quinta-feira, 6 de março de 2014

Películas serão proibidas nos táxis de Florianópolis.

O uso de películas será proibido nos táxis de Florianópolis. A medida visa a facilitar a visualização do interior dos carros pela polícia e deverá ser oficializada nos próximos dias pela prefeitura.

O anúncio saiu na tarde desta quarta-feira ao final de uma nova reunião para discutir a segurança da categoria, cuja situação se agravou com o assassinato do taxista Robson Tiago Andrade, o Robinho, 30 anos, na madrugada de sábado, nas margens da Via Expressa (Continente).

O encontro reuniu a Polícia Militar, a Secretaria de Mobilidade Urbana, o Sindicato dos Taxistas e outros representantes.

A proibição das películas foi um consenso entre os presentes. O secretário da Mobilidade Urbana, Valmir Humberto Piacentini, disse que resta apenas definir como a medida será oficializada, se por meio de portaria ou decreto.

— Com película o motorista pode cruzar a cidade toda rendido com uma faca no pescoço ou com uma arma apontada na cintura e não será visto — exemplificou o tenente-coronel Araújo Gomes, comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, em defesa da proibição.

Outra mobilização será a de incentivar os taxistas a registrar ocorrência policial nos casos de furtos e roubos, o que nem sempre é feito, segundo Zulmar de Faria, presidente do Sindicato dos Taxistas.

— Há uma grande dificuldade em fazer os "BOs" (boletins de ocorrência) — admitiu Faria.

No encontro, ficou definido também que as abordagens aos taxistas, principalmente à noite, serão intensificadas para identificar passageiros suspeitos. Uma medida de comunicação sigilosa que avisará quando o motorista está sendo assaltado também será adotada.

Estima-se que 80% dos 470 táxis de Florianópolis atuem também no turno da noite. Os lugares mais críticos seriam nas imediações do Terminal do Centro (Ticen) e Mercado Público.

Usuários de crack e adolescentes

O perfil dos assaltantes de taxistas em Florianópolis indica que, ou são usuários de crack, ou são adolescentes infratores.

A conclusão é da Polícia Militar a partir dos registros policiais. No ano passado, foram contabilizados 20 queixas por assalto. Este ano, em janeiro, foram três roubos.

O consumo de crack e as cracolândias são dois grandes problemas na Capital. Sem dinheiro para sustentar o vício, usuários saem cometendo roubos e furtos. Enquanto isso, as ações para amenizar a realidade têm sido isoladas e sem efeitos práticos.

O taxista assassinado no sábado perdeu a vida em uma região perto de uma cracolândia, na Vila Aparecida, no Continente. O casal preso nesta quarta confessou o assassinato e disse ser usuário de crack.

DIÁRIO CATARINENSE

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