terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Vacinas são seguras? Há eventos adversos após a vacinação?


Você já viu alguém com difteria? Sabe quais os sintomas e por que é tão “perigosa”? E o tétano? Sabe o que é rigidez tetânica? Conhece alguma criança que não consegue andar por que está com paralisia infantil? 

Pois é! Muito provavelmente sua resposta foi “NÃO” para todas estas perguntas, não é mesmo? 

Por quê? Porque as vacinas conseguiram controlar e diminuir a incidência destas e de outras tantas doenças gravíssimas que mataram ou deixaram sequelas em milhões de pessoas ao longo da história da humanidade. A varíola não existe mais. A paralisia infantil está no caminho da erradicação. 

Assim, muitas destas doenças estão longe da realidade e da lembrança emocional das pessoas. Mas como continuamos vacinar, os efeitos adversos chamam mais a atenção do que a gravidade do quadro clínico. Resultado: muitos questionam se vale mesmo a pena administrar vacinas para doenças que nunca viram! Ainda mais porque acreditam que as vacinas podem provocar reações temidas e alardeadas como reais. Mesmo sem a necessária comprovação científica. Ou seja: muitos tem a convicção de que não vale a pena correr o risco do evento adverso das vacinas.

Vamos a alguns exemplos. 

Em 1974 divulgou-se, na Inglaterra, a suspeita de que a vacina da coqueluche poderia causar doença neurológica. A cobertura vacinal imediatamente despencou de 80% em 1977 para 31% em 1979. Consequência: entre 1977 e 1979 ocorreu uma grande epidemia de coqueluche na Inglaterra, causando 36 óbitos, 5000 internações, 200 casos de pneumonia e 83 convulsões. Aos poucos a confiança na vacina foi se recuperando e a cobertura vacinal voltou a crescer. 

Em 1998 correu o mundo que a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola poderia ser causa de autismo em crianças. A cobertura vacinal caiu em muitas regiões pois muitos pais ficaram temerosos de dar a vacina em seus filhos. Só para lembrar, o sarampo era uma das causas mais temidas de óbito na infância antes da vacina ter ampla cobertura. Alguns ainda acreditam nisso, embora as evidências científicas já tenham refutado incisivamente esta hipótese. Recentemente um artigo científico publicado em uma importante revista de pediatria, a Pediatrics, confirmou as evidências de que esta vacina é segura e NÃO causa autismo.

A vacina oral contra a paralisia infantil, ou poliomielite, pode ocasionar sequelas em 1 criança a cada 3,5 milhões de doses. Isso é fato apontado pela Organização Mundial de Saúde. Mas também é fato que a doença sequela 1 em cada 350 crianças. Portanto, é indiscutível o benefício da vacina. E é exatamente a vacina Sabin, a gotinha, que está ajudando o mundo a erradicar a poliomielite.

Todas as vacinas podem apresentar efeitos adversos. Uns mais, outros menos importantes. Impossível prever quem vai ter o quê. Mas possível prever que, sem as vacinas, muitas e muitas crianças ou adultos morreriam ou ficariam com sequelas irrecuperáveis.

A carteira de vacina em dia é o mais importante passaporte que podemos ter para todas as “viagens” incríveis que a vida nos proporciona.

http://g1.globo.com/bemestar/blog/doutora-ana-responde/post/vacinas-sao-seguras-ha-eventos-adversos-apos-vacinacao.html

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