Luan marcou o gol aos 45 minutos do segundo tempo
Foto: Daniel Ramalho / AGIF
Com uma atuação consistente, o Grêmio foi ao Maracanã, encarou quase 60 mil torcedores adversários e bateu o Flamengo por 1 a 0. Agora, o Grêmio está batendo às portas do G-4 do Brasileirão. No primeiro jogo após a polêmica com o goleiro do Santos Aranha e a punição do STJD por racismo, a torcida gremista foi provocada e xingada por alguns torcedores flamenguistas no Rio. E saiu vitoriosa.
Antes do clássico, os cerca de mil torcedores do Grêmio foram hostilizados por alguns flamenguistas. Ainda na rua, um brete separava as torcidas, deixando os gremistas como um alvo fácil para gritos de "racistas" e arremessos de latas de cerveja, além de ameaças de agressão.
Cartazes acusando torcedores gaúchos de racismo também foram vistos no estádio. Nas arquibancadas, novos cânticos de "racista" e de "eliminado" — numa referência dos cariocas ao julgamento de quarta-feira no STJD, que alijou o Grêmio da Copa do Brasil.
Empurrado por quase 60 mil flamenguistas, o time de Vanderlei Luxemburgo bem que tentou tomar o controle do jogo, mas encontrou um Grêmio bem posicionado e pronto para os contra-ataques. Aos oito minutos, Fellipe Bastos cobrou falta e por pouco o goleiro Paulo Victor não levou um frango de virar vinheta de TV.
Ato contínuo, a torcida do Grêmio vibrou, enquanto parte da torcida do Flamengo passou a entoar "gaúcho viado". Talvez temendo uma punição, estes gritos foram sufocados por cânticos de incentivo ao Flamengo. Antes do jogo, os atletas gremistas foram orientados pela direção a comunicar ao árbitro qualquer insulto ou cartaz ofensivo que fossem observados partindo da torcida rival.
A partir dos 10 minutos, o Grêmio passou a arriscar de fora da área contra um inseguro Paulo Victor. Fellipe Bastos, duas vezes, e Matheus Biteco por pouco não marcaram. Com o Maracanã transformado em caldeirão, o Flamengo tentou reagir e ao menos chegar alguma vez com perigo ao gol de Grohe. O clube estreava o terceiro uniforme, com folhas de flamengueira no peito, e precisava vencer para marcar a data com os três pontos.
Enquanto isso, um Grêmio seguro e confiante se mantinha firme em campo. Aos 36, Giuliano chutou por cobertura e Paulo Victor precisou fazer uma defesa espetacular para evitar o gol do Grêmio. O final do primeiro tempo chegou com o time de Felipão mandando na partida, mas com a sua torcida um tanto calada.
Sem faixas nem trapos, os gremistas pareciam um tanto constrangidos no Maracanã. No intervalo, aos xingamentos de "racista", responderam com aplausos irônicos.
No segundo tempo, o jogo ganhou um ritmo mais intenso, pois o Flamengo tentou atacar — e o Grêmio seguia em cima. Aos oito minutos, Biteco arrancou em contra-ataque, encontrou Dudu livre, mas o atacante se atrapalhou na frente do goleiro e desperdiçou o lance. Na sequência, Grohe realizou duas grandes defesas, salvando o Grêmio.
Luxemburgo tentou obter alguma vantagem colocando o croata Eduardo da Silva em campo. O Flamengo encorpou, mas sem conseguir grandes avanços territoriais. A partir dos 30, o Flamengo passou a se atirar ao ataque, enquanto o Grêmio recuou e passou a esperar em seu campo de defesa.
Ao final, Felipão voltou a bater Luxemburgo. Aos 45 minutos, o banco gremista fez a diferença. Fernandinho encontrou o outro suplente, Luan, que invadiu a área e desviou de Paulo Victor. O Grêmio derrotou o Maracanã, na primeira partida de sua vida após o trauma do STJD e da marca que foi colocada pelo Tribunal em sua torcida. Ao deixar o campo, os vitoriosos gremistas saudaram os seus mil torcedores presentes ao estádio.
BRASILEIRÃO — 19ª RODADA — 6/9/2014
FLAMENGO
Paulo Victor; Léo Moura, Marcelo, Chicão, João Paulo; Recife (Amaral, 30'/2ºT), Márcio Araújo, Canteros, Mugni (Gabriel, 21'/2ºT); Arthur (Eduardo da Silva, 15'/2ºT) e Alecsandro.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
GRÊMIO
Marcelo Grohe; Pará, Geromel, Rhodolfo e Zé Roberto; Walace, Fellipe Bastos, Matheus Biteco, Giuliano (Fernandinho, 40'/2ºT); Dudu e Lucas Coelho (Luan, 32'/2ºT).
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Gol: Luan (G), aos 45 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Amaral (F); Walace, Fellipe Bastos (G)
Arbitragem: André Luiz de Freitas Castro, auxiliado por Cristhian Passos Sorence e João Patricio de Araujo (trio goiano)
Público: 59.680 pessoas
Local: Estádio Maracanã, Rio de Janeiro
ZERO HORA
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