ 31.100 na versão ABS.


http://motordream.uol.com.br/noticias/ver/2015/02/05/teste-honda-nc-750x-crescimento-sustentavel

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