quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Colisão Frontal Entre Carro E Caminhão Deixa Motorista Gravemente Ferido Na BR-470, Em Apiúna.

Uma colisão frontal entre um caminhão com placas de Atalanta e um Fiat Uno com placas de Belo Horizonte/MG deixou uma pessoa gravemente ferida na tarde desta quarta-feira (30) na BR-470 em Apiúna.
O motorista do Uno ficou preso ás ferragens e foi retirado do veículo pelos Bombeiros de Ibirama. Ele sofreu ferimentos graves e foi levado ao Hospital de Ibirama pelo SAMU. O condutor do caminhão também foi encaminhado ao Hospital pelos Bombeiros Voluntários de Ascurra com ferimentos médios.
Com o impacto da batida o caminhão saiu da pista, desceu um barranco e parou às margens do Rio Itajaí-Açu. O trânsito ficou totalmente interrompido no local por cerca de uma hora. Filas de aproximadamente 4 quilômetros se formaram em ambos os sentidos da rodovia.
O acidente aconteceu na altura do Km 111, por volta das 16h10.
Segundo a PRF, o trabalho de remoção do caminhão será realizado somente nesta quinta-feira.
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Contos Reflexivos Ilustrados: A Mansão Mal Assombrada.

Autor: Alberto Grimm [1]
Não é na Escuridão que está o motivo dos nossos Medos
Para compreender o que desconhecemos, primeiro precisamos aceitar que ainda não compreendemos...
A casa era imensa e estava localizada em meio a um pequeno bosque, às margens de um lago profundo e de águas calmas, que embora límpidas, eram escuras. Tinha uma fama e tanto, de mal assombrada é claro. Ninguém conseguia passar uma noite lá dentro. Morar ali, nem pensar. Possuía muitos quartos em seus três andares construídos sobre uma sólida laje natural de pedra negra, uma espécie de basalto raro, quase à beira de um penhasco digno de por medo nos mais intrépidos alpinistas ou demais pré-suicidas praticantes de desafios radicais. 
Passados dezenas de anos, ainda permanecia majestosa e firme, apesar das paredes sujas devido à falta de manutenção. Seus donos eram prósperos, mas o tempo implacável lhes tirara tudo. Agora, embora não mais existissem, ao menos fisicamente, lá estava sua robusta morada, feita para durar mais que todos da sua linha de descendência. Pouco se sabia sobre os acontecimentos que culminaram com o início das assombrações no local, mas a história era clara: os fantasmas do lugar não eram nada amigáveis com os visitantes. 
Os últimos enxotados fora um grupo de religiosos, que resolveram fazer um exorcismo para limpar a casa. Naquele grupo, organizado como uma espécie de liga da justiça divina contra as forças do mal, todas as religiões enviaram seus mais competentes, ilustres e sábios ministros. Conta-se que logo na entrada, um deles ficou completamente surdo com o sopro que um dos fantasmas deu nos seus ouvidos; nos dois ao mesmo tempo. Ficou desorientado por um tempo, sem saber nem onde estava, nem qual era seu nome. Depois, embora recobrasse a razão, permaneceu por um bom tempo sem a audição. 
Sorte que, por ser sábio, conhecia a linguagem dos sinais, motivo pelo qual, pode continuar se comunicando com os demais membros do grupo. Depois chegou a imaginar que fora beneficiado pela brincadeira da assombração, uma vez que os sons assustadores dos fantasmas arruaceiros não mais o perturbariam naquela noite. Infelizmente, para todos os presentes, a coisa não era tão simples assim. O fato é que, todos foram expulsos da casa poucas horas depois, mas não sem traumas psicológicos preocupantes.
O que mais impressionou ao grupo foi que, ao iniciarem o exorcismo, ao pronunciarem as primeiras palavras sagradas, os fantasmas completavam em voz alta toda a ladainha restante, inclusive com os cânticos dos rituais solenes, e ainda ensinaram aos religiosos algumas técnicas secretas que estes desconheciam. Sem contar que havia um coro de fundo, que recitava em tom canônico, como a imitar os cânticos gregorianos, todos os salmos bíblicos, ora em Latim, ora em Aramaico. Saíram da casa moralmente arrasados, psicologicamente desorientados, questionando a própria fé. 
Mas, sem dúvida, o que mais abalou a autoestima do grupo, foram as palavras finais daquele que parecia ser o fantasma chefe. Dissera em tom solene: “Voltem sempre e assim podemos ficar longas horas discutindo sobre todos os livros sagrados. Gostamos de realizar seminários para falar de coisas religiosas, doutrinas secretas e coisas assim. Nossas reuniões são sempre às terças e quintas, meia noite em ponto. Vocês são, a partir de hoje, nossos eternos convidados; não é pessoal?”. Um gemido horripilante, algo como “Hum, hum...”, em forma de coro, parecia ser a concordância do restante da comunidade fantasmagórica. 
Detalhes à parte, uma nova família que ora estava chegando ao local, parecia não se importar com aquelas lendas e relatos assombrosos. Observaram a imponente fachada da enorme mansão, e aquela que parecia a matriarca comentou: “Pelo menos espaço teremos de sobra a partir de hoje!”. 
Entre eles, uma criança, que segurava na mão direita uma revista em quadrinhos, cujo título era, “Histórias Assombrosas”, voltou-se para a senhora que fizera o comentário e disse: “Mãe, quero ver os fantasmas da casa, será que posso? A senhora deixa?“ 
"Deixa de coisa menino”, ressaltou a senhora em tom resignado,“fantasmas é coisa de gente, existem para os seres humanos. Eles aparecem e assustam pessoas. Somos Ratos, e fantasmas não assustam Ratos” 
Meio desolado e olhando para o rabinho que dava voltas no ar, ele suspirou, pegou sua mochilinha e subiu lentamente os degraus em direção à porta principal da casa.

