Se você apostou que o cérebro desse sistema é um computador, acertou. O microprocessador embutido na máquina faz a mesma coisa que um caixa humano faz no banco. Ele identifica o cliente, confere se há saldo suficiente para sacar a grana, transmite as informações do valor solicitado e autoriza a liberação do "dindim". E o mais importante: como um bom funcionário, ele possui vários mecanismos para garantir que o cliente receba o dinheiro exato, nem um centavo a mais, nem a menos. Mesmo assim, apesar de o sistema apresentar um número relativamente baixo de falhas, elas acontecem. E aí, meu amigo, é a maior dor de cabeça. Se você der o azar de receber notas a menos, só será ressarcido se conseguir provar que isso aconteceu (quando a agência ainda está aberta, o jeito mais fácil é avisar algum funcionário do banco logo depois do saque). Mas, se você sair com uma bufunfa extra, quem pagará a diferença é o funcionário responsável pelo reabastecimento de notas (como é quase impossível que duas notas saiam coladas, a maior fonte de erros é a falha humana, quando alguém coloca notas de 50 reais no compartimento que guarda cédulas de 10 reais, por exemplo). Os primeiros caixas eletrônicos foram criados na década de 30, mas o sistema só ficou eficiente e seguro nos anos 60. A partir daí, essas máquinas invadiram os bancos. Apenas nos Estados Unidos, há 352 mil caixas eletrônicos espalhados em lanchonetes, estádios, shoppings, hospitais e, claro, bancos. Mas o custo social dessa comodidade é alto. De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Federação Brasileira de Bancos, o total de caixas eletrônicos no país subiu de 3,4 mil para 24,4 mil nos últimos dez anos. No mesmo período, segundo o Dieese, nada menos que 158 mil bancários foram para o olho da rua.
Caminho das cédulasSensor infravermelho impede que a máquina solte notas a mais ou a menos
1. O saque em um caixa eletrônico começa quando o cliente coloca o cartão no leitor magnético. A tarja do cartão guarda o número da conta e o da agência. O leitor recebe essas informações e as transmite a um processador, que libera o acesso à máquina se o cliente digitar a senha correta
2. Se a senha estiver certa, o caixa eletrônico acessa a conta do cliente para verificar o saldo. Para saber estabelecer essa comunicação, o caixa se liga ao servidor do banco por meio de uma linha telefônica. Se houver grana suficiente, o servidor envia ao caixa um sinal elétrico autorizando o saque
3. Daí em diante, o cérebro de todo o sistema, o processador do caixa, comanda o resto da operação. Com o saque autorizado pelo banco, ele aciona os mecanismos que vão entregar as notas para o cliente
4. O dinheiro fica dentro de gavetas de metal, cada uma com um valor diferente de cédula. Cada gaveta guarda entre 2 mil e 2 200 notas. Na hora do saque, um sistema de correias de borracha retira uma nota de cada vez de dentro das gavetas até totalizar o valor solicitado pelo cliente
5. Antes de serem liberadas, as notas passam por um sensor ótico que vasculha possíveis erros — ele consegue identificar duas cédulas grudadas, por exemplo. Caso passem notas a mais ou de valor diferente, elas são desviadas para a gaveta de cédulas rejeitadas
6. Depois de entregue, o dinheiro é debitado na conta corrente. Se o cliente pedir, o processador envia uma ordem para a impressora embutida na máquina e ela emite um comprovante da transação.
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