domingo, 21 de dezembro de 2014

Entendendo o Câncer de Próstata.

Entendendo o Câncer de Próstata.
Confira, nesta entrevista com o urologista Dr. Ubirajara Barroso, qual a relação desse tipo de câncer com seus sintomas e quais são os tratamentos adotados para cada caso.
iSB – Quais sintomas esse tipo de câncer apresenta?

Ubirajara Barroso – Geralmente, ele surge sem sintomas, esse é o grande problema. Quando dá sintomas, geralmente já está em estágios mais avançados. Exemplos de sintomas são, sangramento pela urina, dificuldade para urinar, jato urinário fino e retenção de urina. Mas esses sintomas são infrequentes. Portanto, aqueles que apresentem esse quadro clínico deverão ir ao urologista, mas não se desesperem: eles são muito mais frequentemente associados a crescimento benigno da próstata (hiperplasia) do que ao câncer.

iSB – Quais são os tipos de tratamento adotados no paciente diagnosticado com esse câncer? Esses tratamentos podem trazer algum efeito colateral?
Ubirajara Barroso – Os tumores devem ser classificados como localizados e avançados. Os localizados são mais frequentemente tratados com a cirurgia, chamada de prostatectomia radical. Essa cirurgia consta da retirada da próstata e sua cápsula, vesículas seminais, ampolas dos deferentes e gânglios abdominais. As principais complicações da cirurgia são a incontinência urinária (importante em cerca de 5% dos casos), disfunção erétil em 30 a 70%, dependendo do tipo de cirurgia indicada. Outros tratamentos são a radioterapia. Esses métodos podem ocasionar desconforto para urinar e defecar, além também de poderem ocasionar incontinência urinária e disfunção erétil. A braquiterapia é a colocação o de sementes radioativas na próstata e está indicada em tumores muito pouco agressivos, portanto, em casos muito selecionados. O principal efeito adverso desse método são os sintomas urinários como desejo constante de urinar, urgência para ir ao banheiro e ardência para urinar. Em alguns casos, pode-se aplicar uma vigilância ativa, ou seja, avaliar o paciente com toque, PSA e biópsia de próstata de forma periódica. Esse é um tipo de conduta aplicada somente em tumores muito indolentes, em estado inicial e em casos muito bem selecionados. Pessoas de mais idade, acima dos 70-75 anos, poderão ser conduzidas sem nenhum tratamento, se a expectativa de vida for menor do que 10 anos.
No caso dos tumores avançados, o principal tratamento é a base de combate hormonal. O tumor de próstata é alimentado pelo hormônio testosterona. Portanto, limitando o seu nível na próstata, obviamente, fará com que o tumor reduza de tamanho. Isso pode ser feito bloqueando a ação da testosterona nos tecidos (bloqueadores de receptores), retirando a fonte de produção com a remoção dos testículos (hoje, cada vez menos realizada), ou inibindo a sua produção por inibição dos hormônios cerebrais que o estimulam (tratamento mais usado), por meio de injeções.

iSB – Conhece estatísticas sobre a incidência do câncer de próstata no Brasil e no mundo?

Ubirajara Barroso – Não há dados confiáveis no Brasil sobre a prevalência no câncer de próstata, mas não há porque ser diferente do resto do mundo. Estima-se que 15% dos homens serão diagnosticados com o câncer de próstata em algum momento da vida de acordo com o Instituto Nacional do Câncer nos Estados Unidos.

iSB – E estatística sobre sua mortalidade?

Ubirajara Barroso – O câncer de próstata é o segundo câncer mais prevalente, depois do de pele, e o quarto que mais mata. De acordo com a Sociedade Americana de Oncologia, grosso modo, a sobrevida do câncer de próstata em 15 anos é de 94%. Obviamente, os tumores mais avançados acarretam as piores sobrevidas.

http://www.isaudebahia.com.br/noticias/detalhe/noticia/entendendo-o-cancer-de-prostata/

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