sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Você sabe de onde vêm o elefante branco e o bode expiatório?


VOCÊ SABE... 

...de onde vêm o elefante branco e o bode expiatório?

Um elefante branco é algo grandioso, com aparência magnífica, mas que cria muitos problemas ou provoca grandes prejuízos devido ao trabalho ou despesas que dá.

Dizem que na Tailândia havia uma prática antiga: toda vez que o rei queria arruinar um inimigo, dava-lhe um elefante branco. Por tratar-se de um animal sagrado, o presenteado não podia desfazer-se do elefante branco. É como diz o professor Antenor Nascentes no seu Tesouro da Fraseologia Brasileira: “...e a despesa com a manutenção bastava para comprometer as mais sólidas fortunas”.

Quanto ao bode, primeiro é importante observarmos que expiatório se escreve com “x”. Um bode expiatório não é, como alguns imaginam, um cara chato que anda espiando os outros. Não é um “bode espião”.

Expiatório vem do verbo expiar (=penar), e não de espiar (=espionar, olhar, observar). O tal bode expiatório é aquele que paga pelas culpas alheias, é quem pena pelos outros.

A origem é bíblica. Os hebreus tinham o costume de, anualmente, fazer uma festa para aplacar a ira divina. Um bode, após receber todas as maldições, era jogado no deserto. Sua função era expiar (=redimir, purificar) a culpa do povo. Daí o bode expiatório.





A DICA

Verbos – parte 15

Eu REAVEJO ou REAVENHO?

Nenhum dos dois.

O verbo REAVER é defectivo:

a) no presente do indicativo, só há: nós REAVEMOS e vós REAVEIS;

b) no presente do subjuntivo, nada;

c) no pretérito e no futuro, segue o verbo HAVER: reouve, reavia, reouvera, reaverei, reaveria, reouvesse, reouver, reavendo, reavido...

Como não existem as formas “reavejo” e “reavenho”, a solução é “eu estou reavendo” ou substituir por um sinônimo: “eu recupero”.


REAVERAM ou REAVIRAM?

É a “famosa” dúvida do nada com coisa alguma. Nenhum dos dois.

O certo é REOUVERAM, porque REAVER é derivado do verbo HAVER:

Ele houve - ele REOUVE

Nós houvemos - nós REOUVEMOS

Eles houveram - eles REOUVERAM

Se eu houvesse - se eu REOUVESSE

Quando ele houver - quando ele REOUVER

REAVER não é “ver de novo”. REAVER é “haver de novo”, por isso deve seguir o verbo HAVER.



O DESAFIO

Que significa bancarrota?

a) quebra, falência ou insolvência;

b) pobreza extrema, indigência, miséria;

c) emigração, saída, retirada.

Resposta:

Letra (a) = bancarrota vem do italiano banca (=banco) + rotta (=quebrado). Quando alguém está na bancarrota é porque está na ruína, faliu, quebrou. Quem está na pobreza extrema (indigência, miséria) está na penúria; e emigração (saída, retirada) pode ser êxodo.



DÚVIDAS DO LEITOR

1ª) Leitor quer saber se, na linguagem popular do Brasil, uma das acepções de medrar é “ter medo”.

Meu caro leitor, como você bem sabe, o significado original de medrar é “fazer crescer, prosperar, progredir, desenvolver-se, melhorar”. No dicionário Aurélio, encontramos um célebre exemplo de Castro Alves: “Lá no solo onde o cardo apenas medra / Boceja a Esfinge colossal de pedra / Fitando o morno céu”.

É importante, entretanto, saber que tanto o dicionário Houaiss quanto o novíssimo Aurélio já registram o verbo medrar com a acepção de “ter medo”. No dicionário Houaiss, encontramos um típico exemplo da linguagem falada brasileira: “O time medrou diante do adversário”.

2ª) A BAIXO ou ABAIXO?

DEBAIXO ou DE BAIXO?

EMBAIXO ou EM BAIXO?

A BAIXO = só na expressão “de cima a baixo”: “Examinou tudo de cima a baixo”;

ABAIXO = nas demais situações: “Veio tudo abaixo”; “Posicionou-se abaixo de mim”;

DEBAIXO DE = quando estiver seguido da preposição DE: “Escondeu-se debaixo da mesa”;

DE BAIXO = nas demais situações: “Mora no andar de baixo”;

EMBAIXO (sempre junto) = DEBAIXO DE: “Escondeu-se embaixo da mesa”.



Existe “em baixa”: “O mercado de imóveis está em baixa”.

http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/voce-sabe-de-onde-vem-o-elefante-branco-e-o-bode-expiatorio.html

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