segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Brasil é decacampeão do Grand Prix de vôlei.

Seleção feminina atropela o Japão, que tinha vantagem numérica na fase decisiva, e ganha torneio preliminar do Mundial

A seleção brasileira feminina de vôlei conquistou neste domingo o décimo título do Grand Prix, ao vencer o Japão por 3 a 0 (25/15, 25/18 e 27/25), em partida disputada em Tóquio. Esse é o décimo título do Brasil, o maior vencedor da competição (tem o dobro de conquistas do segundo colocado, os Estados Unidos, com cinco). O Japão havia vencido todos os jogos desta fase decisiva, tinha mais pontos do que as brasileiras na classificação, e precisava apenas ganhar dois sets para levar o inédito título do Grand Prix. A oposto Scheilla, com 16 pontos, foi eleita a melhor jogadora da partida.


Ao final do jogo, as jogadoras e a comissão técnica do Brasil fizeram uma roda na quadra e gritaram “decacampeão!, decacampeão!”. O Brasil , que terminou o GP com 13 pontos, ficou à frente do Japão, com 12, e da Rússia, com sete.


Como esse torneio é uma espécie de preliminar do Mundial, que será disputado entre setembro e outubro, o Brasil chegará na Itália como a seleção a ser batida. A seleção brasileira ainda não tem o ouro do Mundial: perdeu as duas últimas decisões para a Rússia (tem três pratas no total). Em 2010, na edição de Tóquio, o Japão ficou com o bronze no Mundial.


O Brasil teve quatro destaques na seleção do campeonato: Scheilla foi eleita a melhor oposta, Dani Lins ganhou o título de melhor levantadora, Fabiana integrou o time como a segunda melhor central/bloqueadora e Zé Roberto foi considerado o melhor treinador do Grand Prix (ele tem sete dos dez títulos do GP).


A líbero japonesa Yuko Sano ficou surpresa quando ouviu, na cerimônia de pódio, que era a dona do título de "jogadora mais valiosa do torneio (MVP)". Ela também foi considerada a melhor na sua posição. Outros destaques do torneio foram as atacantes Liu Xiaotong, da China, e Miyu Nagaoka, do Japão. Além da russa Irina Fetisova, que também ganhou como central/bloqueadora.


O Brasil, atual bicampeão olímpico, chegou invicto à fase final do Grand Prix, mas tomou um susto logo no primeiro jogo, contra a Turquia, quando perdeu por 3 a 2. Mas, depois deste confronto, não deu espaço para mais ninguém. Venceu todas as partidas por 3 a 0.


Neste domingo, o Brasil fez dois pontos de saque, 36 de ataque, 10 de bloqueio e ganhou 29 pontos em erros das japonesas. O rival somou quatro pontos de saque, 36 de ataque, três de bloqueio e ganhou apenas 15 em erros do Brasil.


Para esta partida, Natália, com uma contratura muscular na coxa esquerda, teve de assistir da arquibancada. E gostou do que viu: já no primeiro set, o Brasil mostrou a que veio e fez uma partida consistente e arrasadora. As japonesas não conseguiam defender o forte ataque brasileiro para dar volume ao jogo. As rivais deram nove pontos de graça para o Brasil, nesta parcial. Scheilla esteve arrasadora no primeiro set e já no segundo, foi a autora de três dos quatro primeiros pontos. Quando o placar chegou nos 5 a 1, o técnico do Japão já teve de pedir tempo. As japonesas começaram a defender e a pontuar, por causa da variação de saque e dos contra-ataques certeiros. Elas chegaram a encostar no Brasil em 13 a 11, após desvantagem de seis pontos. O técnico Manabe fez várias substituições que surtiram efeito mas não foram suficientes para a vitória parcial. As japonesas deram 11 pontos em erros ao Brasil, incluindo a bola do set (20 pontos nos dois sets; já o Brasil, nove, nas duas parciais).


No terceiro e último set, as japonesas chegaram na parada técnica à frente do Brasil (8 a 7), pela primeira vez no jogo. Ficaram três pontos na frente (10 a 7), mas com mais um erro, desta vez de rotação das jogadoras, o Brasil chegou ao empate em 10 a 10. O Japão pressionou, o placar voltou a ficar em igualdade em 17 a 17 e 18 a 18. Errando mais, as brasileiras cederam seis pontos na parcial.


O final do jogo, com defesas incríveis do Japão, foi emocionante. O técnico rival pediu o desafio num ataque de Scheilla, que daria o 23.º ponto ao Brasil. E, com um toque na rede, o ponto foi para o Japão e o placar apertou: 22 a 21. O Japão errou novamente dando vantagem ao Brasil (23 a 21). Com um bloqueio fora, o jogo ficou empatado em 24 a 24 e depois em 25 a 25. Com mais um novo erro do Japão e uma largadinha de Jaqueline, a seleção brasileira fechou a parcial em 27 a 25 e o jogo em 3 a 0.


Japão 0 x 3 Brasil


BRASIL – Dani Lins, Sheilla, Fernanda Garay, Jaqueline, Thaísa e Fabiana. Líbero – Camila Brait
Entrou: Monique

Técnico: José Roberto Guimarães


JAPÃO – Haruka, Nagaoka, Saori Kimura, Ishii, Shinnabe e Ono. Líbero – Yuko Sano
Entraram: Nakamichi, Takada, Yamaguchi, Ishida, Ebata e Uchiseto.
Técnico – Manabe Masayoshi


JOGOS DO BRASIL NA FASE DECISIVA:


(20.08) – Brasil 2 x 3 Turquia, (18/25, 23/25, 25/21, 25/19 e 15/12)
(21.08) – Brasil 3 x 0 China (25/23, 25/20 e 25/21)
(22.08) – Brasil 3 x 0 Bélgica (25/10, 25/12 e 25/12)
(23.08) – Brasil 3 x 0 Rússia (25/12, 25/21 e 25/20)
(24.08) – Brasil x Japão (25/15, 25/18 e 27/25)
CAMPANHA DO BRASIL NA EDIÇÃO 2014:
(01.08) – Brasil 3 x 1 China (25/21, 23/25, 25/17 e 25/16)
(02.08) – Brasil 3 x 0 Itália (25/21, 25/16 e 25/15)
(03.08) – Brasil 3 x 0 República Dominicana (26/24, 25/19 e 25/18)
(08.08) – Brasil 3 x 0 Coreia do Sul (25/16, 25/12 e 25/15)
(09.08) – Brasil 3 x 0 Rússia (25/15, 25/21 e 25/17)
(10.08) – Brasil 3 x 0 Estados Unidos (25/20, 25/22 e 29/27)
(15.08) – Brasil 3 x 2 Estados Unidos (29/31, 22/25, 25/22, 25/19 e 15/9)
(16.08) – Brasil 3 x 0 República Dominicana – (25/19, 25/11 e 29/27)
(17.08) – Brasil 3 x 0 Tailândia – (25/15, 25/18 e 25/17)

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