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Contos Reflexivos Ilustrados: O Vampiro

Autor: Alberto Grimm [1]
Onde se Escondem os nossos Medos?
Talvez o medo só exista porque nos recusamos a examiná-lo de perto...
Definitivamente, aquela noite não era qualquer noite. Parecia mais escura que a mais escura daquelas já presenciada por ele, e também a mais fria, a mais silenciosa, assustadora, quieta demais. Nem grilo estava de plantão naquele dia, quer dizer noite. Olhou da porta antes de sair à rua, fechou os olhos para não distrair os ouvidos, em busca de algum barulho que quebrasse aquele silêncio quase absoluto, quase, porque os seus passos, estes, ele podia escutar. 
A noite avançara depressa demais, tanto que só conseguiu dar-se conta da coisa, quando o homem do sino passou pela rua. Ele era bastante pontual. Seis horas, nove horas, dez, onze e meia noite. Tocava o sino e anunciava a hora correspondente. Depois, sumia tão misteriosamente quanto tinha aparecido. Parecia vir do nada e, simplesmente, se materializava para anunciar as horas. Numa mão uma lanterna a gás, na outra o sininho que parecia ecoar por toda cidade. 
"Meia noite e o tempo está muito frio...", anunciou naquele momento. 
Uma lua pálida e enorme parecia negar-se a caminhar pelo céu, pois, até onde lembrava, ela permanecia estática no mesmo lugar, como se estivesse magneticamente presa no fundo negro do espaço. O frio era intenso e o vento só piorava as coisas. Mesmo agasalhado tremia da cabeça aos pés. Apressou os passos em direção à sua casa, e mentalmente, começou a traçar o melhor caminho para chegar mais depressa. 
Por onde passava poucas janelas ainda estavam iluminadas. Quase certo era que a maioria já tinha se recolhido. Uma neblina estática que mais parecia vapor congelado cobria boa parte das ruas, o que parecia sufocar a luz dos lampiões dos postes de iluminação pública. Lembrou das histórias de assombrações, das verdadeiras aberrações que escolhiam noites como aquela para perseguir os mais imprudentes. Sentiu um calafrio a lhe percorrer o corpo e apertou ainda mais seus passos. 
Foi quando viu o estranho vulto numa esquina próxima, no meio do trajeto por onde iria passar. Parou e ficou a observar aquela singular figura negra por um instante. Estava ele imóvel, bem abaixo da escassa luz do poste, e parecia olhar na sua direção. Vestia uma longa capa negra de gola alta, no alto da cabeça uma cartola, e na mão esquerda segurava uma longa bengala, mas estava longe demais para que pudesse vislumbrar seu rosto. E em seus pensamentos, naquele momento, nenhuma coisa positiva se fazia presente. 
Pensou em ir para o outro lado da rua, para a outra calçada, ou mesmo em dar meia volta e retornar. Mas isso seria um vexame, caso o estranho não fosse nada daquilo que ele estava pensando. Na dúvida, parou de caminhar. Ficou ali, parado, observando o misterioso vulto, assim como este, também parecia olhar em sua direção. Não seria nada demais correr e se afastar dali, afinal, quem tinha os motivos para isso era ele. Medo é medo, e prudência em excesso não faz mal a ninguém. 
