terça-feira, 21 de outubro de 2014

Um estranho hábito das famílias do século XIX (19)


Registrar a morte através de imagens não era nenhuma surpresa, pois isso era feito ao longo dos séculos através da pintura e a fotografia apenas popularizou (e barateou) esta prática.
Inicialmente eram feitas fotos dos defuntos em seus caixões, mas a ideia que posteriormente mais prosperou e chamou a atenção foi a tentativa de dar à cena fúnebre um aspecto de naturalidade, até sugerindo que os mortos estavam dormindo tranquilamente ou ou ainda as cenas eram constituídas como se os cadáveres estivessem vivos (neste caso, recorriam a maquiagens e aparatos para manter os corpos firmes e até de pé). Os vivos também podiam compor as cenas, posando juntamente com os mortos em posições orientadas pelos profissionais especializados em tais registros – em determinados casos a composição ficava tão bem elaborada que chega a ser complicado diferenciar os mortos dos vivos nas fotografias.
Também chamava a atenção a grande quantidade de fotografias de crianças mortas, pois nestas situações as imagens tomavam dimensão ainda mais melancólica. A quantidade de imagens de crianças mortas se explica a partir dos altos índices de mortalidade infantil, o que criava uma demanda para esse tipo de registro e gerava lucros para os fotógrafos e suas companhias especializadas.
O auge dos registros fotográficos elaborados de mortos ocorreu durante a Era Vitoriana, mas também não era incomum já nas duas primeiras décadas do século 20. Em alguns lugares da Europa Oriental a prática permanece.

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