domingo, 11 de maio de 2014

Aula de geografia explica fatores que implicam na longevidade brasileira.

Política, economia, comportamento: tudo influencia a expectativa de vida.
Vovôs de cabelos brancos que viam o tempo passar da cadeira de balanço são coisas do passado. Hoje, fazer 60 anos não significa entrar na velhice, desistir da vida social e se trancar em casa - e há quem diga que é aos 60 que começa a melhor idade. O tema longevidade, que é a expectativa de vida ao nascer, foi o tema da reportagem de geografia, desta sexta-feira (8), no Projeto Educação, com os professores Kiko Santos e Vinícius Ribeiro.

A reportagem mostrou a rotina da aposentada Maria José de Santa, que tem 72 anos, 11 filhos, 14 netos e dez bisnetos. Há seis anos, ela encontra o grupo de amigas no Sesc de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, onde tem aulas de dança. Os pés podem não estar tão firmes, mas o corpo segue o ritmo da música. Para ela não existe nada melhor do que dançar. “Eu adoro, e não é de hoje. E eu também faço parte do coral. É bom que a gente se diverte, se distrai”, comentou.

As aulas duram uma hora e meia, o suficiente para manter a felicidade e a saúde de Maria José. “A prevenção na terceira idade é todo um contexto físico, mental e social, e a atividade física entra como um alicerce, carregando todas essas ações e promovendo o envelhecimento ativo, a autonomia e a independência”, disse a médica geriatra Carla Núbia Borges

Os professores traçaram o panorama do País, que está envelhecendo. Na primeira metade do século passado, a maioria dos brasileiros era jovem. “Até os anos 1930, não existia nenhuma política demográfica no País. A partir [do governo] de Getúlio Vargas, foi adotada a política natalista, visando gerar emprego para a indústria em implantação no Brasil”, explicou Kiko Santos.

Vinícius Ribeiro apontou que, na década de 1950, o índice de fecundidade brasileiro era extremamente alto e, na década de 1970, veio o milagre econômico, junto com uma mudança no comportamento dos brasileiros. “A combinação entre o processo de urbanização, emancipação da mulher e disseminação de métodos anticoncepcionais fez o ritmo de fecundidade desacelerar”, informou.

Kiko Santos lembrou que, ainda nos anos 1973 e 1979, o mundo enfrentou duas crises econômicas, geradas pelo aumento do preço do petróleo. A década de 1980 ficou conhecida como "perdida" por causa da recessão, inflação e desemprego. “A fecundidade passa a mudar. O custo de vida torna-se alto, e as famílias repensam o número de filhos. Se a taxa já chegou a 6 [por mulher], hoje está menor que 1,8”, afirmou.

O professor comentou que, hoje, o crescimento econômico, aliado à abundância de mão de obra, gera renda, consumo e desenvolvimento, um momento conhecido como “janela de oportunidade demográfica”. Mas ele também faz um alerta: o Brasil está caminhando para ser um País mais velho. “A população brasileira está cada vez vivendo mais. Hoje, a nossa longevidade está acima dos 74 anos. Ainda neste século, a população vai diminuir e, em breve, entre quatro brasileiros, um será idoso. E eles precisam de respeito e compreensão por parte dos jovens”.

fonte:
http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2013/11/aula-de-geografia-explica-fatores-que-implicam-na-longevidade-brasileira.html


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