Mas, e se o estranho, ao perceber sua manobra evasiva, corresse atrás? Como desejou que o homem das horas aparecesse outra vez, mas sabia que isso não mais seria possível naquela noite. Àquela hora já devia estar dormindo, afinal de contas já cumprira sua missão naquele período. Lembrou das palavras que sua mãe dissera: "É um perigo para as pessoas que andam tarde da noite pelas ruas do centro. Dizem que por lá, depois da meia noite, perambula pelas ruas desertas, um temível Vampiro, faminto, em busca de vitimas desavisadas...". 
Sentiu um nó na garganta e um desconforto à boca do estômago. E, naquele frio de congelar, começou a suar frio. Não sabia o que fazer. Procurou em sua sacola alguma coisa que pudesse usar como arma."Talvez", pensou, "ao me ver mexer na sacola, ele ache que possuo uma arma e pense duas vezes, desistindo de me atacar.". Procurou posicionar-se sob a parte mais iluminada do ponto onde se encontrava, para que o estranho o pudesse ver claramente, e despejou no chão todo conteúdo do seu alforje. 
Fingiu que procurava com disposição alguma coisa em meio aos objetos, isso, decerto, teria algum efeito psicológico sobre o incógnito personagem e suas intenções. Distraído como estava, só percebeu que a misteriosa sombra, aparentemente humana, havia desaparecido, ao erguer novamente os olhos. Apavorado olhou à sua volta. Correu para o meio da rua de onde teria uma melhor visão de toda a área. 
Mas, não o viu. Será que seu plano dera certo? Era a única e mais lógica explicação que tinha naquele momento. Sentiu-se momentaneamente vitorioso e seguro. Mas, e se ele se escondera em um dos muitos becos, pelos quais ainda teria que passar até chegar em sua casa? Podia ser isso, afinal de contas, um Vampiro não é nenhum bobo, e pelo que se sabe, sempre ataca suas vítimas de surpresa.
Que vontade de gritar. Como estava arrependido de ter ficado até tão tarde na rua. E se ele se transformasse também em Vampiro depois de atacado? Sim, diziam que era assim, aqueles atacados pelos vampiros, se transformavam em Vampiros, zumbis, mortos vivos, parasitas que vagueiam sem rumo pelas noites de lua cheia, em busca de sangue, por toda eternidade. O que pensariam seus pais, especialmente sua mãe, ao ficar sabendo que seu filho, agora, era um Zumbi da meia noite? 
Como achou forças para reagir nem ele sabe, mas, de repente, como se tivesse sido atingido por um raio de energia pura, saiu em desembalada carreira, só parando quando chegou à porta da sua casa. Sua mãe o aguardava ansiosa na sala. "Meu filho", ela exclamou alegre. "estava preocupada com sua demora..", e o abraçou. 
"A senhora não sabe de nada. Acabo de escapar de um Vampiro de verdade lá no centro da cidade!", falou nos espaços entre uma tomada de fôlego e outra. 
Então, lhe sorri docemente a mãe, e fala carinhosamente: 
"Oh querido, onde já se viu. Já te disse dezenas de vezes e vou repetir agora uma vez mais. Vampiros não atacam Lagartixas, como nós, só pessoas. Por isso mesmo, não precisa temê-los outra vez...".

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